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Novas possibilidades metodológicas para o ensino de história

Por:   •  7/2/2018  •  1.390 Palavras (6 Páginas)  •  281 Visualizações

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corresponde à região europeia e a asiática, enquanto as demais partes do continente africano foram anuladas da “historia universal”, o que consequentemente acabou refletindo o pensamento coletivo da sociedade africana, negligenciando a história africana em sua totalidade. Segundo Ki-Zerbo (2010):

Ainda que a influência direta de Hegel na elaboração da história da África tenha sido fraca, a opinião que ele representava foi aceita pela ortodoxia histórica do século XIX. Essa opinião anacrônica e destituída de fundamento ainda hoje não deixa de ter adeptos. (KI-ZERBO, 2010, 8)

Atualmente é possível ainda encontrar reflexo dessas representações dos negros como inferiores diante à supremacia branca na sociedade brasileira, essa situação se encontra de forma sutil e flagrante um exemplo é o “preconceito racial” em todos os âmbitos sociais e até mesmo nas instituições escolares. Segundo Antônio Olímpio (2005, p. 59):

O racismo que o negro sofre passa pela cor de sua pele. Este racismo tem um conteúdo cultural muito forte. Os mitos da sociedade ocidental em relação às diferenças entre os homens e mulheres surgem dentro de uma realidade inegável: a supremacia da raça branca. Por isso mesmo pode-se entender o fortíssimo mito em torno da cor do negro. Há uma violenta carga emocional em torno de sua cor. O negro vive em um mundo branco, criado à imagem do branco e basicamente dominado pelo branco. (OLÍMPIO, 2005, p.59)

Foi pensando nessas necessidades de compreensão históricas culturais presentes na sociedade brasileira que foi sancionada a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. Cabem ao professor utilizar outras ferramentas de trabalhos, fontes de pesquisas que não estejam somente acomodados ao livro didático. Ressaltando em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de respeitáveis intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas. Segundo Helena Theodoro (2005, p. 86):

A representação do povo brasileiro afro-descendente vai ser encontrada na obra dos compositores populares, que fazem uma literatura plena de ethos, de identidade, criando poesia, provando que a reflexão sobre a realidade não é privativa dos letrados ilustres, mas também daqueles capazes de transformar a natureza a partir da prática adquirida por seu trabalho. (THEODORO, 2005, p. 86)

Essa novas reformas curriculares têm incluído reflexões acerca das novas abordagens metodológicas que diz respeito à inclusão do ensino de África nos conteúdos extracurricular, levando em consideração as especificidades dos conceitos históricos e a necessidade de relacioná-los com a cultura presente no cotidiano do aluno.

Portanto compete ao professor utilizar métodos presentes no cotidiano do individuo, colocando os conhecimentos históricos, a fim de auxiliar o seu aluno a se posicionar criticamente sobre as decisões que possuíram influencia no âmbito coletivo, na política, levando consigo uma identidade enquanto negro, afro-brasileiro se posicionando dentro da sociedade por diversas vezes discriminatória. Nesse caso o ensino de historia não é algo pronto e acabado, com conteúdos predefinidos que não levam em conta os sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, levando a um ensino muitas vezes que não desenvolve o que é mais importante como função do ensinar historia, que é orientar os problemas da vida pratica do aluno.

REFERENCIAS

História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África / editado por Joseph Ki -Zerbo. – 2. ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010. 992 p.

SANT’ ANA, Antônio Olímpio de. Superando o Racismo na escola: História e conceitos básicos sobre o racismo e seus derivados. 2ª edição revisada / Kabengele Munanga, organizador. – [Brasília]: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. 204 p.: il.

SEFFENER, Fernando. Teoria metodologia e ensino de historia. Porto Alegre. ed. Universidade/ UFRGS. 2000.

SILVA, Ana Célia da. Superando o Racismo na escola: A desconstrução da discriminação no livro didático. 2ª edição revisada / Kabengele Munanga, organizador. – [Brasília]: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. 204 p.: il.

TEODORO, Helena. Superando o Racismo na escola: Buscando caminho na tradição. 2ª edição revisada

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