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Dança Para Educadores

Por:   •  24/1/2018  •  1.412 Palavras (6 Páginas)  •  293 Visualizações

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Através da dança, os movimentos possam expressar aspectos como sentimentos, pensamentos e intenções que são despontadas na vivencia com outras pessoas. Na escola, espaço onde as diferenças se encontram e uma série de normas precisam ser seguidas, inúmeros sentimentos são despontados nas crianças e o simples fato dos alunos precisarem ficar sentados em uma carteira por algumas horas já desperta algumas inquietações que pode ser externadas através da do movimento, daí ressalta-se a importância do professor saber explorar os movimentos dos alunos, principalmente nas aulas de dança, onde a capacidade de comunicar-se através da linguagem corporal se torna ainda mais recorrente.

Lablan defendeu o desenvolvimento de uma técnica de dança livre, espontânea, norteada apenas pela necessidade de expressar-se e muitas vezes caracterizada pela improvisação, visando o exercício e a valorização dos movimentos humanos, bem como a sua apreensão como alternativa para exprimir os anseios e como elemento para reconhecer o espaço e o tempo. Instruir o aluno sobre os usos que ele pode fazer com o corpo, a conhece-lo e entender como ele pode se expressar através dos movimentos são algumas das finalidades que devem estar entrelaçadas com o ensino da dança nas escolas.

A partir dessas colocações acerca das propostas labanianas, pode-se fazer uso da dinâmica da dança das cadeiras para inicialmente trabalhar a dança em sala de aula a partir dos pressupostos defendidos por Laban, onde o movimento é o elemento que mais recebe atenção em uma dança direcionada pela necessidade de expressar-se e de externar as necessidades e apreensões do próprio corpo.

Ao elaborar coreografias improvisadas ao redor das cadeiras em um contexto de apreensão e adrenalina para não ficar sem assento ao final da dança, os alunos acabam por expressar todas as suas sensações nos passos que eles estão realizando. Lablan preocupou-se em fazer da dança uma atividade de libertação dos movimentos que são reprimidos cotidianamente pelas práticas do dia a dia, a dança das cadeiras, uma atividade simples mas que gera possibilidades para que os alunos extravasem todos os seus anseios e sentimentos através da liberação dos movimentos e das relações de troca que podem ser restabelecidas entre os membros do grupo.

Infelizmente muitas escolas não têm trabalhado com a expressão corporal dos alunos, pois priorizam o ensino intelectual visando o desenvolvimento do raciocínio logico e a inserção no mercado de trabalho. Desta forma, somente os conhecimentos que são valorizados pelas logicas de mercado e para a formação dos exércitos industriais de reserva recebem uma maior atenção na elaboração dos projetos políticos pedagógicos da escola.

O ensino da dança muitas vezes fica entrelaçado com a elaboração de coreografias para as datas comemorativas ou até mesmo associado às atividades de educação física que são realizadas na quadra. Porém, os parâmetros curriculares nacionais estabelecem que a escola deve assegurar uma educação plena que efetive o desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e estético dos alunos, e partindo dessa ótica o corpo da criança também precisa ser trabalhado.

A dança configura-se em uma importante ferramenta para promover atividades que possibilitem que a criança conheça o próprio corpo, os usos que podem fazer dele, e a importância dos movimentos para a expressão das ideias e dos sentimentos. Laban nos traz uma contribuição valiosa ao defender o ensino da dança desvinculado de regras rígidas e norteadas pelas necessidades apresentadas pelo público que irá dançar.

O ensino da dança é indispensável para o pleno desenvolvimento do aluno e deve estar entrelaçado à pratica dos professores que ministram as disciplinas de artes e educação física dentro da escola. O corpo da criança, mesmo quieto, pode estar sendo cenário de uma inquietação interna, as práticas pedagógicas adotadas nas escolas fazem com que os alunos fiquem muito tempo sentados e quietos, e isso acaba alimentando o surgimento de uma repressão, o que acaba condicionando o desenvolvimento do aluno, pois uma vez que a criança sente-se reprimida, ela só irá realizar os movimentos que são socialmente aceitos e não saberão fazer uso dos gestos e movimentos para externar as suas próprias vontades e os aspectos que são próprios de sua personalidade.

A importância de criar momentos para a liberação dos movimentos que são reprimidos durante horas evidencia-se nos momentos de recreio, que são ansiosamente aguardados pelas crianças e acabam configurando-se em momentos de intensa movimentação física e expressão de sentimentos. Estudar o movimento humano torna-se importante para compreender o próprio comportamento do indivíduo.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Vivian Vieira. Sobre a autonomia da força na dança: Rudolf Laban confrontado a partir de Theodor Adorno. Universidade Federal Fluminense. Instituto de

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