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Teoria e clínica psicanalítica e sua especificidade

Por:   •  12/4/2018  •  1.703 Palavras (7 Páginas)  •  253 Visualizações

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- Pela existência de um sentido inconsciente de seus atos.

- Por sua possibilidade relativamente as pulsões inconscientes.

- Por suas dependências em relação a infância.

- Pela predominância da afetividade que domina e condiciona sua demais

Potencialidade.

O texto Freudiano ( Freud 1912 / 1996), afirma a indissociabilidade entre pesquisa e tratamento inseparável. A oposição entre a pureza das formulações teóricas e a impureza da pratica clinica mostra-se, portanto insustentável para a psicanálise. Ou seja, a experiência psicanalítica dispõe os alicerces para a pesquisa em psicanálise, fornecendo os subsídios para a teoria. Os procedimentos psicanalíticos tem na clínica sua principal referência de apoio. Dessa forma o objeto da psicanálise que é o inconsciente, somente pode ser apreendido através do campo da experiência analítica.

A psicanálise não se identifica com um exercício virtuoso de uma técnica (Birman 1994 p27), na medida em que apresenta uma grande variação, e isso exige sempre uma partida do zero. As vezes os pilares da teoria técnica analítica, associação livre e excuta flutuante, indicam praticamente ausência de procedimentos. Por outro lado, temos que considerar que o método psicanalítico, ao contrário do que as vezes parece, pelo que é falada da ausência de procedimentos, se apoia exatamente na fala (associação livre) e da escuta (flutuante) e regula pelo impacto transferencial. Essa rigorosidade faz com que haja um deslocamento do lugar do saber (que está sempre com aquele que fala ainda que ele não saiba nada sobre isso), portanto, numa dependência do que se produz como saber teórico ao que se coloca como saber daquele que fala (ou seja a própria experiência do inconsciente) segundo Rosa (2004),

[...] o método e a escuta e interpretação do sujeito do desejo, em que o saber está no sujeito, um saber que ele não sabe que tem e que se produz na relação que será chamada de transferencial. O método psicanalítico vai do fenômeno ao conceito, e constrói uma metapsicologia não isolada, mas fruto da escuta psicanalítica, que não enfatiza ou prioriza a interpretação, a teoria por si só, mas integra teoria, pratica e pesquisa (p 341)

Podemos dizer que a escuta e a interpretação como método próprio da psicanalise não e utilizada apenas a situação de análise. Se, reconhecemos a indissociabilidade entre a análise e a pesquisa, temos que considerar a aplicação do método a outras situações não estritamente analíticas. Isso significa que o pesquisador pode realizar um trabalho pautado na escuta psicanalítica de depoimentos e entrevistas colhidos em uma escuta de questões que irão ser investigadas.

De acordo com Lapanche e Pontalis (2011), a regra da atenção flutuante consiste na maneira pela qual o analista deve analisar o analisando:”[...]não se deve privilegiar a priori qualquer elemento do discurso dele, o que implica que deixe funcionar o mais livremente possível a sua própria atividade inconsciente e suspenda as motivações que dirigem habitualmente a tenção”(p 40).

Nos dizeres de Freud, que é exigido do analista a regra fundamental da associação livre – que consiste em simplesmente em não dirigir reparo para algo especifico e manter a mesma atenção uniformemente suspensa’ em face de tudo que se escuta. Recomendações aos médicos que exercem psicanalise.

Vemos então que a preocupação principal da atenção flutuante é: a de não concentrar totalmente a tenção sobre determinados conteúdos em função de outros, se deixando levar apenas pelas expectativas pessoais. Se o analista não cumprir essa regra ele corre o risco de não descobrir nada além daquilo que já sabe.

A pesquisa psicanalítica justamente por lidar com a imprevisibilidade do inconsciente, não poderia jamais exigir uma completa sistematização do trabalho, pois assim como a experiência analítica prioriza, o estilo e o traço singular do analista. nesse sentido ,Iribarry (2003) fala que a pesquisa psicanalítica “e sempre uma apropriação do autor que, depois de pesquisar o método freudiano, descobre um método seu, filiado a essa vertente e o singulariza na realização de uma pesquisa”(p 117).

No texto de Freud, intitulado: construções em analise, ele fala que o trabalho da analise desdobra-se em duas partes diferentes, a do analista e a do analisando, que de modo que para cada uma dessas, atribui-se uma tarefa especifica. Ao analisando cumpre o esforço de tentar recordar aquilo que foi experimentado e que sofreu ação da repressão. Por, e ao analista compete “completar aquilo que foi esquecido, a partir dos traços que [o paciente] deixou atrás de si, ou mais corretamente, construí-lo”(Freud 1937/1996g,p.276) Freud fala que no caso do analista todos os elementos essenciais encontram-se preservados , não obstante uma parte dele tenha se tornado inacessível ao indivíduo.

O progresso no trabalho cientifico e o mesmo que se dá numa análise. Trazemos para o trabalho as nossas esperanças, mas essas necessariamente devem ser contidas. Mediante a observação, ora num ponto, ora noutro, encontramos alguma coisa nova; mas no início, as peças não se completam. Fazemos conjecturas, formulamos hipóteses, as quais retiramos quando não se confirmam, necessitamos de muita paciência e vivacidade em qualquer eventualidade, renunciamos as convicções precoces, de modo a não sermos levados a negligenciar fatores inesperados, e, no final, todo nosso esplendido de esforço é recompensado, os achados dispersos se encaixam mutuamente, obtemos uma compreensão interna (insight) de toda uma parte dos eventos metais, temos completado nosso trabalho, e, então estamos livres para o próximo trabalho ( Freud, 1933/1996).

Referências

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