Um olhar para futuras gerações Hans Jonas
Por: Evandro.2016 • 21/4/2018 • 3.878 Palavras (16 Páginas) • 398 Visualizações
...
das ações humanas foram ampliadas, ao ponto de poder interferir nos ciclos da natureza e agredi-la. O canto coral de Antígona reflete apenas a capacidade que o homem tinha anteriormente, nessa época suas ações não interferiam no nos ciclos naturais. No entanto, isto se modificou, e como foi dito a natureza do agir humano se modificou, tornando-se capaz de colocar o planeta em risco.
A técnica que o homem possuia ainda não era preocupante a ponto de prejudicar o equilíbrio natural, porém a civilização cresceu e aquele ato do ínicio começou a ter consequências graves. Era como se a natureza, não fosse responsabilidade do homem, ela por si só se cuidava.A ética tinha haver com o presente, à ética tradiconal está condiconada ao agir humano o homem ao criar a sua cidade (artefato) se caracteriza ser social que seria a capacidade de viver em uma sociedade. O homem era responsável pela sua cidade, a que construiu a partir de outra cidade essa responsabilidade não existe mais. Antes disso não se tinha uma preocupação com a natureza porque se a preservava, não a destruia mesmo sem ter a concepção da importância da natureza.
É feita uma crítica às éticas tradiconais porque o agir bem, da ética tradicional, ligava-se a outro o homem era o principal objeto ético, tratava-se de uma relação do homem para com o seu semelhante, uma ética antropocêntrica. A condição humana, resultante da natureza do homem e das coisas, permanecia fundamentalmente imutável para sempre, baseando-se nesse pressuposto as éticas tradicionais, podiamdeterminar com clareza e sem dificuldade o bem humano. O alcance da ação humana e de sua consequente responsabilidade era delimitado. E a relação do homem com a natureza era exclusae a ética tradicional é conceituada por Hans Jonas como sendo uma ética incompleta. Também apresentava que o bem e o mal, com o qual o homem tem que se preocupar, ficaria evidente nassuas ações. A ética era bem mais prática, sem teorias, sem a reflexão. O agir bem era imediato como foi citado na introdução, não havia uma reflexão quanto ao futuro e aos próximos que viriam. E para que o homem soubesse se sua ação era boa ou ruim era somente necessário esperar os resultados dessa açãoque, poderia chegar a curto prazo.
Jonas diz que toda ética já pensada sempre foi não acumulativa. Agora há um componente acumulativo que deve ser levado em consideração. Pois as decisões que tomamos e as ações que praticamos, no presente, repercutirão no futuro. Por exemplo, se destruirmos a natureza agora, desmatando florestas, extinguindo espécies de animais e plantas e poluindo rios e oceanos, todo esse dano estará acumulado, e o futuro sofrerá consequências devido a ele. Da mesma forma, se formos corretos no trato com o meio ambiente e utilizarmos os recursos naturais de forma sustentável, essas ações repercutirão de forma positiva no futuro, garantindo às próximas gerações um património natural bem preservado. Assim, nota-se que o efeito das ações vai se somando, de modo que nenhuma geração encontrará a mesma situação que as gerações anteriores. Cada agir estará inserido em uma situação cada vez mais distinta, em relação às antecedentes.
O autor formula sua ética da responsabilidade revelando que a visão antropocêntrica e voltada para o imediato foi mudada drasticamente com a moderna intervenção tecnológica, que coloca a natureza para uso humano e fácil de ser alterado radicalmente pelas mãos humanas, mostrandoassim como a natureza é vulnerável.Com os acontecimentos do Século XX, temos provas evidentes desse fato. Desse modo,o homem passou a ter com a natureza uma responsabilidade, pois ela se encontra sob seu domínio. Ela não pode cuidar de si mesma, é necessário que tenha um equilíbrio.. Portanto, o homem estava sempre no centro de preocupação das éticas anteriores, estas eram antropocêntricas, e preocupavam-se apenas com princípios éticos referentes às relações humanas. Além das éticas tradicionais serem antropocêntricas, elas eram também voltadas para ações imediatas, ficando presas ao aqui e ao agora. As consequências das ações não eram levadas em consideração, e por isso, deixadas ao acaso. Para que haja a responsabilidade é preciso existir um homem consciente dos seus atos e também das consequências deles.
Hans Jonas alerta que devemos preservar a natureza dos interesses utilitários, pois a responsabilidade com a natureza e a preservação não se liga à ética utilitária. Se o interesse em preservar a natureza é interesse que visa apenas o bemhumano, a orientação antropocêntrica permaneceu.O dever é maior que a obrigação e está relacionado à responsabilidade. É necessário que se tenha vontade de agir moralmente. O interesse tem que ser usado de forma ética, quando se fala em causa e efeito, trata-se das consequências que são geradas a partir de uma ação nossa. É importante se perguntar quais serão as consequências que eu vou ter não só na minha vida, mas também como aquela ação afetará o outro e os próximos que virão. É necessário que se tenha uma preocupação com o futuro hoje, para que ela seja tão maior amanhã.
Hans Jonas critica os antigos imperativos e propõe novos imperativos. São eles quatro, dois positivos e dois negativos, um deles diz o seguinte:
Aja de modo a que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a Terra.
Podemos dizer que esse imperativo Jonasiano se preocupa com várias áreas ao mesmo tempo, introduzindo a complexidade o pensamento Jonasiano e o seu imperativo porque ele volta-se a essência, a existência e também se volta não só a destruição física do mundo em que vivemos, mas também daquela desconstrução e aleatória reconstrução de nações sobre nações e de gerações, homens do futuro, com novas responsabilidades, um novo dever em prol do próximo. Esse imperativo nos permite refletir sobre as ações que praticamos no presente. Devemos agir com responsabilidade, pois o que fizermos agora terá enormes consequências no futuro. Assim, é nosso dever preservar os recursos naturais para que as futuras gerações possam também tê-los como património, do qual eles também serão responsáveis. Não devemos tornar nosso planeta um lugar inóspito. É preciso que assumamos nossa responsabilidade de preservá-lo, pois as próximas gerações têm o direito de encontrarem um planeta habitável. Não temos o direto de esgotar todos os recursos naturais e depredar toda biosfera, pois o planeta não pode ser vítima da negligência humana. Se somos os únicos seres racionais existentes, devemos assumir as responsabilidades que isto implica. E uma dessas responsabilidades é
...