Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

A INTERVENÇÃO DO EDUCADOR NA PREVENÇÃO DAS DIFICULDADES DE ENSINO OCASIONADAS PELA DISLEXIA: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO

Por:   •  18/4/2018  •  6.218 Palavras (25 Páginas)  •  319 Visualizações

Página 1 de 25

...

Com a intenção de proporcionar uma leitura concisa, coerente e agradável, o artigo em questão aborda os tópicos relacionados a dislexia e a educação na seguinte sequência: primeiramente, são realizadas breves considerações sobre a educação inclusiva e sua importância para um sistema de ensino igualitário. Após isso, discorre-se sobre a importância do plano nacional de educação para o desenvolvimento da prática docente.

Adentrando ao assunto proposto, é abordada a interferência ocasionada pelas dificuldades de aprendizagem, especificamente da dislexia, sua interferência no aprendizado, e quais as possíveis medidas que os educadores podem adotar para adaptar metodologia de ensino a realidade dos alunos disléxicos. A pesquisa em si culmina com as observações e perspectivas adquiridas através do estudo desenvolvido.

2 Formação docente: expectativas e necessidades

Durante muito tempo, a formação inicial dos educadores foi considerada algo suficiente para preparar o indivíduo para enfrentar as diversidades da vida profissional. Entretanto, o avanço do conhecimento observado nos últimos anos e sua interferência sobre desempenho profissional despertou a necessidade de atualização e de aperfeiçoamento constante dos que atuam na educação, reafirmando que;

A formação não se esgota na formação inicial, devendo prosseguir ao longo da carreira, de forma coerente e integrada, respondendo às necessidades de formação sentidas pelo próprio e às do sistema educativo, resultantes das mudanças sociais e/ou do próprio sistema de ensino. (RODRIGUES e ESTEVES, 1993, p. 41).

É imperativo o estabelecimento de uma formação inicial que proporcione ao futuro professor, conhecimentos válidos capazes de fundamentar atitudes interativas e dialéticas que conduzam a valorização da necessidade de atualização contínua, em função das mudanças produzidas.

Por conseguinte, a formação inicial mantém características constituídas na sua gênese, não sendo mais entendida como locus que encerra a aquisição da competência necessária ao educador. A necessidade de formação continuada para o professor é criada a partir da responsabilidade pela difusão do saber socialmente constituído, da evolução do conhecimento, quanto aos processos de ensinar e de aprender, do fracasso escolar expresso nos índices de repetência e evasão dos alunos e das reformas empreendidas no sistema e nos currículos.

Em relação aos cursos de formação inicial, o modelo predominante percebe que o professor é um técnico. Sob essa ótica, a atividade docente seria essencialmente instrumental, apoiando-se na aplicação de teorias e técnicas científicas. No entanto, essa visão determina a hierarquização nos níveis do conhecimento em que o conhecimento teórico, sistematizado e controlado, sobrepõe-se a qualquer outro.

Essas questões contribuíram para o surgimento de discursos e práticas referentes à formação continuada, redimensionando o papel da formação inicial de professores no desenvolvimento da sua competência para ensinar. Assim, se o curso de formação inicial é condição para um sujeito tornar-se professor, ser professor implica estar em formação contínua. Dessa maneira:

[...] os formadores de professores têm obrigação de ajudar os futuros professores a interiorizarem, durante a formação inicial, a disposição e a capacidade de estudarem a maneira como ensinam e de a melhorarem com o tempo, responsabilizando-os pelo seu desenvolvimento profissional. (ZEICHNER, apud. FERNANDES FILHO, 2007, p.94).

É necessário ressaltar que o conceito de desenvolvimento profissional docente baseia-se em uma proposta relativamente nova de formação continuada, onde a formação básica é apenas o início do processo de trabalho docente que ocorrerá ao longo da carreira permeada por atitudes, conhecimentos e capacidades.

De acordo com Zeichner apud Fernandes Filho (2007) alerta que independentemente de como o professor, enquanto aluno do curso de formação realiza, é o modo como é realizado, que no melhor dos casos poderá ter utilidade concreta para formação dos futuros educadores.

Nessa perspectiva, Mendes (2004) informa que a formação como percurso/trajetória pessoal e profissional remete à necessidade de construção de patamares cada vez mais avançados do “saber ser, saber fazer, fazendo-se”. Ainda de acordo com as referidas autoras, a partir dessa lógica, é possível relacionar a formação profissional, aliando o desenvolvimento pessoal ao desenvolvimento profissional.

Dessa forma, afirma-se que a formação acontece de maneira indissociável da experiência de vida, assim também a formação inicial se impõe como indispensável à formação continuada, contribuindo para que as práticas profissionais tornem-se o principal alicerce para essa formação. Por isso, cada momento da formação abre possibilidades para novos momentos num caráter de recomeço/renovação/ inovação da realidade pessoal e profissional, tornando a prática mediadora da produção do conhecimento ancorada na experiência de vida do professor e em sua identidade.

Sob esse prisma, o fazer cede lugar ao saber reflexivo, compreendido como percurso que ocorre indissociavelmente entre teoria/prática, condição fundamental para construção de novos conhecimentos e práticas, caracterizadas então, como reflexivas, inovadoras, autônomas e transformadoras. Práticas essas que passam a influenciar na modalidade de condição construtiva na vida e na profissão dos educadores.

É estritamente necessário que os cursos que ofertam formação continuada adotem as dimensões coletivas das práticas como referências, contribuindo para efetivação da emancipação profissional e para a consolidação de uma profissão autônoma na produção de saberes e valores. Tal tendência será capaz de aliar a visão do professor como intelectual e a característica prática da profissão, dando origem ao binômio que define o professor como prático reflexivo.

A formação continuada é vista, portanto, como importante condição de mudança das práticas pedagógicas, entendidas a partir de dois aspectos: o primeiro como processo crescente de autonomia do professor e da unidade escolar e o segundo como processo de pensar/fazer dos agentes educativos e, em particular, dos professores, com o propósito de concretizar o objetivo educativo da escola.

Isso pode ser traduzido como uma mudança educacional relacionada à formação do professor e à inovação de suas práticas pedagógicas, principalmente em sala de aula, além de estar associada

...

Baixar como  txt (45.3 Kb)   pdf (100 Kb)   docx (33.1 Kb)  
Continuar por mais 24 páginas »
Disponível apenas no Essays.club