HISTORIA DA EDUCAÇÃO NO AMAPÁ
Por: Evandro.2016 • 13/11/2018 • 25.532 Palavras (103 Páginas) • 312 Visualizações
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Hoje, procuro basear-me no legado de minha mãe. Busco pensar e agir Educação, seja lecionando História ou atuando como psicóloga. Este trabalho é uma prova disto. Espero estar contribuindo para que possa escrever novas páginas na História da Educação e, desta feita, sob nova roupagem. Contudo, se não lograr êxito nesta empreitada, só me resta dizer como no poema atribuído a Henfil:
Se não houver frutos
Valeu a beleza das flores
Se não houver flores
Valeu a sombra das folhas
Se não houver folhas
Valeu a intenção da semente.
O IESAE – uma semente que brota folhas frondosas, flores tão belas e frutos da sapiência – foi ceifado impiedosamente, pelo Governo de Collor de Mello, dentre outros tantos Institutos da FGV. Por isso, nosso Curso de Pós-Graduação foi marcado pela luta e a vontade de impedir que a Educação viesse a ser alijada de tal forma. Isso, também, inspirou o que eu chamaria de “Quase uma Elegia”;
Pela extinção do IESAE –
Esperança que se esvai...
Até quando nossa Nação
Vai “matar” a Educação ?
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
CONTEXTUALIZANDO O AMAPÁ
CAPÍTULO II
DO BRASIL AO AMAPÁ: diminuindo a distância geo-política-social
2.1.. Alguns aspectos educacionais na Amazônia
2.2. Algumas iniciativas educacionais, no Amapá
CAPÍTULO III
ANALISANDO O SISTEMA EDUCACIONAL E
O ENSINO DA ESCOLA PÚBLICA, NO AMAPÁ
3.1. (Re) discutindo o “Diagnóstico do setor
Educação, no Amapá” (1978-1985)
3.2. Procedendo ao Levantamento de Dados.
3.3. Sondando os profissionais de Educação,
na cidade de Macapá.
INDICAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
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INTRODUÇÃO
As origens do tema desta obra remontam à minha época de estudante de Escola Pública no interior do Estado do Amapá, ocasião em que eu pensava que só existisse este tipo de escola. Posteriormente, a carreira de professora da rede pública levou-me a um processo de identificação ainda maior com esta modalidade de ensino, cuja conseqüência foi o ímpeto em promover um trabalho em prol de sua continuidade e excelência de qualidade.
Antes de enveredarmos diretamente pelo tema proposto, vamos conhecer um pouco mais sobre o foco da pesquisa: Macapá. Os mais ufanistas dizem que “conhecer Macapá é conhecer a Amazônia”. Não sei se chegaria a tanto. Todavia, o Amapá guarda determinadas características, que uma vez descritas, auxiliam na compreensão de sua realidade amazônica.
Macapá é a única capital do Brasil banhada pelo Rio Amazonas. E, embora se encontre a apenas 40 minutos, de avião, de Belém do Pará e não seja uma ilha, a cidade está isolada do resto do País, em termos continentais, devido à caldalosidade do Amazonas. De maneira que, as informação até 1976 – quando foi inaugurada a primeira emissora de TV -, chegavam apenas através do rádio. Hoje, com todos os meios de comunicação sediados em Macapá, o Estado conta com seis emissoras de TV, repetidoras das conhecidas nacionalmente; oito emissoras de Rádio AM-FM; oito jornais locais, incluindo o jornal paraense O Liberal, que possui um caderno com notícias sobre o Amapá; quatro empresas aéreas e quatro de navegação fluvial, responsáveis pelo tráfego interestadual e regional; quatro empresas de transporte rodoviário – que respondem pela locomoção municipal e intermunicipal.
De qualquer forma, o isolamento geográfico do Amapá transforma-se num motivo de atração turística, pois muitos querem poder conhecer seus atrativos naturais, ainda “imunes à civilização”. Ou porque ela é uma terra “cheia de verde, vida e esperança”, como certa vez falou-me um amigo de outro Estado. Assim, as pessoas querem ver de perto o relevo, as paisagens, os monumentos de valor histórico, a biodiversidade regional e a famosa pororoca – encontro das águas do Oceano Atlântico com o Rio Araguari, que provoca muito barulho e levanta ondas que atingem até cinco metros de altura. Além disso, todos querem poder degustar os pratos e frutos típicos da região.
O Marco Zero é um outro ponto de interesse turístico de Macapá – uma das cinco cidades de expressão, do Mundo, cortada pela linha do Equador. Assim, você não precisa sair do Brasil para ir ao Hemisfério Norte. Qualquer pessoa pode ser fotografada com cada pé em um hemisfério e ainda se alimentar com a metade do prato em cada um deles. No Marco Zero também foi construído o Estádio Milton de Souza Corrêa, popularmente conhecido como “Zerão”, que foi projetado de forma que o Equador dividisse o campo ao meio, tendo sido inaugurado em 1990. Para dar suporte ao estímulo da atividade turística, Macapá conta com uma rede hoteleira de 1 até 4 estrelas.
Atualmente, segundo a última contagem populacional do IBGE (1996), Macapá está beirando os 400 mil habitantes. Para atendê-los, existem mais de 50 postos de saúde e cerca de 150 postos médicos, o que é um número insuficiente, cabendo reivindicação no sentido de ampliação da rede hospitalar. De toda sorte, a sociedade civil tem engendrado formas de organização. Em 1993, já tínhamos 39 associações – dentre as quais, uma de educadores cristãos, outra de professores e três de estudantes (secundaristas e universitários)-; quatro sindicatos – sendo um deles de trabalhadores no ensino e um outro de servidores públicos federais -; três
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