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SÍNTESE DO TEXTO “A TEORIA DA LIBIDO E O NARCISISMO” DE FREUD

Por:   •  27/2/2018  •  1.276 Palavras (6 Páginas)  •  550 Visualizações

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no Eu facilitado.

Já no caso da melancolia, pode-se dizer que há a retirada da libido objetal e o seu estabelecimento no próprio Eu, caracterizando uma “identificação narcisista”. Esse Eu passa, logo, a ser tratado como objeto abandonado e sofre agressões e manifestações do desejo de vingança que tinham por alvo o próprio objeto. Na melancolia, assim como em outras manifestações narcisistas, evidencia-se uma ambivalência, ou seja, a coexistência de sentimentos opostos presentes em um indivíduo.

É preciso enfatizar também que o narcisismo primário pode ser tido como constitutivo, no qual o indivíduo em seu desenvolvimento possui tendências narcísicas para a formação do Eu. Qualquer individuo ao nascer não possui um Eu a priori. Esse vai se constituindo, tendo primeiramente a imagem do Eu unificada, sem ter um certa diferenciação entre o eu e o outro. Nesse contexto, o narcisismo é observável por a libido ser investida apenas no Eu, no instinto de autoconservação. Assim como na fase infantil autoerótica, na qual a satisfação da libido encontra-se no próprio Eu.

Diante da apresentação das afecções narcisistas, a diferenciação entre a libido do eu e a libido objetal e seu fluxo tido como normal ou patogênico fica mais claro. Sendo assim, Freud separa situações em que tendências narcisistas são presentes em condições normais, em momentos do dia-a-dia como no sono, no adoecimento, no enamoramento e em fases do ser humano como na primeira infância, na fase do autoerotismo e em situações patológicas como na Dementia Praecox e na paranoia.

Outro ponto que é importante ser enfatizado é que, segundo Freud, existe uma grande diferença entre narcisismo e egoísmo. Como já foi falado anteriormente, no narcisismo, o investimento libidinal é no próprio eu, ao passo que no egoísmo, por mais que o indivíduo somente tenha ações em benefício de si próprio, ele continua tendo investimento libidinal em objetos externos, ou seja, a diferença entre eles é que no egoísmo, é visado somente a satisfação do indivíduo e no narcisismo, ocorre uma satisfação libidinal no próprio indivíduo. Dessa forma, é possível o indivíduo egoísta manter investimentos objetais libidinais, desde que a satisfação libidinal com o objeto seja parte das necessidades do próprio Eu. Logo, o egoísmo cuida para que o investimento libidinal no objeto não causa prejuízos ao Eu. Já o indivíduo narcisista possui pouquíssima necessidade objetal e busca a satisfação direta no Eu.

Em relação ao trabalho terapêutico em casos narcísicos, é possível observar maiores dificuldades por não haver investimento libidinal em outros objetos, nunca ocorrendo a transferência. A transferência é o fenômeno que ocorre na relação paciente e terapeuta, onde o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade. Funciona, assim, como um poderoso motor do progresso analítico. No caso do narcisismo, sem transferência, o paciente acaba criando barreiras e resistências intransponíveis. Assim, alcançar o paciente na terapia é uma tarefa que não consegue se completar totalmente.

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