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A História e Historiografia da Ciência

Por:   •  19/12/2018  •  1.558 Palavras (7 Páginas)  •  250 Visualizações

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A corrente romântica difundida pela filosofia natural no Norte da Europa nos finais dos séculos XVIII teve também influencia da historiografia da ciência. O romantismo encarava a história como relativista, ou seja, os valores particulares e a razão inata de cada período e cultura eram levados em consideração. Os pensadores românticos tinham a compreensão do que é conhecido como historiografia diacrônica, baseada na ideia de que o passado devia ser visto de acordo com suas próprias premissas. Conceito que atualmente é importante para a história da ciência.

Nos séculos XVIII e XIX era normal os cientistas incluírem uma “introdução histórica”, que resumia a história previa neste assunto, porém a grande maioria dessas obras não relaciona a perspectiva histórica do assunto.

A história da ciência no século XX, exercia papel de acessório para a ciência, mostrando apenas os erros e acertos dentro da ciência, sendo certo, aquilo que havia contribuído para se chegar a ciência de então; e errado, aquilo que havia atrasado, impedido ou foi insignificante para o processo da ciência, estes fatos deveriam ser rejeitados e esquecidos.

No final deste século, a história da ciência passou por uma transformação, se tornando independente, ganhando dimensão histórica, capaz de analisar o longo processo vivido pela ciência.

Os primeiros autores daquela época escreviam a história de forma linear, progressiva, repleta de datas e nomes, centrada em grandes gênios e suas fabulosas obras. Era uma história que procurava no passado os pais da ciência, selecionava ideias e teorias que pareciam ter evoluído até a atual ciência, e limpava tudo aquilo que era visto como insignificante.

Na década de 1930, criticou-se a forma de olhar o passado, tendo como base o que hoje é aceito como verdade, também chamado de anacronismo. Em 1931 o historiador e filosofo da ciência Herbert Butterfield criticou em seu livro The Whig Interpretation of History, a história que descrevia os fatos em função do que o presente aceitava com ciência, essa história da ciência foi conhecida como “Whig”.

No segundo Congresso Internacional da História da Ciência, em 1931, contestou-se de que maneira a ciência era afetada pelos fatores sociais. A partir daí discutiu-se se o ponto de vista internalista ou externalista teria mais relevância no estudo do desenvolvimento da ciência. O internalismo discute fatores internos a ciência relacionados a aceitação e desenvolvimento do conhecimento, ou seja, o desenvolvimento do conhecimento acontece independente da sociedade ou do meio em que são produzidos. Já o externalismo leva em consideração fatores como os políticos, sociais, econômicos e religiosos na construção desse conhecimento, partindo do princípio que estes fatores influenciam na construção ciência.

A partir dessas visões, cientistas começaram a serem vistos como seres humanos, sujeitos a erros, pressões, tendo hábitos próprios da sociedade em que vivem. Também teve o início de interesses por outras formas de ciência e conhecimentos (como magia) que anteriormente não eram considerados como contribuintes diretos para a ciência moderna.

Havia, ainda nesta época, a concepção de que havia uma linha de progresso cientifico desde a Antiguidade.

Na década de 1930, o filosofo Gaston Bachelard questionou se o conhecimento humano acontece de fato de forma continuada. Observando exemplos da história da ciência ele sugeriu que o conhecimento humano ocorre por saltos. Em outras palavras, caminho para se chegar a novos conhecimentos não era o aprimoramento por meio dos antigos, mas sim o rompimento de formas de pensar anteriores. Dessa forma a ciência progredia, mas não continuamente.

Para Alexandre Koyré (1882-1964), filósofo da ciência, a mesma avançava, mesmo que de forma descontinua, desde a antiguidade, tendo em vista que cada período partia de diferentes precursores.

Thomas Kuhn, em 1960, explicou que para ele, a ciência progredia de forma normal, até que um paradigma entrasse em crise, de forma que novos paradigmas incompletos seriam propostos e competiriam entre si para tomar lugar do paradigma abandonado.

A partir das últimas décadas do século XX, a história da ciência procurou recuperar conhecimentos que pareciam errados e outras formas de ciência. Procurou recuperar para a ciência seu papel de conhecimento construído e inventado pelo ser humano. E se esforça para apagar da ciência, a imagem de um processo com grandes descobertas realizadas por gênios. De forma que a contribuição de personagens esquecidos e antigos foram trazidos à tona.

A história da ciência, com dito anteriormente, tem como objetivo estudar a construção do conhecimento em uma dada época, inserida em um certo contexto, de modo que se faz necessária a utilização de fontes confiáveis para essa construção contextualizada. O historiador da ciência então, deve eleger fontes secundárias que serão importantes para familiarizar o autor com o contexto da época e com o contexto de ciência da época, contudo é de extrema importância que o mesmo tenha contato direto com o material da época, e não se restrinja apenas a informações de terceiros sobre o tema. Para que assim, essa construção seja fundamentada de forma correta.

Referencias:

FERREIRA,

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