NICOTINA: DROGA UNIVERSAL
Por: Sara • 7/2/2018 • 2.250 Palavras (9 Páginas) • 327 Visualizações
...
Dentre as diversas aplicações historicamente conhecida das espécie Nicotiana tabacum e a Nicotiana, plantas que dão origem ao tabaco e que são nativas dos Andes peruanos e equatorianos vem–se decorrente da queima deste a fumaça do cigarro que consiste de substâncias químicas voláteis (92%) e material particulado (8%) resultantes da combustão do tabaco.
A nicotina que uma substância presente no tabaco e tem-se como seu principal agente ativo, é classificada como sendo uma amina terciária, esse composto orgânicos nitrogenado derivados do amoníaco (NH3) e que resultam da substituição parcial ou total dos hidrogênios da molécula por grupos hidrocarbônicos. A nicotina recebe essa classificação de amina terciária decorrente da tripla substituição do nitrogênio amoníaco como mostra a figura 1.
[pic 1]
Figura 1: estrutura da nicotina. 6
Na análise desta molécula de nicotina por meio de sua estrutura pode se pode se observar que esta substância trata se de um metabólito secundário que são espécies biossintetizadas por rotas específicas de cada organismo, estas substâncias utilizadas pelos organismos que as contem como mecanismos de defesa. Tem-se como blocos de construção C4 + C1 + C5N como precursor de cada bloco tem-se para C4 L- ornitina, C1 de SAM para L-metionina e C5N a L-lisina.7
A nicotina consistindo em uma piridina e um anel pirrolidina (Benowitz, 1996). É um alcaloide líquido natural. É uma base volátil, incolor (pKa = 8,5) que se torna marrom e adquire o odor do tabaco na exposição ao ar tendo meia-vida de aproximadamente duas horas. A substância psíquica ativa é liberada para o celebro quando a temperatura da brasa do tabaco atinge cerca de 800°C, surgindo formas racêmicas da nicotina, as quais formam quatro nitrosaminas com potencial cancerígeno Todavia, cerca de 35% da nicotina são destruídos no momento da combustão do cigarro, mais 35% são perdidos com a fumaça não-inalada e 8% com a porção não-fumada. Assim, cada cigarro contém 7-9 mg de nicotina, dos quais pouco mais de 1 mg é absorvido pelo fumante. 8,9
O declínio rápido do nível de nicotina plasmática resulta principalmente da redistribuição entre o sangue e outros tecidos, enquanto que o declínio lento é resultado do metabolismo hepático. Aproximadamente 70 a 80% da nicotina é metabolizada em cotinina e cerca de 4% em nicotina N’-óxido. Cotinina é metabolizada em 3’-hidroxicotinina, que é encontrado abundantemente na urina. O metabolismo da nicotina para cotinina é composto de duas fases: A primeira fase é realizada pelas enzimas CYP450, mais precisamente pela CYP2A6. Em tabacos para charutos e cachimbos anicotina é encontrada na forma não-protonada, em virtude do pH alcalino, facilitando assim a absorção da nicotina pela mucosa bucal. Este fato explica por que fumantes de charuto e cachimbo não têm tanta necessidade de tragar o fumo para se satisfazer.10
ESTUDOS SOBRE A NICOTINA
A partir de 1920 foi observado o aumento da incidência de câncer de pulmão nos indivíduos fumantes, o que se confirmou em estudos realizados trinta anos depois. Em 1971 foi publicado nos Estados Unidos um relatório oficial afirmando que “o fumo afeta negativamente a saúde humana e contribui para o desenvolvimento de graves doenças”11. Atualmente a Organização Mundial da Saúde contabiliza mais de quatro milhões de vítimas fatais do cigarro a cada ano12. Sabe-se que o tabagismo está relacionado a, no mínimo, 30% de todas as mortes por câncer. É fator de risco para o aparecimento dos carcinomas de pulmão, boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, cérvix uterina, rim e bexiga. Também a morbidade por doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença péptica e outras afecções é mais elevada entre os tabagistas.11
A dependência da nicotina é hoje uma das doenças crônicas mais comuns na população. Ao contrário do álcool e drogas ilícitas, a nicotina não causa quadros agudos de overdose nos dependentes. Também não leva ao comportamento agressivo, nem piora o desempenho psicomotor na direção de veículos e operação de máquinas. Portanto a dependência da nicotina choca menos a sociedade do que a dependência do álcool e outras drogas psicoativas.
A maioria dos dependentes da nicotina conhece os malefícios e deseja parar de fumar . Todavia é preciso vencer obstáculos práticos para alcançar a meta: 1) a falta de diagnóstico médico da dependência de nicotina; 2) o desconforto da abstinência e 3) o número insuficiente de serviços de apoio para abandono do fumo e distribuição gratuita de medicamentos na rede pública de saúde. É difícil comparar os resultados dos vários estudos científicos quanto à eficácia para abandono do fumo. É preciso levar em conta inúmeros fatores: as características culturais e socioeconômicas dos pacientes, os motivos que os levaram a participar do programa de abandono do fumo (procura espontânea ou motivo de doença, como câncer e DPOC), o grau de dependência da nicotina, o tempo de acompanhamento e os critérios utilizados para avaliar o sucesso do tratamento (objetivos ou subjetivos).13
EFEITOS DA NICOTINA
Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve apesar de um grande número de fumantes relata que se sentem relaxados quando fumam. Essa sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular.
Essa substância, quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores.
Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo incontrolável por cigarro), irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas.
A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso de tabaco. 14
A nicotina age ainda através de várias vias neuroquímicas e diferentes receptores. Libera acetilcolina, noradrenalina, vasopressina e betas endorfinas. Inibe a liberação de substância P e hormônio
...