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A LOGÍSTICA REVERSA NAS TRANSPORTADORAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Por:   •  24/6/2018  •  5.934 Palavras (24 Páginas)  •  687 Visualizações

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O artigo está dividido em partes para melhor compreensão que, passa por uma revisão conceitual da Logística Reversa e suas origens e se encaminha para um referencial da Logística Reversa no Brasil e no estado do Rio Grande do Sul com o objetivo de situar historicamente a mesma no contexto e traçar um cenário de entendimento do conceito e das questões que foram propostas as empresas transportadoras, segmento público-alvo da pesquisa. Com isso, chega-se no ponto crucial que é a pesquisa aplicada e os seus resultados analisados através de tabelas, gráficos e considerações sobre os mesmos.

1.1 – Uma perspectiva histórica dos conceitos de Logística Reversa

As diversas definições e citações de logística reversa até o momento revelam que o conceito ainda está em evolução, em face das novas possibilidades de negócios relacionados com o crescente interesse empresarial.

Segundo o CLM – Council of Logistics Management (1993:323): “ Logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduos de produtos e embalagens...”

Segundo Leite (2003:16-17), a logística reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo , por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.

Portanto, a logística reversa, por meio de sistemas operacionais diferentes em cada categoria de fluxos reversos, objetivando tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios. Agrega valor econômico, ecológico, legal e de localização ao planejar as redes reversas e as respectivas informações e ao operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de pós-venda, por meio dos processamentos logísticos de consolidação, separação e seleção, até a reintegração ao ciclo.

Mas precisamente, no ano de 2001, o CLM – Council of Logístics Management, define a logística reversa como:

“ A Logística Reversa é definida como a parte do processo da cadeia de suprimento que planeja, implementa e controla de modo eficiente e eficaz o fluxo direto e reverso e o estoque de bens, serviços e informação entre o ponto de origem e o ponto de consumo com o propósito de atender os requisitos dos clientes”.

Em outras palavras, a logística reversa trata de mover o produto da destinação final para o retorno ao ciclo de negócios, ou para disposição final adequada.

Segundo Rogers & Tibben – Lembke (1998), as atividades da logística reversa consistem basicamente em coleta de materiais usados, danificados ou rejeitados, produtos fora de validade e a embalagem e transporte do ponto do consumidor final até o revendedor.

Em 1981, Lambert e Stock descreviam a distribuição reversa como o produto seguindo na contramão de uma rua de sentido único pela qual a grande maioria dos embarques de produtos flui em uma direção. Já em 1982, Barnes utilizou o termo logística reversa para dar importância crescente a reciclagem em benefício dos negócios e da sociedade.

No entanto, a mais antiga referência data do inicio da década de 70, Zikmund e Stanton (1971), da University of Colorado, utilizaram o termo reverse distribution, fazendo referência à similaridade dos conceitos de distribuição aplicados no sentido inverso à necessidade de recolhimento de materiais sólidos provenientes dos pós-venda e pós-uso para reutilização pelo produtor.

No fim da década de 70, Ginter e Starling (1978) utilizaram o termo reverse distribution channels enfocando a questão da reciclagem e suas vantagens econômicas e ecológicas, além da importância dos canais de distribuição reversos como fator fundamental na viabilidade econômica do processo de recuperação dos materiais.

Para a organização profissional não lucrativa com sede nos Estados Unidos, Reverse Logístics Executive Council ( RLEC), a logística reversa é o processo de movimentação de produtos da sua típica destinação final para outro ponto, com o propósito de capturar valor ou envia-lo para o destino adequado.

1.2– A Logística Reversa no Brasil

A logística reversa é uma área de baixa prioridade nas empresas. No Brasil muitas instituições ainda encaram este processo como um grande problema, pois representa custos que ocasionam controles para busca de maior desenvolvimento.

Desde a Revolução Industrial no século XVIII, a produtividade aumentou de maneira vertiginosa e na mesma proporção as questões dos resíduos e sobras industriais. Há um grande número de material descartado no meio ambiente, devido ao ciclo de vida curto dos produtos originados pelo aumento de lançamentos que as indústrias oferecem aos consumidores. As inovações tecnológicas contribuem para a rápida obsolescência dos produtos devido à necessidade que o cliente tem de adquirir novos produtos sem mesmo ter usado o anterior por completo, a pura necessidade de consumir. De acordo com Felizardo (2005), a produção mundial de plásticos em 1960 era de 6 milhões de toneladas por ano e, em 1994, passou 110 milhões de toneladas. No Brasil, a produção de plásticos teve aumento de cerca de 50% entre os anos de 1993 e 1998, valores altos quando comparados com o crescimento dos metais mais comuns. Também no Brasil, em 1989 iniciou-se o consumo de garrafas de PET usadas como embalagem de refrigerantes e outras bebidas, alcançando níveis de produção de 6 bilhões de garrafas por ano em 1998, o que corresponde a mais de 70% da embalagem do setor de refrigerantes.

O aumento do lixo urbano em diversas partes do mundo, devido à descartabilidade, aumenta em proporções sem controle, conforme os dados da Prefeitura Municipal de São Paulo, através do Departamento de Limpeza Pública Urbana da Cidade de São Paulo ( LIMPURB): o lixo urbano cresceu de “ 4.450 toneladas por dia em 1985, para 16.000 toneladas por dia em 2000”, decrescendo as quantidades de lixo orgânico e aumentando a de produtos descartáveis.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE), no Brasil, no ano de 2000 o montante diário de lixo chegou a 230.000 toneladas, sendo que, 65% destes são formados por matéria orgânica e o restante é material reaproveitável.

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