Utilização de drogas por profissionais de saude
Por: Evandro.2016 • 3/1/2018 • 4.203 Palavras (17 Páginas) • 460 Visualizações
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A conjuntura social, política e econômica apresenta aspectos distintos em relação às drogas: a tolerância e o incentivo para substâncias como o álcool, tabaco e medicamentos, consideradas legalmente como lícitas; o delito e a punição para o uso e/ou abuso de substâncias como maconha, cocaína e crack, determinadas legalmente como ilícitas ou ilegais (Oliveira et al, 2006).
O uso abusivo de bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoativas constitui problema relevante nas sociedades. Em um estudo de BASTOS et al (2005), mostrou que a média de idade em que as pessoas utilizaram bebidas alcoólicas pela primeira vez foi de aproximadamente 17 anos.
O acesso livre aos psicotrópicos é uns dos fatores que facilitam o uso de drogas. Essa questão faz pensar, pois da mesma maneira que se tem acesso às substâncias psicoativas, se tem acesso a vários materiais de consumo.
Desde a década de oitenta, os especialistas têm apontado vários fatores que estariam influenciando o uso de álcool e drogas, como o desemprego, insegurança do indivíduo em relação ao futuro, carência de alternativas de lazer e trabalho para os jovens.
O uso de substâncias entorpecentes causadoras de dependência são sempre muito agradáveis e dão uma forte sensação de bem estar a quem as ingeriu, inalou ou injetou, ou seja, há a dependência física e a dependência psicológica.
No Brasil, o último levantamento domiciliar realizado nas 108 maiores cidades do país, evidenciou que o uso na vida de álcool foi de 74,6%, sendo que 12,3% das pessoas pesquisadas, com idades entre 12 e 65 anos, preenchem critérios para a dependência do álcool. Os resultados desse levantamento indicam também que o consumo de álcool tem se dado em faixas etárias cada vez mais precoces sugerindo a necessidade de revisão das medidas de controle, prevenção e tratamento (Pinho et al, 2009).
O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão bibliográfica, com ampla pesquisa nos periódicos científicos disponíveis para consulta abrangendo o período de 2003 a 2012, a respeito do tema uso de drogas e o impacto na saúde do trabalhador, enfocando a perda na qualidade de vida, além de prejuízos sociais e econômicos.
Entre os fatores determinantes dessa problemática, será abordado neste estudo o descuido de si mesmo pelo cuidador que faz uso de drogas indevidamente, partindo da premissa que, para poder cuidar do outro, é preciso estar/ser cuidado. Para tanto, pretende-se identificar os fatores de risco que envolve o uso e abuso de álcool e outras drogas no trabalho.
Este trabalho é de total relevância visto a grande sobrecarga de trabalho destes profissionais, bem como o livre acesso as drogas ilícitas, lícitas, principalmente a medicamentos psicotrópicos nas Instituições.
1 - Drogas psicotrópicas e suas classificações
As drogas podem ser classificadas de acordo com o modo de ação ou os efeitos que as drogas causam no cérebro do usuário, sendo elas (Rocha, 2010):
a) Depressoras do sistema nervoso: deixam a capacidade do usuário lenta, proporcionando a diminuição da atividade cerebral. Os usuários apresentam: sonolência, lentidão, desatenção e perda de concentração. Como exemplos de drogas depressoras: álcool, soníferos, ansiolíticos, etc.
b) Drogas estimulantes do sistema nervoso: aumentam a atividade cerebral, deixando os usuários em estado de atenção, de vigília, acelerando seus pensamentos e tornando-os mais eufóricos, de forma que diminui o sono. Como exemplos de drogas estimulantes: a cocaína, nicotina, cafeína, etc.
c) Drogas perturbadoras do sistema nervoso central: geram quadros de delírios, alucinações e ilusões, que se manifestam no campo visual, perturbando a fisiologia do cérebro. Como exemplos são maconha, a mescalina, LSD-25, cogumelos do gênero psicolocibe, ecstasy, entre outras.
As drogas também são classificadas quanto à origem elas (Rocha, 2010):
a) Drogas Naturais: estas são extraídas da natureza, e por este fato não as tornam menos perigosas de que as drogas semi-sintéticas e sintéticas. A maconha e o ópio como drogas desta natureza.
b) Drogas Sintéticas: são substâncias ou misturas obtidas por meios químicos, produzidas totalmente em laboratório, sendo os componentes ativos não encontrados na natureza. Os medicamentos são exemplos desta classificação.
c) Drogas Semi-sintéticas: obtidas em laboratório através de alterações químicas, contudo, possui como base uma droga natural. Como exemplo típico tem se a heroína.
2 - Diretrizes políticas
Segundo LARANJEIRA (2010) para diminuir o consumo e acesso ao de álcool existem políticas de preço e taxação, diminuição dos locais de venda do álcool, diminuição da propaganda nos meios de comunicação, além das campanhas na mídia e nas escolas visando a informar melhor os efeitos de álcool.
Nota se que a partir do momento que o indivíduo é dependente de drogas, o uso passa a ser compulsivo e acaba destruindo as melhores qualidades da própria pessoa e sua relação com a família e com a sociedade. O uso de substancias altera mecanismos cerebrais responsáveis pelo humor, memória, percepção, estados emocionais e controles finos de vários comportamentos.
Segundo VENTURA (2011), com relação ao uso de álcool, as diretrizes para uma política ministerial específica estão em consonância com os princípios da política de saúde mental vigente, preconizada, articulada e implementada pelo Ministério da Saúde e regulamentada Lei Federal 10.216 de 2001.
Outra legislação é a Portaria SAS/189 de 20 de março de 2002 criando no âmbito do SUS os serviços de atenção psicossocial para o desenvolvimento de atividades em saúde mental para pacientes com transtornos decorrentes do uso prejudicial e/ou dependência de álcool e outras drogas.
A Lei n°11.343/06 coloca o Brasil em destaque no cenário internacional nos aspectos relativos à prevenção, atenção, reinserção social do usuário e dependente de drogas, bem como ao endurecimento das penas pelo tráfico dessas substâncias.
A promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, é discutido na Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho.
Vislumbra-se, portanto, um movimento relevante de estabelecimento de leis e políticas sobre
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