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O Confronto de Fundamentalismo. Cruzadas Jihads e modernidades

Por:   •  5/10/2018  •  1.297 Palavras (6 Páginas)  •  240 Visualizações

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Apresenta ao leitor suas proposições sobre o fundamentalismo americano e sua necessidade de um inimigo para manter um império, de forma que 11 de Setembro teria representado a materialização de algo previamente anunciado, o qual seria responsável portanto por sua ocorrência. Ali acompanha os antecedentes dos ataques, enquanto questiona a cultura conformista do nosso tempo, mostrando-nos como a “guerra contra o terror” é um choque de fundamentalismos: o religioso versus o imperial.

Levanta alguns questionamentos sobre as efetivas mudanças na política mundial após o atentado, abordando a visibilidade da violência cotidiana em outras partes do mundo por parte da mídia, ressaltando também o imperialismo americano como algo já apresentado para a maior parte do mundo e busca mostrar que uma nação colhe o que planta.

Assim por conta de sua riqueza e poder sem contar as discrepâncias da atual política externa americana, que isola cada vez mais os países islâmicos em prol de questões israelenses, na opinião do autor os Estados Unidos sempre serão alvo de retaliações.

A leitura é instigante e explica as formações das diversas facções dentro do islamismo, as raízes do wahhabismo que até hoje domina a sociedade na Arábia Saudita, o sionismo religioso, o apoio dos poderes e das companhias de petróleo a diferentes facções para obter acesso aos poços, a ocupação dos territórios da Cisjordânia e Faixa de Gaza, o nacionalismo árabe, a jirah islâmica contra nacionalistas seculares, a guerra do Iraque, a guerra do Golfo, a tensão entre a Índia e o Paquistão, a forma desigual com que a mulher é tratada em relação a sua participação na política, assim como seu acesso à educação e outros fatos históricos que culminaram no fatídico 11 de setembro.

Do ponto de vista acadêmico, não poderia destacar a obra como fonte de conhecimento sobre as origens do Islã, seus mitos de fundação, sua história, cultura, riqueza e suas diferenças de uma sociedade que tanto tem gerado polêmica entre as demais alas religiosas. Contudo, o discurso do autor distancia-se do apelo de paz, ao expor seus argumentos e possíveis intervenções.

Foi percebido também, um esgotamento no sentido terror e espetáculo direcionando o leitor a uma possível justificativa aos atentados, no qual o autor não se posiciona como neutro em sua abordagem, mas parece seguir o caminho do confronto de modo que o próprio talvez não se perceba. Ali explica um mundo que é tratado como assunto proibido em uma cultura ainda muito criticada e vista como cada vez mais provinciana, que celebra as virtudes da ignorância, promove culto a estupidez e exalta o presente como um processo sem alternativa, o autor também discorre sobre a religião muçulmana , particularidades e ramificações trazendo algumas desmistificações, e aguçando nossa curiosidade para maior aprofundamento e busca pelo conhecimento sobre suas origens e seu modo de vida, costumes e crenças.

O texto também nos faz refletir sobre a vinculação do terrorismo a cultura Islã, onde é comum associar o homem muçulmano a uma pessoa “bárbara” e a mulher a uma pessoa “reprimida”, mas é preciso ter cuidado com esses estereótipos e generalizações. A xenofobia é o sentimento anti-imigração, já a islamofobia é o preconceito religioso e o ódio a muçulmanos.

A islamofobia é o crime de ódio que mais cresce na Europa. Comunidades de imigrantes e muçulmanos e seus descentes relatam o aumento e o medo de saírem nas ruas e serem marginalizados. Os atentados do dia 11 de setembro, os recentes atentados terroristas na Europa como o da revista francesa Charlie Hebdo, os conflitos causados pelo grupo terrorista Estado Islâmico e o intenso fluxo de refugiados para a União Europeia contribuíram para reforçar esse tipo de preconceito. O crescimento das comunidades muçulmanas exigira do mundo ocidental uma melhor compreensão de sua cultura e novas formas de convivência e inclusão social.

Eliana Ramos de Macêdo

Graduando em Ciências Sociais na Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

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