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Soja transgênica: Cenários para o estado de Rondônia

Por:   •  20/9/2018  •  1.291 Palavras (6 Páginas)  •  313 Visualizações

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as novas complementaridades entre campo e cidade são produzidas pelo avanço do agronegócio da soja que se constitui em vetor de modernização do território, cujo resultado é a regionalização da produção de soja, na medida em há uma homogeneidade espacial dessa atividade produtiva e o uso corporativo do território, dado que o capital controla o fluxo da produção, impondo sua demanda no contexto social. Agronegócio e a regionalização da soja em Rondônia Embora Rondônia assuma a função primária na divisão territorial do trabalho no Brasil, considerando que sua relevância ainda se concentra na produção madeireira e agropecuária, a partir de 1997 a produção de soja emerge como a primeira commodity que vai de fato impor uma dinâmica territorial que unem o global ao local, reconfigurando o espaço regional. A mudança na composição técnica e orgânica do território torna-se uma condição estrutural e funcional para que as atividades produtivas destinadas ao mercado internacional assumam uma porção relevante do espaço agrário. Deve-se garantir a produção e os fluxos dessas mercadorias, de modo que a fluidez territorial (ARROYO, 2003) torna-se um atributo primordial nas áreas rurais produtoras de commodities. 6 A Hidrovia Madeira-Amazonas, implantada em 1997, indica dois processo que delineiam o espaço agrário rondoniense, impondo uma lógica externa ao local. Primeiro, torna-se um evento geográfico (SANTOS, 1996) que, ao se espacializar, modifica as relações multiescalar dos agentes territoriais e do lugar onde se materializa. Segundo, constitui em um sistema de engenharia que permite a mobilidade da mercadoria globalizada e impondo a lógica territorial do capital nos lugares. Nunes (2004) destaca que a hidrovia Madeira-Amazonas, que permite o transporte de grãos e outros insumos no trecho de 1090 km, de Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM), ao potencializar a produção de soja em Rondônia e no noroeste do Mato Grosso, proporcionou uma (re)estruturação do uso produtivo do espaço regional, funcionando como modal hidro-rodoviário (rodovia BR-364 e hidrovia) que articulou o espaço amazônico ao fluxo do agronegócio globalizado. Esse evento produziu uma nova configuração geográfica em Rondônia, cujo resultado é a regionalização da produção de grãos de soja, milho e arroz, que se consolida no sul do estado (SILVA, 2005).

A produção de soja cresce substancialmente a partir de 1997, como consequência da Hidrovia Madeira-Amazonas, a qual garantiu o fluxo desse mercadoria ao mercado externo, assumindo como o principal grão produzido em Rondônia, seguido pelo milho e arroz. A área plantada com soja, em 1997, era de apenas 636 hectares, registrando incremento considerável, em 1998, de 7.892 hectares, consolidando-se com 110.723 hectares em 2010. No mesmo período a produção saltou 7 de 1.260 toneladas (1997) para 15.790 toneladas (1998), e, em 2010, para 382.088 toneladas (IBGE, 2012). Cabe ressaltar que anterior a esse período a soja era insignificante enquanto produto agrícola na economia regional, pois, os elevados custos de produção e de transportes inviabilizavam toda ação para aumentar a presença dessa leguminosa no conjunto da agricultura. Ainda que se produzisse, seu consumo destinava-se ao mercado local e regional, e sua natureza, enquanto mercadoria, era tão somente de grão, de uma leguminosa, e não de uma commodity, de uma mercadoria globalizada. Essa transformação na natureza da mercadoria, que assume o estatuto de commodity, é fundamental, pois, fez surgim uma espacialidade monocultora que modifica a paisagem rural, agora acrescida de elementos técnicos e científicos, ou seja, a monocultura vai produzir uma tecnificação e uma cientificação da paisagem, regionalizando o espaço em poucos anos no sul de Rondônia.

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