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Relatório de História Antiga (AD1) Grécia Antiga

Por:   •  11/6/2018  •  4.218 Palavras (17 Páginas)  •  352 Visualizações

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A civilização criada pelos gregos (ou helenos, como eles mesmos se chamam até hoje) se desenvolveu entre 2000 a.C. e146 a.C. no sudeste da Europa — mais precisamente, na península Balcânica e ilhas vizinhas. Essa porção de terra era habitada por grupos de pastores seminômades, os pelasgos. Por volta do ano 2000 a.C., começou a ser ocupada por povos indo-europeus, vindos das planícies euroasiáticas, como os aqueus, jônios, eólios e dórios. Os aqueus foram os primeiros a alcançarem essa região após se deslocarem sucessivamente atrás de pastagens que suprissem seus rebanhos. Chegando à Grécia, se integraram às populações nativas e, com o passar do tempo, deram origem aos primeiros centros urbanos gregos, como Argos, Tirinto e Micenas. Com a chegada desses povos, a civilização cretense entrou em declínio.

Os aqueus, bando de guerreiros originários dos Bálcãs, expulsaram os jônios de parte de suas terras, e começaram a instalar uma civilização denominada micênica, caracterizada por reinos independentes subordinados a um só líder, com enormes muralhas e palácios fortificados.

Esse povo foi responsável por uma expansão marítima, em busca de novas terras, que originou a guerra de Tróia, além de aumentar o comércio, a pilhagem e a disseminação da cultura grega ao longo do mediterrâneo. Entre os séculos XV e XII a.C, a civilização micênica prosperou abundantemente, tudo registrado por meio da escrita. No entanto, no século XI a.C, os dórios invadiram essa região e destruíram toda a civilização micênica, ateando fogo aos palácios, submetendo os perdedores à escravidão e abandonando o uso da escrita. Tudo transformou-se em ruínas, dos imponentes palácios, à escrita e às obras de artes.

Os séculos seguintes às invasões dórias, XI a IX, são bastante obscuros, tendo em vista a falta de relatos escritos e as descobertas se resumirem a poucos achados arqueológicos. Sendo possível inferir que a população vivia em aldeias e, com o sumiço da escrita, a poesia passou a ser recitada em público. Outras mudanças também ocorreram no “século das trevas”, como a substituição do bronze pelo ferro na confecção de materiais de metal e a estrutura das sociedades. Apesar dessa época ser caracterizada pelo atraso cultural e a alcunha de “Idade das trevas”, esse período foi a base da formação da Grécia clássica.

Ainda no século IX, temos o ressurgimento da escrita e a composição dos poemas homéricos “Iliada” e “Odisséia”. O poema mais antigo de Homero, a Iliada, conta a história, em vinte e quatro cantos, da batalha de Tróia, que durara 10 anos e relata a guerra entre gregos e troianos, causada pelo sequestro da rainha grega Helena, esposa do irmão de Agamênon, pelo príncipe troiano Páris, filho do rei Príamo e irmão do herói Heitor.

Do lado grego, o seu melhor guerreiro, Aquiles trava uma luta particular com o rei Agamênon e se retira dos combates. Após inúmeros reveses gregos, e a morte do seu amigo Pátroclos por Heitor, Aquiles retorna aos campos de batalha e mata o príncipe troiano, vingando, assim, seu companheiro. A batalha termina, após dez longos anos, com a vitória grega ao conseguir adentrar a fortaleza da cidade de Tróia com o célebre “Cavalo de Tróia”, um cavalo de madeira, repleto de combatentes gregos, dado como um presente pela suposta retirada do combate.

O outro poema homérico, Odisséia, também em 24 cantos, narra, dez anos depois da guerra de Tróia, as aventuras de Ulisses (Odisseu), rei de Tróia, ao retornar ao seu lar e sua vingança contra os pretendentes da sua esposa Penélope.

Segundo Finley (1982), os dois poemas estão separados no tempo por cerca de cinquenta anos, e apresentam várias distinções, principalmente, quanto a participação dos deuses nas histórias e o número de heróis em cada uma. Muitos pesquisadores e historiadores buscaram explicações e confirmações a respeito desses dois poemas, para melhor interpretá-lo e melhor conhecer a Grécia Antiga, conforme veremos no capítulo 2.4 Tróia: Antigos Mitos e Mistérios Insolúveis, da National Geographic.

- Campo e cidade no mundo helênico arcaico

Nesse capítulo será abordada o processo de formação do mundo das cidades gregas após o fim da civilização micênica, aproximadamente nos séculos XI-X a.C, por meio das análises de pesquisadores sobre as obras homéricas e de descobertas arqueológicas do período.

O Período Homérico representa uma nova fase na estruturação da sociedade grega em decorrência da invasão dos dórios no período anterior. O novo povo encerrou a cultura creto-micênica que esteve presente por séculos e em seu lugar deu início a cultura gentílica. Como vimos no capítulo anterior, no final do Período Pré-Homérico, os dórios, povo indo-europeu, invadiram violentamente a Hélade, destruindo a estrutura comercial existente, a cultura que lá estava estabilizada e causando a migração de tal população como alternativa para sobreviver. A invasão dos dórios fez com que surgissem novas colônias gregas em novos territórios, mas alterou radicalmente a estrutura existente na Grécia.

O novo período da história da Grécia Antiga recebe a denominação de Homérico por causa do poeta Homero, que escreveu e revelou muitas informações sobre esta fase da história grega. A estrutura que havia na Grécia foi toda distorcida e deu lugar para uma sociedade baseada nos Genos. Os membros dos Genos eram chamados de Gens e dependiam da unidade familiar. Como uma organização fechada, os Genos tinham uma grande independência econômica, conquistaram grande autonomia política em consequência da independência econômica, mesmo a nova organização tendo base familiar, toda a população era favorecida. O trabalho desenvolvido na nova sociedade era de cunho individual, mas o bem da comunidade era sempre almejado. Havia um chefe que determinava o papel de cada um, tudo que era produzido era dividido igualmente entre os Gens. A estrutura garantia que nenhum Genos se desenvolvesse mais que outros, as famílias que tinham dificuldade na produção eram livres para utilizar escravos ou o trabalho de artesãos.

É claro que em toda relação humana, por mais que se preze pela igualdade social, sempre há expressões que favorecem a determinados indivíduos, o que é efeito das relações políticas. Apesar da sociedade ser igualitária, a proximidade familiar com o chefe do Genos era que determinava o grau de importância do indivíduo na sociedade. O chefe do Genos era respeitado por ser considerado como detentor de ‘fórmulas secretas’ que lhe permitiam fazer contato com os ancestrais e com os deuses que protegiam

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