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A História da Historiografia

Por:   •  20/12/2018  •  1.366 Palavras (6 Páginas)  •  258 Visualizações

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Então, perante uma realidade de aceleração temporal, filósofos da história e historicistas se voltam a responder a questão colocada sobre a utilidade do conhecimento histórico (historiografia), a constituição de uma história que se funda sobre si mesma, a partir da qual se permite que a história se volte para ela própria e, apartir disso construa a noção de uma história que se modifica progressivamente, e a constituição de um tempo puramente histórico foram estratégias determinantes para a superação dessa realidade, além de, contribuirem de maneira definitiva para a constituição da história como disciplina atualmente.

Assim, a partir da constituição da noção de progresso, autores como Gumbrecht vem a se preocupar e designar, à historiografia contemporânea, o papel de descongelar e libertar histórias e passados até então obscuros. A partir disso, a história da historiografia passa a ter a responsabilidade de intervir em seu mundo através das representações retiradas do passado. Segundo Rangel, isto não se da porque "podemos conhecer o passado e, então, pensar e intervir em nosso mundo, mas sim porque a sua tematização, em qualquer âmbito da cultura histórica, inclusive no interior da disciplina história, terá, sempre, o poder (necessário) de mobilizar os homens".

É sobre essa base, de uma história que se modifica progressivamente trazendo a tona a representação de um passado obscurecido e se utilizando disto para intervir em seu mundo atual que se funda o pensamento crítico da atualidade. Tal possibilidade se dá ao passo que se permite a modificação progressiva, pois esta permite que se critique o ponto de vista vigente, a fim de que se esclaresça oque permanece relegado ao obscuro.

A partir disto, é possível que se contribua com o debate proposto pela Calourada Preta que, ao questionar "Quanto de geral tem na historiografia geral?", propõe um questionamento em torno da bibliografia utilizada na disciplina na Universidade Federal de Ouro Preto que, ao se utilizar basicamente de autores europeus relega as produções do restante do mundo ao obscuro.

Neste ponto, a história da historiografia proposta por Gumbrecht e defendida por Rangel deve ser reconhecida como ferramenta de grande importância, por se oferecer como base para o desenvolvimento de um pensamento de risco a este respeito. Porém, a crítica proposta pela Calourada Preta diz respeito ao que toca a negligência da disciplina em trazer as produções historiográficas de outras culturas, pois se esta se propõe, e tem como função, trazer a tona as histórias obscurecidas configura-se, no interior desta, uma contradição, a partir da qual – ao se analisar as ementas propostas para esta discuplina - se pode compreender certo grau de hipocrisia.

É importante ressaltar que a crítica trazida pela Caloura Preta e aqui trabalhada, não diz respeito à utilização dos autores e pontos de vista europeus, e sim, à proposta de uma história da historiografia que se propõe a ser "geral" mas se relega unicamente a estes pontos de vista. É a partir deste desconforto, causado pela busca, por parte da disciplina, em evidenciar oque já esta em evidencia, que se formula a questão "Quanto de geral tem na historiografia geral?", tal questionamento é causado também pela certeza da importância da história da historiografia na constituição do pensamento de risco em confronto com a dúvida do cumprimento deste papel da disciplina na instituição em questão.

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Referências

ARAUJO, Valdei Lopes de e RANGEL, Marcelo de Mello. “Teoria e história da historiografia: do giro linguístico ao giro ético-político”. In.: História da Historiografia. Ouro Preto, n. 17 – abril, 2015, p. 318-332.

KOSELLECK, Reinhart. In.: Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto: PUC-Rio, 2006.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. “Depois de aprender com a História”. In.: Em 1926 – vivendo no limite do tempo. Rio de Janeiro: Record, 1999, p. 459-485.

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