Planejamento, gestão colaborativa e formas de relacionamento em uma loja de móveis: uma análise do modelo de negócio da RENNOVA MÓVEIS

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Segundo Pires (2004), o Early Supplier Involvement forma parcerias com os fornecedores para aproveitar os seus conhecimentos tecnológicos em design e fabricação, realizando de forma rápida, com alta qualidade e com o menor custo possível. Desta maneira, ocorre um envolvimento inicial do fornecedor com as demais áreas da empresa, fazendo com que haja uma integração entre essas áreas. (CAMPOS, 2007).

Visando conhecer as necessidades dos clientes, o Postponement é utilizado para postergar as atividades que definem o produto até o último momento possível, prolongando assim as fases anteriores. (FERREIRA; ALCÂNTARA; TOLEDO, 2006). Monteiro (2016), complementa que este prolongamento das atividades resulta em um princípio que evita a geração de estoques.

Essa postergação normalmente ocorre a montante da cadeia, pois as matérias primas são menos valiosas que o produto final, porém ainda pode ocorrer quanto a jusante e ainda internamente no próprio processo produtivo. A lógica predominante na postergação é a minimiza. (FERREIRA; ALCÂNTARA, 2012).

2. A empresa

A Rennova Móveis é uma empresa familiar que comercializa móveis prontos e planejados, fica situada na cidade de Gravataí - RS e possui 8 funcionários.

A empresa faz parte de uma cooperativa chamada Unilojas que tem como principal objetivo a compra coletiva e com isso uma melhor negociação junto aos fornecedores. Atualmente trabalham com aproximadamente 100 fornecedores, a grande maioria localizados no mesmo estado.

A loja não possui site e não faz vendas online, porém possui uma página bastante ativa no Facebook e faz uso do Whatsapp para se comunicar com muitos clientes. Existe também um sistema de controle de estoque, emissão de pedidos e notas fiscais chamado Gdoor,

A empresa possui uma matriz onde estão montados os showrooms e uma filial onde fica o estoque e é feita a expedição dos produtos.

3. Análise

Fazendo uma análise buscando identificar os conceitos de gestão colaborativa, foi possível identificar que a empresa faz uso do Eletronic Data Interchange (EDI) pois utiliza os arquivos XLM enviados pelos fornecedores para entrada de material no estoque. Os arquivos são importados através do sistema utilizado pela empresa e agiliza de forma considerável o lançamento das notas fiscais de compra.

Quanto à aplicação do Efficient Consumer Response (ECR), não foi evidenciado o uso desse conceito. Por se tratar de uma empresa pequena e que comercializa produtos de alto valor agregado, o volume de produtos comercializados é baixo, assim como o nível de estoque, e não faz sentido um controle em tempo real pelos fornecedores, existe tempo hábil suficiente para que o pedido seja colocado por e-mail ou telefone.

Existem 2 fornecedores, um de estofados e outro de tapetes que entendemos praticar o VMI (Vendor Managed Inventory) pois um deles visita a loja semanalmente e outro mensalmente, fazem a análise do estoque e propõe a reposição das peças faltantes. A decisão de compra sempre é aprovada pelos proprietários da empresa mas todo o levantamento do estoque e formulação do pedido é feito pelos fornecedores.

O Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR) também não é aplicado pois a empresa não possui um sistema que permita a consulta de informações em tempo real, nem dos fornecedores, nem dos clientes. Acreditamos que essa é uma prática que não se aplica ao modelo de negócio da loja pois os produtos comercializados são, de certa forma, customizados de acordo com o espaço e a necessidade de cada cliente.

Foi feita também uma análise em relação a como a Rennova se relaciona com seus fornecedores. Com relação ao outsourcing (terceirização), atualmente a empresa não terceiriza nenhum serviço, porém é bastante comum empresas do ramo terceirizarem o serviço de entrega e montagem, essa é uma questão que a empresa pode avaliar para implementação no futuro, obviamente se for viável.

Não vemos a aplicação de in Plant Representatives, uma vez que a Rennova não possui representantes nos fornecedores e também não faz sentido a presença fixa em clientes, pois as vendas ocorrem de forma pontual e para muitos consumidores distintos.

O Early Supplier Involvement não é aplicado de forma tão direta e formal, porém existe uma boa comunicação e troca de informações com alguns fornecedores no momento da criação de um novo produto, os proprietários da loja costumam visitar parceiros estratégicos para encontrarem soluções de melhor custo ou inovações para novos produtos.

O Postponement, não é aplicado, no modelo de negócio no qual a empresa atua é importante que os lançamentos estejam o mais rápido possível no showroom.

4. Conclusão

Foi muito interessante a realização do trabalho pois tivemos a oportunidade de examinar de forma mais técnica as relações entre uma empresa e seus fornecedores.

Dos conceitos estudados conseguimos evidenciar o uso de três deles, os demais não estão sendo aplicados ou não se encaixam no modelo de negócio da empresa.

Concluímos que uma boa relação entre uma empresa e seus fornecedores é essencial para o sucesso do negócio e que, além de um bom relacionamento pessoal, existem ferramentas que podem auxiliar na aproximação dos parceiros tornando a relação mais produtiva e rentável.

5. Referências

BERGER, Emerson. Outsourcing – Terceirização na cadeia de suprimentos. Administradores.com, João Pessoa, 01 jul. 2015. Disponível em: Acesso em: 5 nov 2017.

CARDOSO, Patricia Alcantara.; JÓ, Mayra Yumi. A prática do milk run no fornecimento a indústria automobilística do brasil. In: Congresso Nacional de Excelência em Gestão (CNEG), 4., 2008, Niterói, Rio de Janeiro. Responsabilidade Socioambiental das Organizações Brasileiras. Rio de Janeiro, Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense, 2008. p. 1-22. Disponível em: Acesso em: 05 nov. 17.

CAMPOS, Márcio de Souza. Um modelo de gestão do relacionamento com fornecedores aplicado na indústria siderúrgica. 2007. 295 f. Tese (Doutor em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, Santa Bárbara D’oeste, 2007. Disponível em: Acesso em: 05 nov. 17.

FERREIRA, Heloisa Sousa Ribeiro; ALCÂNTARA, Rosane Lúcia Chicarelli. Mecanismos de coordenação no canal