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Performance na Educação Infantil

Por:   •  23/3/2018  •  7.647 Palavras (31 Páginas)  •  266 Visualizações

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Na busca pela ressignificação da formação de educadores no contexto atual, pus-me a explorar, possíveis aproximações com o que seria Performance na Educação Infantl, transpondo-os e atualizando-os no contexto da Educação Infantil por meio da construção de um personagem, abordando, através de questões relacionadas ao universo dos educadores e de suas crianças. Como esses “tipos”poderiam ser transpostos para um espetáculo para crianças?

O trabalho com a performance oferece elementos para a ampliação da expressividade, oferece possibilidades de discutir questões do cotidiano, uma vez que ela própria se apropriava de tais questões para conduzir suas narrativas “improvisadas”. Ela dispõe de conteúdos importantes para se compreender o fazer teatral, o jogo cênico, a exploração do universo lúdico, exploração da improvisação, da preparação corporal, das múltiplas linguagens, uma vez que se utiliza da dança, da música, etc.

O objetivo principal da pesquisa foi propiciar os 20 educadores que participaram da formação, uma vivência teatral, buscando perceber o potencial da performance para a ampliação do repertório expressivo de tais educadores, assim como, propiciar uma reflexão sobre os modos de se fazer teatro para e com as crianças.

2 CONTEXTO HISTÓRICO-PEDAGÓGICO DA ARTE

Antes de adentrar ao mundo da Arte na Educação Infantil, faz-se necessário conceituar o termo Arte, diante de toda a amplitude da palavra. Arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. Ela pode ser representada através de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema e na dança. Após seu surgimento, há milhares de anos, a arte foi evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na nossa sociedade, podendo ser vista ou percebida pelo homem de diferentes maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Segundo Martins;Picosque;Guerra (1998, p.14):

A comunicação entre as pessoas e as leituras de mundo não se dão apenas por meio da palavra. Muito do que se sabemos sobre o pensamento e os sentimentos das mais diversas pessoas, povos, países, épocas são conhecimentos que obtivemos única e exclusivamente por meio de suas músicas, teatro, pintura, dança, cinema, etc. (Martins.1998, p.14):

Para uma melhor compreensão do ensino de Artes na Educação Infantil pontuaremos a trajetória da história da Arte no Brasil num primeiro momento, pois as marcas se fazem visíveis na prática pedagógica de muitos professores que atuam com crianças de 0 á 6 anos.

O Ensino de Arte no Brasil evoluiu consideravelmente de acordo com momentos históricos e correntes pedagógicas vigentes, ou seja, após a criação da Escola Nacional de Belas Artes por D. João VI em 1816. A partir dessa época, do ponto de vista metodológico, as aulas de Artes das escolas brasileiras adquirem uma tendência tradicional, com reproduções de modelos propostos pelo professor, e que levam o aluno a adquirir coordenação motora, precisão, hábitos de limpeza e ordem nos trabalhos que devem ser úteis na preparação da vida profissional. Segundo Ferraz:

[...] as práticas educacionais surgem de mobilizações sociais, pedagógicas, filosóficas, e, no caso de arte, também artísticas e estéticas. Quando caracterizadas em seus diferentes momentos históricos, ajudam a compreender a questão do processo educacional e sua relação com a própria vida (Ferraz. 1993, p.27).

Porém na década de 60, houve uma reorientação de pensamento sobre o ensino de artes, vinculadas as tendências da época, procurando definir a contribuição específica da arte para a educação do ser humano.

Na década de 70, diversos autores embasados nas concepções de Jonh Dewey contribuíram para a sua mudança na metodologia do ensino, seguindo orientação dos Parâmetros Curriculares da Arte (BRASIL, 1988), dentro deste o conteúdo dela é dividido em quatro linguagens, Artes Visuais, Música, Dança e Teatro, e de acordo com o PCN nas escolas a prática as Artes Visuais, são mais priorizadas e as demais perdem espaço por falta de tempo e de estrutura ou por deficiência na formação dos professores, isto porque o desenho, a pintura e a escultura estão mais presentes no dia a dia, portando facilita a abordagem, sendo este tema o foco principal do estudo deste artigo.

Em 1971, é assinada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 5.692, que cria o componente curricular Educação Artística, como tentativa de melhoria do ensino da arte na educação escolar. De acordo com Ferraz; Fusari (1999), a implantação da Educação Artística como componente curricular não é bem definida, não é caracterizada como matéria, mas uma área bastante generosa e sem contornos fixos, flutuando ao sabor das tendências e dos interesses. A Arte então é considerada atividade educativa, e não disciplina.

Isso foi um avanço principalmente se considerarmos que houve um entendimento em relação à Arte na formação dos indivíduos seguindo regras de um pensamento renovador. Como muitos professores não estavam habilitados e preparados para o domínio das várias linguagens, que deveriam ser incluídas no conjunto de atividades artísticas, tais como Artes Plásticas e Artes Cênicas, Educação Musical, então o resultado foi contraditório.

Finalmente, nos anos 90, a disciplina Arte, antiga Educação Artística, foi reconhecida como disciplina, constando na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96), aprovada em 20 de dezembro de 1996, em seu artigo 26, parágrafo 2º: “O ensino da Arte constituíra componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (BRASIL. 1996).

Esta lei também veio garantir este espaço na Educação Infantil, o contexto da linguagem da Arte como fundamental no desenvolvimento cognitivo, sensível e cultural da criança, visto que até bem pouco tempo o aspecto cognitivo não era considerado neste segmento, pois esta não estava integrada a educação básica. No que diz respeito à Arte na Educação Infantil o Referencial Curricular para Educação Infantil (RCNEI) diz que:

[...] tal como a música, as Artes Visuais são linguagens, e portanto uma das formas importantes de expressão e comunicação humanas, o que, por si só, justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na Educação Infantil, particularmente. (BRASIL, 1998c, p.85).

Ferraz; Fusari (1999a) colocam que ao trabalharmos

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