ANALISE DOS ROUBOS DE CARGAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Por: Evandro.2016 • 11/5/2018 • 6.947 Palavras (28 Páginas) • 554 Visualizações
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A partir da Segunda Guerra, com a escassez de investimentos, os modais, ferroviário e aquaviário entram em declínio ainda mais acelerado e o modal rodoviário passa a ser o principal modal de transporte brasileiro, aliando a vantagem da flexibilidade, o chamado porta a porta, atraindo fretes de cargas em geral e de alimentos, para atender ao mercado interno que estava em processo de ampliação (Barat, 1978). No Brasil, a matriz de transporte é predominantemente rodoviária, correspondendo a 96,2% do transporte de passageiros e a 61,1% da matriz de transporte de cargas (Padula, 2008).
No governo de Juscelino Kubitschek (1956 – 1960), deram-se a entrada e a transformação das linhas de montagens atuantes até então em grandes complexos industriais automobilísticos no Brasil, como a FORD, General Motors, Toyota, SIMCA, Willys Overland, Volkswagen, Mercedes Benz, Scania, Harvester, entre outras, além das empresas brasileiras Fábrica Nacional de Motores (estatal) e VEMAG. Todas as empresas automobilísticas se instalaram na grande São Paulo, nas cidades do ABC paulista, e passaram a fabricar veículos de passeio, ônibus, caminhões e tratores, que impulsionaram o desenvolvimento do transporte rodoviário brasileiro (Haffner, 2002).
O transporte rodoviário de cargas se consolidou no Brasil por apresentar diversas vantagens. Dentre elas, destacam-se por ser mais adequado para curtas e médias distâncias, ter baixo custo inicial de implantação, ser próprio para o serviço de entregas do tipo “porta a porta”, ter maior flexibilidade com relação a grande extensão da malha e ainda por integrar todos os estados brasileiros. Por outro lado também tem suas desvantagens, tais como: alto custo de manutenção, é muito poluente com forte impacto ambiental, é uma modalidade de transporte com velocidade moderada, tem custos altos para grandes distâncias, tem baixa capacidade de carga com limitação de volume e peso. É o principal meio de transporte realizado no Brasil, contudo, devido às suas desvantagens em relação aos outros modais, houve uma mudança de pensamentos e ações com o passar dos anos, que devem influenciar e reduzir a sua participação na matriz modal. Essa redução propiciará aos outros modais a possibilidade de contribuir de forma mais eficiente para o transporte de passageiros e de cargas no Brasil (Brasil, 2014).
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panorama nacional dos roubos de cargas
As regiões Sudeste, Nordeste e Sul são as mais densas em termos de rodovias, como pode ser visualizado na Figura 1. Como consequência, são as mais afetadas por roubos das cargas transportadas, estando estas ocupando 1º, 2º e 3º lugares, respectivamente quando se trata de registros de ocorrências, conforme apresentado na Figura 2. Somente os estados do Rio de Janeiro e São Paulo juntos, concentram 75,85% dos registros de ocorrências de roubos de cargas ocorridos no país. (Padula, 2008).
[pic 1]
Figura 1: Malha rodoviária do transporte regional do Brasil.
Fonte: Ministério dos Transportes (2014).
[pic 2]
Figura 2: Distribuição dos roubos de cargas no Brasil.
Fonte: NTC[2] São Paulo (2013).
Em um panorama nacional os roubos de cargas impactam financeiramente as regiões: Sudeste (1º lugar), Sul (2º lugar), Nordeste (3º lugar), Centro Oeste (4º lugar) e Norte (5º lugar), respectivamente. O Brasil apresenta prejuízos superiores a 1 milhão de reais com os roubos de cargas, conforme é mostrado na tabela 1.
Tabela 1 – Roubo de cargas no Brasil – Valores (2013).
Região
Nº de ocorrências
Valores (em milhões)
Norte
249
10,60
Nordeste
1.272
60,68
Centro-Oeste
293
30,24
Sudeste
12.317
789,99
Sul
1.022
138,28
Total
15.153
1.029,87
Fonte: NTC São Paulo (2013).
Evolutivamente o período entre os anos 2010 a 2013 apresentou um aumento de 23,43% nos registros de roubos de cargas no país conforme ilustrado na tabela2. A evolução dos roubos classificada regionalmente tem a região Norte com um aumento de 41,47% no número de ocorrências, região Nordeste teve aumento de 91,56%, região Centro Oeste, aumento de 41,54%, região Sul, aumento de 30,52% e por fim a região Sudeste com aumento de 17,80%. Apesar da discrepância observada nos índices percentuais das regiões de maior aumento (Nordeste) e menor (Sudeste), deve-se analisar que em números absolutos o volume de aumento de roubos na região Sudeste é infinitamente maior do que na região Nordeste.
Tabela 2 – Nº de ocorrências de roubo de cargas no Brasil.
Região
Ocorrências
2010
2011
2012
2013
Norte
176
184
165
249
Nordeste
664
738
875
1272
Centro Oeste
207
397
353
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