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A INTERVENÇÃO DO EDUCADOR NA PREVENÇÃO DAS DIFICULDADES DE ENSINO OCASIONADAS PELA DISLEXIA: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO

Por:   •  18/4/2018  •  6.218 Palavras (25 Páginas)  •  266 Visualizações

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Com a intenção de proporcionar uma leitura concisa, coerente e agradável, o artigo em questão aborda os tópicos relacionados a dislexia e a educação na seguinte sequência: primeiramente, são realizadas breves considerações sobre a educação inclusiva e sua importância para um sistema de ensino igualitário. Após isso, discorre-se sobre a importância do plano nacional de educação para o desenvolvimento da prática docente.

Adentrando ao assunto proposto, é abordada a interferência ocasionada pelas dificuldades de aprendizagem, especificamente da dislexia, sua interferência no aprendizado, e quais as possíveis medidas que os educadores podem adotar para adaptar metodologia de ensino a realidade dos alunos disléxicos. A pesquisa em si culmina com as observações e perspectivas adquiridas através do estudo desenvolvido.

2 Formação docente: expectativas e necessidades

Durante muito tempo, a formação inicial dos educadores foi considerada algo suficiente para preparar o indivíduo para enfrentar as diversidades da vida profissional. Entretanto, o avanço do conhecimento observado nos últimos anos e sua interferência sobre desempenho profissional despertou a necessidade de atualização e de aperfeiçoamento constante dos que atuam na educação, reafirmando que;

A formação não se esgota na formação inicial, devendo prosseguir ao longo da carreira, de forma coerente e integrada, respondendo às necessidades de formação sentidas pelo próprio e às do sistema educativo, resultantes das mudanças sociais e/ou do próprio sistema de ensino. (RODRIGUES e ESTEVES, 1993, p. 41).

É imperativo o estabelecimento de uma formação inicial que proporcione ao futuro professor, conhecimentos válidos capazes de fundamentar atitudes interativas e dialéticas que conduzam a valorização da necessidade de atualização contínua, em função das mudanças produzidas.

Por conseguinte, a formação inicial mantém características constituídas na sua gênese, não sendo mais entendida como locus que encerra a aquisição da competência necessária ao educador. A necessidade de formação continuada para o professor é criada a partir da responsabilidade pela difusão do saber socialmente constituído, da evolução do conhecimento, quanto aos processos de ensinar e de aprender, do fracasso escolar expresso nos índices de repetência e evasão dos alunos e das reformas empreendidas no sistema e nos currículos.

Em relação aos cursos de formação inicial, o modelo predominante percebe que o professor é um técnico. Sob essa ótica, a atividade docente seria essencialmente instrumental, apoiando-se na aplicação de teorias e técnicas científicas. No entanto, essa visão determina a hierarquização nos níveis do conhecimento em que o conhecimento teórico, sistematizado e controlado, sobrepõe-se a qualquer outro.

Essas questões contribuíram para o surgimento de discursos e práticas referentes à formação continuada, redimensionando o papel da formação inicial de professores no desenvolvimento da sua competência para ensinar. Assim, se o curso de formação inicial é condição para um sujeito tornar-se professor, ser professor implica estar em formação contínua. Dessa maneira:

[...] os formadores de professores têm obrigação de ajudar os futuros professores a interiorizarem, durante a formação inicial, a disposição e a capacidade de estudarem a maneira como ensinam e de a melhorarem com o tempo, responsabilizando-os pelo seu desenvolvimento profissional. (ZEICHNER, apud. FERNANDES FILHO, 2007, p.94).

É necessário ressaltar que o conceito de desenvolvimento profissional docente baseia-se em uma proposta relativamente nova de formação continuada, onde a formação básica é apenas o início do processo de trabalho docente que ocorrerá ao longo da carreira permeada por atitudes, conhecimentos e capacidades.

De acordo com Zeichner apud Fernandes Filho (2007) alerta que independentemente de como o professor, enquanto aluno do curso de formação realiza, é o modo como é realizado, que no melhor dos casos poderá ter utilidade concreta para formação dos futuros educadores.

Nessa perspectiva, Mendes (2004) informa que a formação como percurso/trajetória pessoal e profissional remete à necessidade de construção de patamares cada vez mais avançados do “saber ser, saber fazer, fazendo-se”. Ainda de acordo com as referidas autoras, a partir dessa lógica, é possível relacionar a formação profissional, aliando o desenvolvimento pessoal ao desenvolvimento profissional.

Dessa forma, afirma-se que a formação acontece de maneira indissociável da experiência de vida, assim também a formação inicial se impõe como indispensável à formação continuada, contribuindo para que as práticas profissionais tornem-se o principal alicerce para essa formação. Por isso, cada momento da formação abre possibilidades para novos momentos num caráter de recomeço/renovação/ inovação da realidade pessoal e profissional, tornando a prática mediadora da produção do conhecimento ancorada na experiência de vida do professor e em sua identidade.

Sob esse prisma, o fazer cede lugar ao saber reflexivo, compreendido como percurso que ocorre indissociavelmente entre teoria/prática, condição fundamental para construção de novos conhecimentos e práticas, caracterizadas então, como reflexivas, inovadoras, autônomas e transformadoras. Práticas essas que passam a influenciar na modalidade de condição construtiva na vida e na profissão dos educadores.

É estritamente necessário que os cursos que ofertam formação continuada adotem as dimensões coletivas das práticas como referências, contribuindo para efetivação da emancipação profissional e para a consolidação de uma profissão autônoma na produção de saberes e valores. Tal tendência será capaz de aliar a visão do professor como intelectual e a característica prática da profissão, dando origem ao binômio que define o professor como prático reflexivo.

A formação continuada é vista, portanto, como importante condição de mudança das práticas pedagógicas, entendidas a partir de dois aspectos: o primeiro como processo crescente de autonomia do professor e da unidade escolar e o segundo como processo de pensar/fazer dos agentes educativos e, em particular, dos professores, com o propósito de concretizar o objetivo educativo da escola.

Isso pode ser traduzido como uma mudança educacional relacionada à formação do professor e à inovação de suas práticas pedagógicas, principalmente em sala de aula, além de estar associada

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