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A História dos Homens Historicismo e Nacionalismo

Por:   •  24/9/2017  •  1.442 Palavras (6 Páginas)  •  453 Visualizações

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“O “método científico” difundido pelos seminários universitários alemães foi assimilado pelos historiadores de outros países que, também, concordavam com os colegas prussianos na preocupação em consolidar o consenso social em torno de liberdades que não implicassem a conquista da democracia, contra o que acreditavam as massas populares quando deram apoio às revoluções liberais.” (p. 232).

“Os historiadores liberais do século XIX defendiam uma ideia de organização do estado que negava o direito de participação na política ao conjunto da população.” (p. 232).

“O primeiro dos historiadores britânicos desde Gibbon foi Thomas Babbington Macaulay (1800-1859) que, mesmo estando mais próximo dos historiadores escoceses do século XVIII do que dos prussianos do XIX, soube, como estes últimos, ajudar a reforçar o consenso social em tempos difíceis.” (p. 233).

“Desaparecido o perigo de uma revolução com o fracasso do cartismo, o combate ideológico parece perder força na Grã-Bretanha. Entre Macaulay e Lorde Acton (1834-1902), que já é um representante da “ciência histórica” à maneira da Alemanha, o otimismo whig evaporou-se e não fica mais que o vazio que será característico da historiografia acadêmica britânica de princípios do século XX”. (p. 234).

“Quando alguém alheio ao sacerdócio acadêmico de historiadores profissionais tentou discutir o consenso estabelecido [...] todo o estamento, com Acton à frente, lançou-se contra.” (p. 235, 236).

“Na America do Norte de fins do século XIX, ocorreu um processo semelhante de difusão dos métodos da erudição alemã, associado à pretensão de objetividade que não era outra coisa que a simples aceitação da ordem estabelecida e acompanhada pela profissionalização dos historiadores.” (p. 236)

“No caso da Espanha, a profissionalização dos historiadores e a introdução dos novos métodos científicos ocorreram tardiamente, em fins do século XIX, sob o controle político que buscava defender, a partir da Academia de História e da Universidade, uma concepção “nacional” que era vista como uma necessidade política por um estado espanhol em crise. A mudança metodológica chegaria assim com um atraso de mais de meio século, comparado com a França, a Alemanha ou a Inglaterra, e com menos consistência.” (p. 238)

“Nos países de cultura europeia, a ficção da independência do intelectual podia ser sustentada, já que eram os próprios historiadores acadêmicos que mantinham longe das fileiras da “ciência” os possíveis perturbadores da profissão. Em outras culturas, a realidade da dependência da história em relação ao poder mostrava-se sem disfarces”. (p. 239)

“Em principio do século XX, no entanto, numa sociedade em mudança, a crise do historicismo era evidente. Isso explica que se iniciassem as tentativas de superá-lo no terreno concerto da pesquisa histórica, ao mesmo tempo em que permanecia estabelecido no da teoria econômica, depois de uma “querela de método” que levou a reivindicar a economia a primazia da teoria contra o estudo isolado de casos precisos, defendido pela escola histórica”. (p. 239)

“Nesta linha encontramos sobretudo o neokantismo da escola Marburg, com Heinrich Rickert (1863-1936), que afirmava que a realidade empírica era múltipla é inabordável na totalidade. A forma em que as diversas ciên”generalizador”, que utiliza os conceitos de lei, gênero e espécie, alcançando, com eles, um conhecimento geral da realidade. Enquanto isso, o individuo, com tudo o que tem de único e irrepetível, escapa-lhes. Isto é, em contrapartida, o que, em sua conceituação, alcançam as ciências da cultura, entre as quais figura a história, que incorporam ainda a noção de “valor”, ausente nas ciências da natureza. A seleção dos fatos com que o historiador constrói a historia faz-se em funão de “valores” transcendentes, que estão alem do objeto e do sujeito. A história torna-se, assim, uma construção mental erigida pelo homem e a concepção do progresso histórico é uma armadilha.” (p. 240)

“Enquanto se desenvolvia o conjunto das novas tendências que transformariam as ciências sociais – o complexo integrado pelo marginalismo, funcionalismo e estruturalismo – os historiadores acadêmicos limitavam-se a continuar recolhendo “fatos históricos”, colocando-os um atrás do outro, convencidos de que o que faziam não somente era “cientifico” – mesmo que fosse uma ciência de categoria inferior – mas que era a única forma licita de trabalhar no campo da história.” (p. 241)

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