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A Comparação entre propriedades certificadas e não certificadas de Varginha e região

Por:   •  13/11/2018  •  6.587 Palavras (27 Páginas)  •  440 Visualizações

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A produção e comércio com sustentabilidade é o grande objetivo da época em que vivemos. O termo Sustentabilidade é entendido como a capacidade das pessoas satisfazerem suas próprias necessidades no presente sem comprometer as futuras gerações de satisfazerem as suas, ou seja, para que as futuras gerações usufruam do mesmo ambiente em que já foi frequentado por alguém é necessário que as atuais gerações aproveitem o meio ambiente de forma racional, respeitem as pessoas ao seu redor e produzam de forma eficiente e econômica.

Sustentabilidade é tudo que o ser humano pode fazer para se sustentar e proporcionar o bem estar as outras pessoas que estão ao seu redor, não agredindo o meio ambiente em que vive (PRADO ET AL, 2013).

O processo de globalização, ocorrido no século XX, caracterizado por uma crescente exploração de pequenos agricultores, contribuiu significativamente para criação e implantação dos processos de certificação. Com a demanda crescente de exportação das commodities, o mercado global levou a crescente pressão dos preços de venda para os produtores, tendo que ser considerado ainda uma drástica elevação dos custos de produção. Esses dois fatores culminam com uma menor remuneração do produtor, o que tem agravado a situação da renda familiar quanto às condições sociais dos fazendeiros e trabalhadores do setor agrícola (FLO, 2006).

Historicamente, várias iniciativas se desenvolveram gradativamente na sociedade civil entre o fim dos anos 1940 e a década de 1960, nos EUA e na Europa, com o objetivo de criar termos de negócios diferentes e mais justos entre consumidores nos países industrializados e produtores. A ideia deles era criar um ambiente de negócio que ajudasse a aliviar a pobreza, fosse menos exploratório e considerasse parceiras as partes envolvidas no negócio comercial. Na década de 1970, no número total de organizações importadoras que compravam diretamente de organizações produtoras no "Hemisfério Sul” estava crescendo. Estas organizações vendiam seus produtos por vários canais, incluindo grupos de solidariedade, lojas mundiais, catálogos postais e outros (FLO, 2006).

A demanda pelo consumo de café cresce constantemente, e a cada dia as pessoas se preocupam com questões sociais, de qualidade e procedência. Com a certificação das fazendas produtoras de café, as mesmas seguem padrões de rastreamento de lotes, na qual o consumidor final saberá todas as informações sobre a origem e procedência do produto que estará adquirindo. Os consumidores finais estão decididos a pagarem a mais por isso, sendo assim, os produtos contendo o selo da certificação propicia segurança alimentar, além de seguirem os critérios exigidos pela certificação. Isso significa que uma produção sustentável prioriza a proteção ao meio ambiente, a condução da produção agrícola de forma adequada e a valorização das pessoas que trabalham no local, essas práticas citadas são consideradas nas normas de certificação como “boas práticas agrícolas” (PRADO ET AL, 2013).

O sistema de certificação Fairtrade pode certificar diversos produtos, especialmente agrícolas, dos quais o café se destaca por ser, historicamente, o produto mais popular. Atualmente, o café é o segundo produto Fairtrade mais vendido no mundo, seguindo a liderança das bananas (OLIVEIRA e WEHRMANN, 2008).

Este trabalho foi realizado com o objetivo de analisar, comparativamente, a certificação Fair Trade e seus aspectos positivos nas comunidades envolvidas em relação a produção convencional do café.

- REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Das Comunidades

A palavra comunidade tem origem no termo latim communĭtas. O conceito se refere à qualidade daquilo que é comum, pelo que permite definir distintos tipos de conjuntos: das pessoas que fazem parte de uma população, de uma região ou nação; das nações que se encontram unidas por acordos políticos e econômicos (como a Comunidade Europeia ou o Mercosul/Mercado Comum do Sul); ou de pessoas vinculadas por interesses comuns (como é o caso de comunidades cafeeiras).

De acordo com Palácios (2001), os elementos fundamentais que caracterizam uma comunidade na atualidade são o sentimento de pertencimento, permanência, territorialidade e forma própria de comunicação entre seus membros por meio de veículos específicos.

Segundo Castells (1999) é justamente nas condições globalizantes do mundo que “as pessoas resistem ao processo de individualização e atomização, tendendo a agrupar-se em organizações comunitárias que, ao longo do tempo, gera um sentimento de pertença e, em última análise, em muitos casos, uma identidade cultural, comunal”.

São movimentos de construção de identidades, como ressalta Castells (1999):

a) identidade legitimadora: representada pelas instituições dominantes interessadas em expandir sua dominação; b) identidade de resistência: representada pelas pessoas em condições desvalorizadas e resistentes à dominação; c) identidade de projeto: ocorre quando as pessoas se mobilizam, criando uma identidade capaz de buscar a transformação social.

Ainda de acordo com Castells (1999), no mundo atual, as comunidades são construídas a partir dos interesses e anseios de seus membros, o que faz delas fontes específicas de identidades. Essas identidades podem nascer da intenção em manter o status quo ou de resistir aos processos dominantes.

Nesse nível, a comunidade cafeeira desenvolve práticas coletivas e de organização comunitária, além de elementos de uma nova cultura política, na qual passa a existir a busca pela justiça social e participação do cidadão. Os participantes da comunidade unem forças para melhorar de maneira contínua as condições sociais ambientais e econômicas das pessoas que vivem da produção de café.

2.2. Das Cooperativas

Cooperativa é uma organização de, pelo menos, 20 (vinte) pessoas físicas unidas pela cooperação e ajuda mútua, gerida de forma democrática e participativa, com objetivos econômicos e sociais comuns, respeitando direitos e deveres de cada um de seus cooperados, aos quais presta serviço, sem fins lucrativos e sem sujeição à falência. A cooperativa funciona como um verdadeiro instrumento de inclusão social, a partir do qual a organização das pessoas com um objetivo em comum, somam forças para lutar, produzir e vencer as dificuldades.

As cooperativas têm características próprias que são regidas pelos seguintes princípios: Adesão

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