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O Turno da Noite – David Riesman | A arte na sociedade unidimensional – Herbert Marcuse

Por:   •  25/12/2018  •  1.459 Palavras (6 Páginas)  •  384 Visualizações

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onde o sexo tem mais importância do que apenas satisfação de uma necessidade fisiológica, se propaga por quase toda a sociedade na mesma fase em que o trabalho se transformou em algo rotineiro e cheio de supervisão, e o sexo se torna um modo de fugir da monotonia e da apatia. Ele se torna um bem de consumo: enquanto o tipo anterior perseguia a aquisição material e era isso o que dominava o seu imaginário, o alterodirigido vê muito menos excitação em acumular bens, porém o sexo, esse sim, pode dominar a mente desse indivíduo na busca por prazer e sentimento de estar vivo. Para a pessoa alterodirigida o sexo é como um teste qualitativo de habilidade de atração e de desempenho. Hoje em dia o sexo carrega o dever de ser realmente estimulante, o que remete a característica pós-moderna de valorizar as sensações.

Resenha 2: A arte na sociedade unidimensional – Herbert Marcuse

No artigo “A arte na sociedade unidimensional”, Marcuse se propõe a analisar a “arte” em seu sentido mais geral, compreendendo diferentes tipos (a música, a pintura, a escultura, a literatura...), preocupando-se principalmente com a linguagem artística como meio de comunicação e de amostra de certo tempo da história. O autor mostra seu contentamento assistindo a juventude que se expressa contrária a Guerra do Vietnã, fazendo uso da arte expressa musicalmente – cantando canções de Bob Dylan – num movimento contra-cultural. Ele indica também uma percepção da “linguagem” da arte como a única forma de comunicação revolucionária. Uma nova linguagem poética que substituísse a linguagem tradicional, que já não consegue comunicar e se mostra incapaz de dar conta dos processos contemporâneos. O caráter unidimensional mencionado está na inexistência da perspectiva da liberdade, que é apenas fachada e ilusória, restando mesmo a perspectiva da necessidade.

O questionamento central trazido pelo autor nesse texto diz respeito à sobrevivência da arte nos tempos atuais. Desta forma, Marcuse apresenta como objetivo principal compreender se “a sociedade fechada, a sociedade onipresente e esmagadora que vivemos hoje, se está é, de fato a razão da agonia da arte em nossos tempos”.

Sintetizando, o autor considera que a arte poderia cumprir uma função revolucionária internamente, mantendo-se independente do Establishment (a ordem ideológica, econômica, política e legal que exerce forte controle sobre o conjunto da sociedade, funcionando como base dos poderes estabelecidos). A arte reagiria a isso tomando uma posição política, de protesto, de repulsa e de recusa. Assim sendo, a arte deveria ser capaz de responder ao atraso e a atrocidade contemporânea, desenvolvendo uma linguagem que vencesse a linguagem da opressão e da dominação.

Após, Marcuse questiona o motivo de ligarmos arte com beleza quando a arte, na maior parte, a nega. O autor ainda menciona que a arte é uma ilusão, visto que mostra como real aquilo que não é. Também que a arte consegue fazer beleza, dor, amargura, horror se transformar em beleza e, portanto nem o terror da realidade consegue impedir a criação da arte.

Quanto a influência da arte no campo político, o autor considera relevante o poder da arte de abrir a percepção da sociedade para coisas e atitudes novas, porém cita que ela não se empenha diretamente nesse assunto político, não tem responsabilidade de expressar um conteúdo ideológico, mas faz o que convém a ela, atuando na revolução cultural como meio de transformação de valores da sociedade presente. A arte é um importante agente intermediário entre as pessoas e as mudanças que estão por vir, de modo que ajuda na renovação da realidade e mostra de diferentes formas o que é “viver”. Enfim, a arte não é política, mas é uma forma de edificar, preparar e reorientar para uma sociedade livre, utilizando a arte como ferramenta de reconstrução social.

Com isso, Marcuse esperava uma sociedade mais consciente, atualizando suas formas de ver, pensar, ouvir, falar e sentir, e que esse desenvolvimento trouxesse consequências no campo artístico também, auxiliando a libertar as pessoas da repressão do status atual, pois a libertação da sociedade iria desestabilizando e enfraquecendo o Establishment abusivo.

REFERÊNCIA

LIMA, Luiz Costa. Teoria da cultura de massa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

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