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CRIAÇÃO E PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS COMO PRÁTICA EDUCACIONAL ATRAVÉS DA INCLUSÃO DIGITAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CRID CHE GUEVARA

Por:   •  16/3/2018  •  2.011 Palavras (9 Páginas)  •  359 Visualizações

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O projeto baseia-se em uma perspectiva de Inclusão Digital apoiada nas ideias de Pierre Rabardel e é estruturado em cinco princípios de sustentabilidade (BORGES NETO et all,2007), que são: (i) Garantia do Pleno Funcionamento do Ambiente; (ii) Qualidade do Acesso; (iii) Continuidade do Acesso, (iv) Instrumento para Qualificação Profissional e (v) Acompanhamento técnico- Pedagógico.

A Sustentabilidade no projeto CRID é definida em cinco princípios, conforme esclarece Santana, Rabelo e Borges Neto (2016, p.8):

A garantia de pleno funcionamento do ambiente: computadores e internet acessados com qualidade e apoiados pelo sistema de gestão local da UID; a continuidade de acesso: o trabalho dos gestores da UID da comunidade que multiplicam os saberes das formações com outras pessoas da comunidade, em sua maioria jovens, mas também incentivando aos adultos e idosos à participarem da gestão; a qualidade do acesso: a utilização da UID como sala de aula por parte dos professores com seus alunos é o principal índice para pautar este princípio. Professores acessando a UID, planejando as aulas, levando as turmas para a realização das atividades na UID, discutindo a atividade na escola e na Web é uma condição ideal.

Estes princípios objetivam o pleno funcionamento e permanência da unidade de inclusão digital em assentamentos rurais, ressaltando o papel deste espaço na formação pessoal e profissional dos sujeitos, e da comunidade como todo.

As formações fazem parte da segunda etapa do projeto, e acontecem logo após a análise a priori[4]4 e o acordo didático, entre o Laboratório e a comunidade. Divididas atualmente em quatorze formações, que abordam temáticas desde o reconhecimento de resolução de problemas de hardware, de software, produção de conteúdo, e organização e gestão do espaço da unidade. As formações acontecem semanalmente na comunidade e são planejadas seguindo os modelos do Probioe e da Sequência Fedathi, que visam proporcionar aos indivíduos envolvidos nesse processo, conceber o saber digital e significar os conhecimentos apreendidos, apropriando- se da cultura digital de forma contextualizada a realidade que estão inseridos.

Num total de 14 formações, a de nº 9 abordou a produção e edição de vídeo. Esta formação tem o objetivo de apresentar aos gestores, as potencialidades e os processos que compõem a produção dessa mídia que tem se tornado tão popular atualmente. Nesta sequência didática, apresentamos programas de edição de vídeo para o sistema operacional Linux, entre eles o OpenShot[5]5, e discutimos sobre o desenvolvimento dos aspectos pré-produção, como a elaboração de roteiro, sinopse, escolha da locação de filmagem e edição, e a pós-produção, como a finalização e a divulgação dos resultados. Além da apropriação dos termos técnicos, visamos favorecer uma visão ampla e a compreensão do processo de produção e edição como todo, proporcionando a livre expressão, a comunicação, o trabalho em grupo e o desenvolvimento do pensamento crítico das comunidades participantes, ampliando, desta forma, os seus espaços discursivos e analíticos, fazendo- os consumidores de conteúdos mais observadores e conscientes, como também produtores, tornando- os incluídos tanto no aspecto digital, como no social.

METODOLOGIA

O presente estudo, busca discutir e apresentar a formação de produção e edição de vídeo, que ocorreu durante o mês de abril de 2016, com carga horária de 12h/aulas, na comunidade Che Guevara, Ocara- CE, e o seu papel no percurso da inclusão digital sustentável e significativa dentro do projeto CRID, através de uma ação formativa e de intervenção dos bolsistas do Laboratório Multimeios.

Foi utilizada durante a formação e na sequência didática a Sequência Fedathi, elaborada por Borges Neto (2007) e outros pesquisadores do laboratório Multimeios, que trata da busca de solução de problemas através da gestão do erro e acerto. A sequência Fedathi é estruturada em quatro etapas sequenciais, que são: Tomada de Posição, Maturação, Solução e Prova. Ela tem o objetivo de nortear a postura dos mediadores, como também sequenciar as atividades propostas.

Dividimos a sequência em pequenas etapas, já que a maioria eram inexperientes na produção de vídeo. Foi apresentado aos gestores os aspectos teóricos, que se referem às etapas que compõe a produção de vídeos, e os aspectos técnicos, que se refere ao uso de softwares. Apesar da separação, ambas as etapas foram apresentadas de forma que os gestores trabalhassem com elas de forma integrada e contextualizada. Cada fase teve duração média de quatro horas, divididas em três turnos, durante dois dias.

A primeira etapa foi na sexta-feira à noite. Iniciamos o momento com a mobilização de conhecimentos anteriores. Mostramos o vídeo produzido em outra formação, incentivando os gestores em formação a fazerem apontamentos dos aspectos que poderiam ser melhorados. Tomando essas notas como ponto de partida, introduzimos a discussão sobre as etapas que compõem a produção de um vídeo, e como estas auxiliam durante o processo, pré e pós-produção. Antes de ir para a atividade prática, exibimos alguns exemplos de vídeos como: documentários, entrevistas e propaganda, para a partir disso, os gestores em formação, decidirem qual gênero de vídeo iriam filmar durante a formação.

No segundo dia, no sábado pela manhã, os gestores detiveram- se na escolha das temáticas que abordariam em seus vídeos e na criação de roteiro. Dividiram- se de acordo com os interesses de temas. Surgiram ideias de gravar vídeos sobre a cooperativa de caju da comunidade, a rotina de um gestor do CRID, um tutorial de como cozinhar o feijão de uma das moradoras, e uma entrevista com o presidente da associação de moradores.

Por fim, foram gravados os vídeos da entrevista e a rotina de um gestor do CRID. Divididos em equipes, os gestores eram mediados pelos bolsistas do laboratório Multimeios, gravando o conteúdo em pequenas tomadas, utilizando como ferramenta os seus celulares e dos bolsistas. Quando a equipe tinha que atuar ao mesmo tempo, a filmagem era realizada por um formador.

No sábado à tarde, a dedicação foi para parte técnica, ou seja, a edição no programa OpenShot. Dividimos os gestores em duplas para cada computador, e os bolsistas dividiam- se na mediação. Foram editados dois vídeos.

Terminamos as atividades com o salvamento das produções e incentivando que durante a semana continuassem as filmagens e edições de mais conteúdos que abordassem, principalmente,

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