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Émilie Durkhein e Max Weber

Por:   •  8/11/2018  •  8.038 Palavras (33 Páginas)  •  295 Visualizações

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Epistemologia

Antes de criar seu método sociológico, Durkheim enfrentava duas questões chaves da epistemologia sociológica: como ele concebia a relação entre indivíduo e sociedade, e como ele entendia o papel do método científico na explicação dos fenômenos sociais. Para resolver essas questões, percebe-se claramente a influência do positivismo para a teoria durkheimiana.

A sociedade é superior ao indivíduo

Conforme o positivismo, a explicação da realidade é condicionada pelo objeto, seria natural que Durkheim chegasse a mesma conclusão sobre a relação entre indivíduo e sociedade: a sociedade (objeto) tem prioridade sobre o indivíduo (sujeito). Durkheim afirma que a explicação da vida social fundamenta-se na sociedade, não no indivíduo, porém ele não dizia que a sociedade existiria sem indivíduos, ele ressaltava que uma vez criada pelo homem, estruturas passam a funcionar independentemente dos indivíduos, o que condiciona suas ações. Para Durkheim a sociedade é muito mais do que a somatória dos indivíduos que a compõem, pois os homens passam e a sociedade fica, então a missão da sociologia é encaminhar na explicação de como o todo condiciona suas partes, ou seja, como o objeto explica o sujeito. Em todas obras de Durkheim este pressuposto está presente, colocando total ênfase na força social sobre nossas vidas.

O método científico

Principal preocupação de Durkheim era retomar a intenção de fazer da sociologia uma ciência “madura”, assim como a física, química, astronomia e outras ciências da natureza. Para tornar a sociologia uma ciência madura, seria necessário dotar a sociologia das mesmas características das ciências da natureza, sendo assim, ele afirmava que a primeira regra e mais fundamental é considerar os fatos sociais como coisas. Equiparando fenômenos sociais a coisas, Durkheim seguia do princípio que a realidade social é igual a realidade da natureza, e assim se equiparava os fenômenos estudados. Durkheim aconselhava que ao tratar fatos sociais como coisas, evitasse pré-noções já existentes, e observasse fenômenos de acordo com características exteriores, de forma objetiva. A semelhança entre os objetos de estudo, permitiu a ele pleiteia que seus métodos de estudo também devem ser semelhantes.

Metodologia funcionalista

Com base nos pressupostos apresentados acima, Durkheim já poderia pensar em um método adequado para entender os fenômenos sociais. Como ele partia do pressuposto de que as ciências sociais deveriam usar métodos parecidos com as ciências da natureza, Durkheim acabou se inspirando na biologia como método orientador, assim, ele retomava então as ideias de Spencer, que dizia que a natureza e a sociedade obedeciam a lei da evolução. Para firmar a sociologia como ciência, a metodologia deveria responder claramente a duas perguntas para definir qualquer método cientifico: qual o objeto de estudo e como decorrer para explicar o seu objeto de estudo.

Objeto de estudo: fato social

Vindo do pressuposto de que a sociedade tem prioridade sobre o indivíduo, Durkheim defini o objeto da sociologia como sendo o “fato social”! Para ele, fato social é toda qualquer forma de agir, que exerça coerção exterior, sendo geral no conjunto de uma dada sociedade. Deve-se destacar três aspectos, para Durkheim a forma como o homem age depende da sociedade, pois as formas de agir possuem triplo caráter: exteriores, ou seja, vem da sociedade; coercitivos, que são impostas pela sociedade; e objetivas, que independem da sociedade. De acordo com seu pressuposto básico, a sociedade explica o indivíduo, e por serem produtos da sociedade é que os fatos sociais são exteriores, coercitivos e objetivos.

Objeto formal: método funcionalista

Durkheim vai se tornar um dos principais formuladores da metodologia funcionalista. Para ele, os fatos sociais não existem por acaso, estas formas de agir existem porque cumprem uma função, Durkheim afirma que: “quando nos lançamos na explicação de um fato social, temos de investigar separadamente a causa eficiente que o produz e a função que ele desempenha” [grifo nosso] (idem, p. 135). A explicação funcionalista não foi criação de Durkheim, trata-se de uma ideia de pensadores que inspiraram-se na biologia e ele tratou aprofundar-se. Para ele, explicar os fatos sociais é demonstrar as funções que eles exercem, porém, primeiro necessita investigar a razão por qual surgiu aquela prática social, para então determinar sua função. Durkheim primeiro compara a sociedade a um corpo vivo, onde cada órgão desenvolve uma função, e em segundo que o todo prevalece sobre as partes, isso significa que os fatos sociais existem em função da sociedade. A essência da metodologia funcionalista é que apesar de inovações posteriores, constitui seu núcleo de ideias básicas até hoje.

MODERNIDADE E DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

A divisão social do trabalho (1893)

Na primeira de suas grandes obras, Durkheim se preocupar em analisar qual a função que a divisão do trabalho cumpre nas sociedades modernas. Adotou a tese de que a sociedade passa por processo de evolução, que se caracteriza pela diferenciação social, ele chama a etapa inicial do processo de “sociedade de solidariedade mecânica” e a etapa final de “sociedade de solidariedade orgânica”. Para Durkheim, o que distingue cada um destes momentos da evolução da sociedade, são os mecanismos que geram a solidariedade social: consciência coletiva e divisão social do trabalho. A solidariedade mecânica e solidariedade orgânica são diferentes estratégias de integração das pessoas nos grupos ou instituições sociais, correspondem também a diferentes formas de organização da sociedade (segmentadas ou diferenciadas) e podem ser percebidas de acordo com o tipo de organização jurídica predominante (direito repressivo ou restitutivo).

Solidariedade mecânica

Nas sociedades de solidariedade mecânica, os indivíduos vivem em comum pois partilham de uma “consciência coletiva” comum, para Durkheim, a consciência coletiva é definida como “um conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, que forma um sistema determinado que tem vida própria”. Nessas sociedades existe predomínio total do grupo sobre os indivíduos, e suas semelhanças são fortes, possuindo cultura comum o que

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