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Fichamento Milton Santos

Por:   •  12/4/2018  •  25.864 Palavras (104 Páginas)  •  361 Visualizações

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Assunto:

O que é uma problemática?

Ideia Central:

São as relações que tornam inteligíveis o poder e suas manifestações espaciais.

Plano de Redação:

- Se optamos por uma problemática relacional, é porque pensamos que as relações são capazes de tornar inteligíveis o poder político e suas manifestações espaciais. A existência é tecida por relações, é um vasto complexo relacional. p.31

- A existência é tecida por relações, é um vasto complexo relacional, e nisso esta problemática é bem diferente da chamada morfofuncional. Esta exige uma geografia triangular - querer ver, saber ver, poder ver -, enquanto a outra é fundamentada por um triângulo - querer existir, saber existir, poder existir. p.31

- Toda geografia política principiou pela definição de um objeto e se instituiu num inegável "totalitarismo" do objeto: "A geografia política é isto e não aquilo!". Esse tipo de afirmação é o oposto de uma pesquisa que se define como projeto. p.31

Assunto:

Identificação das relações

Idéia Central:

Aborda a idéia de troca, as complexidades das relações e os conflitos decorrentes.

Plano de Redação:

a) Relação de trocas( material/mental)não troca

- Os 'trocadores' trazem uma realidade orgânica: seus corpos, suas mãos, além de seus instrumentos e produtos. Entram em contato. Esse contato, que traz uma informação, a cada uma das partes, os modifica. Há junção de uma energia orgânica e de uma energia informacional"2. Esse ato inicial é sempre atual, pois é repetido ad infinitum e reproduzido em todas as manifestações da vida cotidiana. Mas a relação não está somente presente na troça material; é co-extensiva e co-fundadora de toda relação social. p.32

- “A noção de troca (corpos, mãos, instrumentos, produtos) é construída através de uma teoria da relação. Este contato traz uma informação a cada uma das partes, modificando-as. É sempre atual, pois é reproduzido em todas as manifestações da vida cotidiana.” p.32

- “Mas a relação não está somente presente na troca material. Se é verdade que o ato da troca material se distingue da não-troca - doação e roubo, por exemplo - e da troca puramente mental, não deixa de ser verdade que a troca material está inserida nesta categoria mais geral que é a relação.” p.32

- A troca material não passa de um caso particular, importante sem dúvida, mas não é exclusiva da relação. p.32

b) Relações bilaterais / multilaterais

- “A complexidade das relações é talvez o que toma tão difícil a abordagem relacional. Se, por razões de comodismo, descrevesse primeiro as relações bilaterais, não se pode esquecer que se trata de uma abstração, no sentido de que, na maior parte do tempo, as relações são multilaterais.” p.32

- Exemplo utilizado pelo autor: Em um contrato de trabalho há o demandante (empresário) e ofertante (trabalhador), incialmente esta relação parece ser bilateral, no entanto, em um contrato de trabalho não pode deixar de se levar em consideração as interferências das organizações estatais e sindicais, portanto torna-se uma relação multilateral.

- Conteúdo duplo: o tempo de trabalho do ofertante e o salário do demandante, que caracterizam a troca. Essa troca é um processo de comunicação, uma vez que, antes de ser materialmente liberada, foi objeto de uma negociação, com a ajuda de signos linguísticas. P33

c) Relação de poder / política

- “A relação nasce num dado lugar e para um dado lugar, num dado momento e por uma duração determinada ou indeterminada. A partir desse momento, surgem vários problemas (...) extremamente difíceis de resolver. (...) A face funcional só informa aquilo que vai resultar da relação, isto é, a venda de uma certa quantidade de trabalho a um determinado preço (...) o que é encoberto é o poder ou a capacidade de poder do ofertante e do demandante.” p. 33-34

- “A base de toda relação, no que se refere ao seu conteúdo, é "política", visto interessar e concernir realmente, ou virtualmente, a todo ser que pertence à coletividade ou a uma dada coletividade. Em outros termos, coloca-se o problema fundamental da repartição das coisas entre os seres humanos. Ou todo mundo recebe a mesma quantidade de bens e de serviços (...) ou então se estabelece um conjunto de critérios que determinam aqui a abundância, e ali a rarefação.” p.34

d) Relação espaço / tempo

- O tempo e o espaço não intervêm para modificar aquilo que está em jogo. Por que falar do tempo e do espaço? Porque os homens só podem encontrar no espaço elou no tempo um ponto de apoio para aplicar a alavanca que aciona o poder e por ali modificar as situações reais no sentido que se queira. p. 34

- “os homens só podem encontrar no espaço e/ou no tempo um ponto de apoio para aplicar a alavanca que aciona o poder e por ali modificar as situações reais no sentido que se queira.” p. 34

- “o espaço e o tempo diferenciados do ponto de vista social, nem as posições respectivas nem, em conseqüência, as capacidades de poder são idênticas. Assim, valor de uso e valor de troca não podem ser equivalentes.” p. 34

e) Relações simétricas / dissimétricas

- “A simetria, pela existência de uma equivalência real, impede o crescimento de uma organização ou de uma estrutura em detrimento de uma outra; impede também a destruição de uma organização ou de uma estrutura por uma outra. É responsável pela diferença e pelo pluralismo. (...) implica o reconhecimento das necessidades do Outro e, consequentemente, o reconhecimento do valor de uso, portanto da utilidade para o Outro do acesso a tal bem ou serviço.” p.36

- “A dissimetria, por equivalência forçada, favorece o crescimento de uma estrutura em detrimento de outra e, num extremo, a destruição de uma estrutura por outra. (...) Não implica de forma alguma o reconhecimento das necessidades do Outro ou, antes, só reconhece a existência de suas necessidades na medida em que aceita o jogo das equivalências

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