A TEORIA VIVENCIADA NA PRÁTICA

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A preocupação com a escala humana é muito evidente nas proporções dos blocos das superquadras brasilienses, uma vez que as mesmas tinham alturas máximas de seis pavimentos de moradia e horizontalizadas. Lúcio acreditava que a seis pavimentos do chão as pessoas não perdiam o contato com o solo, sendo assim, acima disso as pessoas poderiam encarar dificuldades de visualização e audição com o que acontecia fora de suas janelas nas ruas. Elevar esses prédios sobre pilotis permitia a liberdade de circulação no solo, não havia distinção entre o público e o privado; uma das principais ideologias do urbanismo moderno defendido por Le Corbusier. Nas superquadras o que mais se aproxima de espaços privado que está no chão é a própria projeção de seus blocos e nelas também encontramos parques e áreas de recreação para o desenvolvimento saudável das crianças. Ainda sobre a preocupação de moradia e circulação dentro do eixo rodoviário na intenção de garantir melhor qualidade de vida para os moradores, foi distribuído dentro do seu perímetro equipamentos básicos necessários para a boa vivência humana como escolas, capelas, centros comerciais, quadras de esportes, natação para estreitar as distâncias dentro da cidade.

Já o eixo monumental foi de total domínio de Oscar Niemeyer influenciado pela vertente modernista bauhausiana, principalmente pela liberdade do concreto armado na construção e clareza nas formas de uma arquitetura social e que não suprime o homem. A intensão inicial do arquiteto era fazer uma arquitetura singular a nível mundial, mesmo que não agrade aos olhos de quem a observa. Podemos dizer que suas intenções foram concretizadas. Assim como nas superquadras, a escala humana foi garantida nas construções de Niemayer, a monumentalidade não era garantida pela altura dos prédios, mas sim pelas formas inusitadas e leveza garantida ao concreto, portanto arquiteto usou linhas curvas e elementos delgados assegurando organicidade moderada as construções, permitindo uma paisagem com límpida e clara para quem contempla as fachadas de Brasília. As construções no eixo monumental exprimem tal leveza que parecem pousar sobre o solo atingindo os objetivos do projetista.

Fazendo uma explanação das características da nova Capital Federal do Brasil podemos concluir que Kubitschek elevou seu trabalho na a um outro nível, sua façanha não garantiu apenas a transferência da sede administrativa da república para o vazio no meio de um nada, mas também a idealização de um emblema nacional que ganhou expressividade mundial feito a partir da vontade de um povo. Hoje Brasília é tombada como patrimônio mundial não apenas pela sua beleza arquitetônica ou urbanística, mas por todo o simbolismo que ela representa na história da nação brasileira.