A IMPORTANCIA DA ERGONOMIA NO AMBIENTE DE TRABALHO
Por: kamys17 • 24/3/2018 • 4.719 Palavras (19 Páginas) • 490 Visualizações
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Em 1949, um engenheiro inglês chamado MURREL, criou na Inglaterra, na Universidade de Oxford, a primeira sociedade nacional de ergonomia, a Ergonomics Research Society. Em 1959, foi organizada a Associação Internacional de Ergonomia, em Estocolmo.
Em 1959, a recomendação n0 112, da OIT - Organização Internacional do Trabalho dedica-se aos serviços de saúde ocupacional, definidos como serviços médicos instalados em um local de trabalho ou suas proximidades, com as seguintes finalidades:
- Proteger o trabalhador contra qualquer risco à sua saúde e que decorra do trabalho ou das condições em que ele é cumprido;
- Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador a suas atividades na empresa, através da adaptação do trabalho ao ser humano e pela colocação deste em setor que atenda às suas aptidões;
- Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto grau possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores (SAAD, 1993).
Nessa conceituação de serviços de saúde ocupacional, verifica-se a presença do conceito de ergonomia: adaptação do trabalho ao ser humano. Em 1960, a OIT define ergonomia como sendo a "aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia para lograr o ótimo ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar" (MIRANDA,1980). Atualmente, vários países estão desenvolvendo estudos e pesquisa nesta área de conhecimento, dentre eles podemos destacar: EUA, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Países Escandinavos.
No caso do Brasil, apesar de relativamente recente, a ergonomia está-se desenvolvendo rapidamente no meio acadêmico. De fato, em 31 de agosto de 1983 foi criada no país a Associação Brasileira de Ergonomia. Em 1989, foi implantado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, o primeiro mestrado na área do país.
É importante salientar que no Brasil, o Ministério do Trabalho e Previdência Social instituiu a Portaria n. 3.751 em 23/11/90 que baixou a Norma Regulamentadora - NR17, que trata especificamente da ergonomia. "Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente". Com esta norma começa-se a despertar o interesse pela ergonomia no meio empresarial brasileiro.
Da mesma forma, nos USA, o uso corrente da ergonomia no meio empresarial só aconteceu, de fato, a partir de 1970, quando a Agência de Segurança e Saúde Ocupacional daquele país - Occupational Health and Safety Agency (OSHA), criou regulamentos exigindo das empresas um ambiente livre de acidentes, saudável e seguro. A partir de então, a ergonomia tem evoluído de forma significativa e, atualmente, pode ser considerada como um estudo científico interdisciplinar do ser humano e da sua relação com o ambiente de trabalho, estendendo-se aos ambientes informatizados e seu entorno, incluindo usuários e tarefas.
O desenvolvimento atual da ergonomia pode ser caracterizado, então, segundo quatro níveis de exigências:
- As exigências tecnológicas: relativas ao aparecimento de novas técnicas de produção que impõem novas formas de organização do trabalho;
- As exigências organizacionais: relativas a uma gestão mais participativa, trabalho em times e produção enxuta em células que impõem uma maior capacitação e polivalência profissional;
- As exigências econômicas: relativas a qualidade e ao custo da produção que impõem novas condicionantes às atividades de trabalho, como zero defeito, zero desperdício, zero estoque, etc;
- As exigências sociais: relativas a melhoria das condições de trabalho e, também, do meio ambiente.
Segundo SADD (1981), os estudos ergonômicos tiveram um aprofundamento ainda maior com o início dos programas espaciais e de segurança de veículos automotores, devido a severas solicitações:
- Impostas ao organismo humano dos astronautas em seu ambiente de trabalho, ou seja, nas cápsulas espaciais e em locais extraterrenos;
- Impostas aos usuários de veículos, em caso de acidentes, bem como a segurança ativa que estes veículos devem proporcionar para evitar acidentes.
Segundo THIBODEAU (1995), "a ergonomia contribui no projeto e modificação os ambientes de trabalho maximizando a produção, enquanto aponta as melhores condições de saúde e bem estar para os que atuam nesses ambientes". Essa abordagem deve ainda segundo o autor ser "holística e interdisciplinar", exigindo conhecimento do trabalho/tarefa, do trabalhador/usuário, do ambiente e da organização. Dix e outros (1993), afirmam que "esse fim de século foi caracterizado pelo surgimento de profissionais trabalhando na combinação de ferramentas e máquinas para indivíduos, suas tarefas e suas aspirações sociais”.
A engenharia industrial, fatores humanos, ergonomia e os sistemas ser humana-máquina são denominações de especialidades profissionais que atuam nessa área. Mais recentemente, a especialidade denominada interação ser humano-computador emergiu como outra especialidade, refletindo as transformações em versões de computadores digitais interativos e a disseminação e popularização de computadores pessoais.
Esses enfoques que mostram a natureza dinâmica e os limites tênues entre estas áreas multidisciplinares afins, não podem ser considerados definitivos e fechados. A evolução da ergonomia e áreas relacionadas afins, que tem motivado estudos por parte dos diversos grupos de pesquisa, repercute-se nas abordagens teóricas, nas técnicas, na terminologia e nas discussões na literatura, enfatizando a importância dessas áreas emergentes. Além disso, a ergonomia é direcionadas a atividades específicas e caracterizadas por constantes modificações e inovações, como é o caso das tecnologias relacionadas à gestão de sistemas de informação e de conhecimento.
1.2 – Conceito de Ergonomia
O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (regras). De fato, na Grécia antiga o trabalho tinha um duplo sentido: ponos que designava o trabalho escravo de sofrimento e sem nenhuma criatividade e, ergon que designava o trabalho arte de
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