Fichamento Idade Doida da Pedra

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“[...] o crack apareceu nos Estados Unidos ‘entre setores carentes da população negra e latina das decadentes áreas centrais de Nova York, Los Angeles e Miami’.” (p. 27)

“Na contemporaneidade, vemos que o uso do crack se difundiu em âmbito global, independentemente da classe social, status quo, idade ou opção sexual.” (p. 29)

“Os rituais tem importância fundamental na forma como as pessoas interpretam o mundo, estabelecem relações, potencializam crenças e ordenam uma sociedade. Henman (2005) explica que no contexto andino, esses rituais se relacionam a crenças e a poderes que levam o individuo a estabelecer contatos cósmicos.” (p. 30)

“Na perspectiva, é possível compreender que os usuários de crack são identificados como ‘párias’ da sociedade e, por falta de alternativa no mercado formal, são levados a optar por um estilo de vida marginalizado. Para sobreviver, eles acabam se inserindo em trabalhos informais ou ‘bicos’”. (p. 32)

“Nessa perspectiva, podemos afirmar que o usuário de crack é considerado como a escoria da sociedade de consumo, pois ele não se adapta ao mundo competitivo do trabalho e restringe sua vida ao consumo e à aquisição do crack. Ao mesmo tempo, o usuário de crack se realiza a partir do uso da droga que, metaforicamente, ‘consome o próprio consumidor’. O crack vai além de uma transubstanciação: ele inverte papeis, transformando-se em sujeito, enquanto o usuário passa a ser um objeto consumível.” (p. 33)

“[...] O crack simbolicamente é parte de uma estrutura, que estabelece regras, promove manutenções, normativas, e mecanismos de exclusão.” (p. 35)

“O estudo sobre o crack revela uma problemática social com carências teóricas, que legitima a necessidade de abordagens criticas, transversais e multidisciplinares para a compreensão deste objeto, tão polêmico.” (p.35)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALBUQUERQUE, Bernardo Starling. “Idade Doida da Pedra”: configurações históricas e antropológicas do crack na contemporaneidade. In: SAPORI, Luis Flavio; MEDEIROS, Regina (org). Crack: um desafio social. Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, 2010. p. 13-37.