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Mídia televisiva: Controle e Uniformização do Consumo

Por:   •  20/3/2018  •  1.387 Palavras (6 Páginas)  •  230 Visualizações

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não existia esse modelo de discurso de classe dominante. É a própria informação enquanto forma unilateral de relação social que trata de fazer e separar radicalmente o falante de ouvinte, censurando a resposta e tornando abstrata toda e qualquer situação concreta dos indivíduos. A liberdade dos meios de informação é diferente da liberdade política de opinião, visto que a última é a possibilidade real de falar e ser ouvido e a primeira é uma “ficção mercadológica do sistema informativo, destinada a justificar o caráter de mercadoria da notícia ou de quaisquer outros conteúdos informativos” (SODRÉ, 1999, p.34).

O autor associa a televisão a violência por esse sistema ser uma censura de gesto, resposta e corpo. Essa dominação não está no equipamento eletrônico em si, no físico do meio, mas na produção de suas significações. Quando descobre-se quem manipula esses meios, é possível eliminar a propriedade privada e distribuir o controle desses veículos as classes sociais, visto que no sistema de comunicação moderno, o manipulador também é manipulado pela própria ideologia que ele mesmo ajuda a produzir em sua empresa. Ou seja, eliminando-se as elites, não deixaria de existir uma manipulação, mas ela passaria a ser mais democrática e igualitária. Ao discutir o lazer moderno, o autor afirma que este é o ócio de uma forma organizada e que a televisão é a sua linguagem domesticada, que mascara a realidade do desejo e leva o telespectador a ter identificações com os modelos do sistema.

Do ponto de vista do mercado, os jornais tendem a ser como a televisão, pois levar somente conhecimento é o que menos interessa a quem manipula. A intenção é formar pessoas alienadas e não pensantes, pois o contrário poderia gerar inimigos governamentais, já que a sociedade passaria a se questionar devido a sua alta capacidade de discernir problemáticas. Assim, segundo Sodré, a televisão é uma simulação do mundo ou dos modelos que atuam nele, articulando o processo de individualização familiarizada, de repetição analógica do real e da elaboração em espelho da fantasia. Relacionado a este último processo, o livro enfoca a telenovela brasileira com foco na Rede Globo de televisão.

O que a novela leva a seu público é uma moral e realidade caseira sonhada, que é administrada pelo médium. A obra retrata que é através dele que se percebe como o sistema televisivo atua de fato, simulando o mundo por imagens, cores e demais objetos que fazem com que o real perca um pouco do vigor. Mais uma vez, é o meio televisivo visando uma ideologia hegemônica e fazendo de tudo para minimizar as diferenças do sujeito através da linguagem, uniformizando o consumo e reforçando o individualismo, fortificando essa construção da realidade através de representações sociais. É um sistema que não permite a liberdade de se falar o que se quiser, nem uma sociabilidade que gere interação entre as pessoas.

Esse meio de comunicação invadiu a cultura por inteiro, tendo grande poder na vida pública. Assim como dito em “O Monopólio da Fala”, ele pode, inclusive, moldar e condicionar campanhas políticas. Apesar da comunicação não estar restrita a mídia, ela interfere na heterogeneidade e na exploração da diferença. Apesar de ter se passado muitos anos após o lançamento do livro, o aspecto redutor da mídia ainda se faz muito presente.

Assim, apesar do grande alcance da TV atualmente, a comunicação não se tornou mais interativa e o monopólio da fala ainda se mantém. Após todo esse tempo, as empresas ainda se expressam e manipulem o receptor que não tem possibilidade de resposta. O controle ainda continua na mão de grandes corporações, apesar da multiplicidade de canais e redes abrir uma possibilidade técnica de resposta por parte do sujeito. A televisão não pode ser comparada a internet, por exemplo, visto que esta primeira é um meio que fala para todos, e a segunda é um meio onde todos podem falar.

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