ANÁLISE DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE UMA OBRA DE EDIFÍCIO RESIDENCIAL

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realização da segregação desses materiais que vão para descarte, o que gera a contaminação dos insumos, que poderiam ser reciclados e novamente empregados nas obras de engenharia. (OLIVEIRA; MENDES, 2008)

Dentro do contexto da geração de resíduos sólidos na construção civil, depara-se com a resolução 307/2002 do CONAMA (Brasil, 2002), que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para gestão dos resíduos de construção civil, tendo como objetivo principal a não geração de resíduos nos canteiros de obras. Dessa forma, disciplina a reciclagem, a reutilização, a redução e a valorização dos entulhos de construção civil. Os geradores de insumos devem ser responsabilizados pelos resíduos de atividades de construção como: reforma, construção, demolição e reparos, tal como resultantes de escavações e remoção de vegetação, considerando que a deposição incorreta dessas sobras contribui com a degradação ambiental.

O mau gerenciamento das obras de construção civil tornou-se um grande desafio para uma obra sustentável, pois, a busca por recursos não renováveis de menor custo ainda é a primeira opção de muitos gestores, assim como a utilização inadequada de materiais. Com isso é necessário que haja planejamento na obra – seguir o orçamento, procura por materiais alternativos, respeitar o prazo – tendo assim, organização, e consequentemente os insumos gerados na construção serão melhor separados e depositados, dessa forma, uma boa gestão tende a gerar menos resíduos sólidos ao meio ambiente. (OLIVEIRA; COELHO, 2017)

Assim, dentro desse contexto pretende-se analisar como ocorre o gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil analisando uma obra de um edifício residencial.

MATERIAL E MÉTODOS

A presente pesquisa adotou como método o estudo de caso, onde os instrumentos de

coleta de dados foram entrevistas e a análise de informações disponibilizadas pela empresa

pesquisada.

Primeiramente foi feito um levantamento bibliográfico, visando com isso um maior entendimento sobre o assunto, bem como buscar identificar as principais aplicações e destinações dadas para os resíduos da construção civil. Após esse estudo, foram realizadas visitas ao local, com finalidade de colher informações sobre a existência dos procedimentos e técnicas utilizados na gestão dos resíduos.

Área de Estudo

A análise deste trabalho foi sobre uma obra residencial de dois pavimentos localizada no interior do estado do Espírito Santo de 188m2. Durante o acompanhamento da obra, foi executado o processo de fundação e efetuação da superestrutura, como pode ser visto na figura 1 e 2.

Conforme as figuras 3 e 4, o projeto em execução consta de pavimento térreo com garagem, primeiro pavimento com um apartamento de 3 quartos, segundo pavimento com duas quitinetes e cobertura. No momento, a obra se encontra na fase de execução da laje de piso das quitinetes (segundo pavimento), planta que pode ser observado a esquerda na figura 4.

Figura 3 - Planta baixa pavimento térreo e 1º pavimento

Figura 4 - Planta baixa 2º pavimento e planta de cobertura

Caracterização e quantificação dos resíduos

Em visita a edificação procurou-se fazer uma identificação prévia e caracterização dos resíduos gerados no canteiro de obra - por método de análise visual - e quantificar por volume cada um deles através de informações concedidas pelos funcionários e proprietário da edificação.

Acondicionamento temporário

Com o acompanhamento à obra observou-se como os funcionários agiam no momento da geração do Resíduo da Construção Civil e em que locais ocorria o acondicionamento destes, para posterior remoção e destinação final.

Destinação final

Foi verificado o transporte interno e externo dos resíduos da construção civil no local estudado e somado a entrevistas com o gerente da obra, pode-se relatar as decisões e ações para a destinação final de cada tipo de resíduo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Caracterização e quantificação

Identificou-se que os resíduos gerados nas etapas observadas consistem em solo escavado, entulhos de madeira, isopor, concreto, lajota, sucata de ferro e sacos de cimento (papelão). De acordo com Valotto (2007), na fase de fundação e superestrutura os resíduos que se apresentam são solos e rochas; e madeira, concreto (areia e brita), sucata de ferro e formas plásticas; respectivamente, confirmando assim, que os materiais observados estão em conformidade com a literatura.

Em visita ao local, o engenheiro da obra informou a quantificação dos resíduos gerados (tabela 1). De acordo com o mesmo, essa estimativa é baseada na quantidade de material comprado e nas perdas observadas na obra.

Tabela 1 - Quantidade de Resíduos

RESÍDUO QUANTIDADE (VOLUME – M3)

MADEIRA 3,50

ISOPOR 1,05

CONCRETO 0,86

LAJOTA 1,00

PAPELÃO 1,07

Classificação conforme resolução CONAMA 307/2002

Dessa forma os resíduos apresentados nas etapas analisadas são de Classe A e B, segundo a Resolução do CONAMA 307/2012 da seguinte forma:

Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como solos provenientes de terraplanagem, componentes cerâmicos, argamassa e concreto.

Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plástico, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas e gesso.

Segregação e destinação temporária

A segregação e o acondicionamento dos resíduos na obra não seguiram um planejamento, foi feito em espaços no canteiro de obra conforme surgia a necessidade, sendo expostos ao ar livre, sem nenhum tipo de demarcação do chão ou de alguma outra forma, podendo