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Karl Marx e Max Weber

Por:   •  11/4/2018  •  1.924 Palavras (8 Páginas)  •  424 Visualizações

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Com base nessa visão, a educação é um objeto de pesquisa que está inserida numa sociedade com luta de classes. Antes de tudo, é importante destacar que “A educação não foi o tema central de Marx, mas aparece nas suas preocupações sobre a construção do homem plenamente desenvolvido em suas potencialidades físicas e espirituais, não subjugado ao domínio do capital. (FERREIRA Jr; BITTAR, 2008, s/p)”. No entanto, sua obra nos legou alguns princípios importantes que devem ser considerados, quando quisermos estabelecer uma prática educacional transformadora, até mesmo, porque podemos considerar que o educador também é um trabalhador e exerce uma atividade criadora, podendo gerar uma série de transformações.

Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; mas o que importa é transformá-lo (MARX; 1845, p.14).

Marx critica uma postura contemplativa da filosofia, que apenas observava e nunca intervinha na realidade. A concepção marxista de educação traz uma proposta educacional radicalmente humanista. Sendo assim, o marxismo opera com o princípio de que tanto o corpo como a espiritualidade do homem tem que se desenvolver de forma harmoniosa e também reflexiva. Nós nascemos biologicamente seres humanos, mas nós nos construímos humanos ao longo do nosso processo de vivência na sociedade. A educação fundamentada no pensamento marxista instrumentaliza o sujeito, para que, na prática social, o homem se torne efetivamente humano, no sentido pleno de humanidade.

MAX WEBER

Max Weber (1864-1920), diferente de Marx e Durkheim, se preocupa em compreender a autonomia do indivíduo e com o grau de liberdade que cada um tem ao agir. A sociedade seria um sistema de poder, que perpassa todos os níveis de sociedade, desde as relações de classe a governados e governantes, como nas relações cotidianas na família ou na empresa. A sociedade se constitui nas relações. Ele não desconsidera a importância das bases econômicas e nem que esse indivíduo é influenciado pelas instituições sociais, mas acredita que apesar desse jogo de influências, cabe a cada um de nós certas liberdades, que são explicadas pelo conceito de ação social.

Por ação deve entender-se uma conduta humana (um fazer, seja externo ou interno, um omitir ou permitir) a qual o sujeito ou sujeitos da ação a ela atribuam um sentido. A ação social é uma ação na qual o sentido pensado pelo sujeito ou sujeitos está referido à conduta dos outros e por ela se orienta no desenvolvimento da ação. (WEBER; 1944, p.5)

A pergunta central weberiana é: Por que as pessoas tomam determinadas decisões? Assim, partindo do indivíduo e de suas motivações, ele pretende compreender a sociedade como um todo.

Para construir esse argumento, trabalha com o recurso metodológico do tipo ideal, que são classificações que servem, tão somente, para tentar enquadrar possibilidades de comportamentos e interpretações. Os tipos ideais não são flexíveis, ou seja, ao analisar um fato social, como diria Durkheim, podemos fazer uso de um tipo ideal, mas não significa que não exista um trânsito entre essas classificações.

Obtém-se um tipo ideal mediante a acentuação unilateral de um ou vários pontos de vista, mediante o encandeamento de grande quantidade de fenômenos isolados dados, difusos e discretos, que se podem dar em maior ou menor número ou mesmo falar por completo, e que se ordenam segundo os pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de se formar um quadro homogêneo de pensamento. (WEBER;1991, p.106)

Basicamente, pensando na dominação e na estrutura que caracteriza as relações sociais e de poder, Weber vai pensar na existência de três tipos: a dominação tradicional, caracterizada pela repetição; dominação carismática, caracterizada pela persuasão; dominação racional, característica da nossa sociedade. Pensando nessa estrutura, ele se preocupa com a questão da racionalidade, que é a escolha consciente dos indivíduos: Como e por que é que consentimos em sermos mandados, governados, orientados, comandados? Partindo desse pressuposto, ele diz que, quando um indivíduo obedece, é porque compreende que o sistema o trará algum tipo de benefício.

A tarefa da sociologia, então, segundo Weber, é a de compreender, interpretando as ações orientadas por um sentido. Essas ações sociais estudadas por Weber estão divididas em quatro tipos: ação tradicional, que tem por base um costume enraigado; ação racional em relação aos fins, que fundamenta-se numa avaliação da relação entre meios e fins; ação racional em relação aos valores, que fundamenta-se em convicções, agindo de acordo com aquilo que ele acredita; ação afetiva , que tem por fundamento os sentimentos. Enquanto as ações tradicionais e afetivas dizem respeito às comunidades, à vida comunal, as ações racionais estão ligadas à sociedade no seu sentido mais abrangente, presentes na sociedade moderna.

Weber não compreende as ações sociais como uma receita que vai determinar o porque o individuo age, mas mostra em que circunstancias ele age e até onde ele pode chegar, o que é uma contextualização sempre presente na teoria weberiana. A mesma, sendo histórica, permite a ele pensar o capitalismo a partir da ética protestante, que foi relevante, já que ensinava a respeito do trabalho de uma forma digna para o homem, e isso ocorreu quando a rotina do sistema capitalista precisava se impor perante a sociedade. Para ele, o desejo do lucro não foi criado pelo capitalismo moderno, pois poderia ser visto em outros momentos da história. E uma das premissas dos protestantes era que a riqueza obtida como sinal de predestinação deveria ser reinvestida no mundo do trabalho e não gozada, ou seja, o modo de vida deles era receber o lucro e reinvestir.

Weber achava que a educação era fundamental para transformação da pessoa em um indivíduo autônomo e, por outro lado, para estar politicamente ligado a sua nação. Ele relaciona os tipos de educação com os tipos de dominação legítima, que retrata uma autoridade, que vem a ser, um poder legitimado e consentido, que existem na sociedade. Identifica-se,

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