Teoria e Método - PARSONS

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Portanto, a Escola de Chicago propõe uma epistemologia acerca de uma sociologia que englobe as duas correntes de pensamento, isto é, a teoria objetiva e teoria subjetiva, unindo na pesquisa elementos objetivos (empírico) e elementos subjetivos (pesquisa de campo, estudos de caso) e dentro de um roteiro de pesquisa especifico (pesquisas monográficas/descritivas) que era compartilhado pelos autores do movimento intelectual aqui comentado.

Diante da situação de que também se deve observar na pesquisa os elementos subjetivos tal corrente recorre as metodologias próprias da Antropologia, isto é, a etnografia ganha ênfase no momento de pesquisa, pois somente com essa ferramenta de pesquisa qualitativa seria possível adquirir informações acerca dos temos estudados, que no caso era temas totalmente voltados para a cidade.

Contudo, durante o movimento intelectual da Escola Sociológica de Chicago, foram elaboradas diversas pesquisas acerca dos mais variados e inovadores temas no que toca a vida urbana, tratando fenômenos sociais como: organizações de gangues, a “profissionalização” do ladrão, o crime organizado, relações de trabalho e exploração, relações raciais, a vida em hotéis, prostituição, imigração entre outros temas da vida social urbana.

Diante deste contexto onde o foco principal é a pesquisa social na cidade e também de uma metodologia própria que une os autores em uma determinada escola de pensamento que leva em consideração os dados subjetivos e objetivos, juntando a pesquisa de campo ao trabalho empírico, os materiais como cartas, entrevistas, documentos pessoais, documentos públicos, depoimentos, histórias de vida/narrativas são tidas como objeto de análise e material para estudo da vida social, pois os dados subjetivos que também teriam grande importância para entender a realidade social no aspecto das interações entre os sujeitos e os valores a quais estes sujeitos atribuem as suas ações.

Pesquisadores como Willian Thomas e Florian Znaniecki por exemplo afirmavam que a pesquisa cientifica de cunho social deveria prescrever um diagnóstico acerca dos conflitos e problemáticas existentes na vida social, isto é, na sociedade civil. Os dois autores também propunham que a sociologia deveria ser interdisciplinar, ou seja, uma pesquisa cientifica que possa dialogar com as demais áreas do conhecimento como: a psicologia, a geografia, a história, a estatística e outra qualquer área possa agregar algum tipo de conhecimento ou explicação junto as ciências sociais para o tema estudado.

Outro elemento primordial neste tipo de epistemologia é a valorização da pesquisa de campo, o que também serve de crítica ao positivismo que na época fora considerado como uma “sociologia de gabinete”, que não se preocupava com a pesquisa de campo e somente apontava os problemas muitas vezes de forma pessimista e imparcial, porém, a Escola Sociológica de Chicago se opõe a esse tipo de “pesquisa imparcial”, pois uma das características mais marcantes do movimento fora a pesquisa social objetivada e funcional onde o pesquisador propõe ações transformadoras, como um “hall de propostas” para os problemas sociais dos governantes, empresas privadas e sociedade civil.

Questão 2.

Quais aspectos da discussão de Georg Simmel estão presentes na proposta teórico/metodológica de William Isaac Thomas e Erving Goffman?

Questão 3.

Faça uma discussão sobre a proposta teórico/metodológica de Talcott Parsons.

Questão 4.

No que consiste o conceito de situacionismo de Erving Goffman?

Antes de qualquer coisa, para discursar sobre o conjunto da obra de Erving Goffman é preciso ter em mente em qual contexto ele escreve sua pesquisa e com qual autores e quais conceitos o mesmo usa para construir seu objeto de investigação.

Goffman foi um pesquisador canadense, nasceu na cidade de Mannville e viveu entre 1922 e 1982. Foi considerado um enorme contribuinte para o campo acadêmico/cientifico devido a suas obras, principalmente sobre seu conceito de microssociologia (análise interpretativa das interações sociais) e situacionismo metodológico (contexto ou situação vivenciada – drama) sendo que a partir do princípio de interdisciplinaridade o mesmo dialoga com outras áreas do conhecimento como a psicologia social (conceitos), a antropologia (metodologia qualitativa), psicanalise, linguística, literatura, educação, ciências da saúde e também comunicação social.

Apesar de Goffman inovar com seus conceitos dentro desta epistemologia, isto é a microssociologia, o autor utiliza como referência as obras de Talcott Parsons, principalmente sobre o conceito de ação social, isto é, uma sociologia que leve em consideração as possibilidades/estratégias de ações dos indivíduos perante a estrutura social; também utiliza conceitos vindos da escola Sociológica de Chicago, no que toca as disposições, expectativas, motivações para a ação e interação e os significados que os atores atribuem as estas ações durante as interações, ou seja, uma estratégia de pesquisa que proporcione colher dados as quais demonstrem as subjetividades dos indivíduos, contudo a obra de Goffman aqui comentada também gira em torno do conceito de Georg Simmel, isto é, Interações Sociais que gira em torno da questão de que: como a sociedade é possível?

[...] Diante desta questão podemos perceber no texto que Goffman dentro de uma sociologia das circunstancias explica a possibilidade da sociedade através do conceito de civilidade, que segundo Goffman, seria “um modo de abordaras interações ordinárias interrogando-as sob o ângulo de seus pressupostos normativos (e num espaço público, dos conflitos e das normas (, ou do ponto de vista da sua pertinência na situação, de sua oportunidade e de suas consequências. Trata-se das civilidades, das conversações cotidianas e familiares, as civilidades rotineiras das interações de serviço, as maneiras de se conduzir e de falar de um desconhecido ou com um colega de trabalho, os modos de agir para com o próximo ou o estranho, para com o indivíduo normal ou estigmatizado. [...] CIVILIDADES Pág.: 15

Portanto, através das contribuições que referenciaram Goffman como: T. Parsos com a teoria geral da ação, E. S. de Chicago com sua proposta de análise sobre as subjetividades, Gerog Simmel e Herbert Blumer e as interações sociais, Erving Goffman cria seu objeto de pesquisa com o intuito de averiguar as ações humanas