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O Cinema e ensino de sociologia

Por:   •  19/12/2018  •  1.147 Palavras (5 Páginas)  •  366 Visualizações

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da história.

Essa realidade tão bem trabalhada por Muylaert mostra como é míope a visão de boa parte da sociedade que não percebe as desigualdades, as segregações, as relações de autoritarismos estabelecidas, porque simplesmente estão condicionadas a respeitar certas regras impostas pela classe dominante. Isso fica claro com o jargão usado pelos personagens do filme “você é como se fosse da família”, porém a empregada dorme num quartinho abafado no fundo da casa, não pode usar piscina, nem se sentar à mesa para fazer as refeições, sendo dessa forma apartada das verdadeiras relações e laços familiares.

Outra questão é que a classe alta não suporta ver a mudança da sociedade, querendo talvez assim manter o passado escravocrata, resistindo ao máximo as mudanças sociais. Alguns momentos provocam reações de extremo espanto e frustração nos patrões de Val, por exemplo quando veem Jéssica, filha da protagonista, querendo prestar o vestibular para arquitetura (um curso considerado da elite da sociedade), ou mesmo quando ela passa no tal vestibular.

Tais recortes da realidade em Que horas ela volta? levanta questionamentos que nos fazem pensar em nossa posição nessa sociedade elitista e segregadora.

6 COMO OS CONCEITOS DE DESIGUALDADE DE GÊNERO OU DESIGUALDADE SOCIAL SÃO APRESENTADOS NA NARRATIVA?

O filme retrata claramente o conceito de luta de classes, patroa x empregada, opressor x oprimido, pobre x rico. Durante todo o filme vemos delimitado o espaço físico e psicológico da empregada, que aceita pacificamente sua posição por entender e cumprir as implícitas regras estabelecidas pela família - veladamente - opressora.

A filha da empregada vem a ser um contrapeso nessa balança, é ela que mostra à mãe sua condição subalterna dentro da relação com a família. Jéssica não se curva aos mandos e desmandos, não se coloca como inferior nem superior e sim como uma igual. Sua visão crítica e de entendimento da sua posição na sociedade afina o discurso das desigualdades sociais.

REFERÊNCIAS

ENSAIOS de Gênero. “Que horas ela volta?”: um filme para se pensar a estratificação social no Brasil. Disponível em: <https://ensaiosdegenero.wordpress.com/2016/01/30/que-horas-ela-volta-um-filme-para-se-pensar-a-estratificacao-social-no-brasil/>. Acesso em: 17/11/2017.

FICHA TÉCNICA. Que horas ela volta? Disponível em: <https://filmow.com/que-horas-ela-volta-t104058/ficha-tecnica/>. Acesso em: 17/11/2017.

FILOSOFIA, ciência & vida. Análise de Que horas ela volta? Disponível em: <http://filosofia.uol.com.br/analise-de-que-horas-ela-volta/>. Acesso em: 17/11/2017.

LINKEDIN. "Que horas ela volta?" - um olhar da Sociologia. Disponível em: <https://pt.linkedin.com/pulse/que-horas-ela-volta-um-olhar-da-sociologia-raquel-oliveira>. Acesso em: 17/11/2017.

O CAPITAL. Volume 1 - Parte III - Capítulo VII - Processo de Trabalho e Processo de Produção de Mais valia. Disponível em: <https://www.marxists.org/portugues/marx/1867/ocapital-v1/vol1cap07.htm>. Acesso em: 18/11/2017.

PORTAL Sociologia. Filme: “A que horas ela volta?”, comentário sociológico. Disponível em: <http://www.sociologia.com.br/filme-a-que-horas-ela-volta-comentario-sociologico/>. Acesso em: 17/11/2017.

QUE HORAS ela volta? Direção: Anna Muylaert. Produção: Fabiano Gullane, Caio Gullane, Debora Ivanov, Gabriel Lacerda. Intérpretes: Michel Joelsas, Camila Márdila, Karine Teles, Lourenço Mutarelli e Regina Casé e outros. Roteiro: Anna Muylaert. Brasil: Pandora, c2015. 1 DVD (114MIN), Colorido. Produzido por Globo Filmes, Gullane, África Filmes.

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