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Relatório de Psicologia organizacional - Estágio Básico I

Por:   •  10/10/2018  •  3.181 Palavras (13 Páginas)  •  451 Visualizações

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A satisfação no trabalho também pode ser definida como “um sentimento referenciado pelo trabalhador em resposta à situação total do trabalho” (Harris, 1989, p.13). Podemos concluir que a satisfação vem de diversos pontos dentro do trabalho, sendo influenciado constantemente por diversos fatores, e que tais fatores podem implicar na qualidade do trabalho na saúde do trabalhador e também nas relações interpessoais. Esses diversos pontos que podem implicar na vida dos trabalhadores e na realização do trabalho podem surgir em diferentes áreas como na bonificação, na não valorização do trabalho prestado, na falta de reconhecimento, ambiente de trabalho inadequado e problemas nas relações interpessoais.

Durante a década de 1960, McGregor, apresentou a teoria X, relatando que o homem é considerado um ser passível, irresponsável e resistente a inovações, assim sendo necessária a hierárquica e a administração devia organizar e controlar os empregados. Onde as recompensas financeiras é vista no trabalho como uma maneira de satisfação (Licht, 1990, Perez-Damos, 1980). Ao analisar a teoria X é possível facilmente compreender que a renumeração, bonificação, comissão são formas de satisfazer o trabalhador com o seu trabalho e dessa forma o trabalho tende a ser realizado com sucesso.

O bem-estar no trabalho é essencial para um maior posicionamento adequado. O bem-estar em matéria psíquica é decorrente da criação e existência de um sentido atribuído ao trabalho executado. Se o trabalho é escolhido livremente ele tende a oferecer vias de descargas da carga psíquica sendo este trabalho equilibrante e estruturante.

Se ocorrer o contrário, não havendo a descarga de energia psíquica o trabalho torna-se fonte de tensão, originando a fadiga, tornando o trabalho fatigante (Dejour, 1994). Para o trabalhador essa descarga psíquica torna o trabalho uma fonte de prazer e um instrumento de equilíbrio, quando não existe essa descarga o trabalho se torna um sofrimento acarretando a insatisfação.

Dejour (1987) considera insatisfação no trabalho como uma das formas fundamentais de sofrimento do trabalhador. Essa insatisfação pode ser resultante de sentimentos de indignação pela obrigação de realizar uma tarefa desinteressante, desqualificação, tanto em questão salarial ou em valorização do trabalho. Estudando a teoria de Locke (Locke, 1986; Locke, 1976, 1984). Podemos identificar os fatores causais da satisfação do trabalho como eventos e condições. Os eventos e condições englobam trabalho, pagamento, promoção, reconhecimento, condições e ambiente de trabalho. Já os agentes englobam colegas e subordinados, supervisão e gerenciamento da empresa.

Que essa elevada taxa de insatisfação pode surgir o estresse, afetando diretamente no trabalho e no trabalhador, existindo por consequente uma má qualidade no trabalho. Desde 1992 a OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica o estresse como a doença do século XX/XXI. Atualmente vem afetando mais e mais a população mundia e é considerada uma epidemia global que não revela sua verdadeira forma. “Na verdade, sequer é uma doença em si: é uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos.” (DEMINCO, 2011)

Existem vários tipos de estressores, dentre eles os Acontecimentos Biográficos Críticos, os Estressores Traumáticos, Estressores Quotidianos e os Estressores Crônicos.

Estressores Crônicos são situações ou condições que se estendem por um período relativamente longo e trazem consigo experiências repetidas e crônicas de estresse, ou seja, o elevado excesso de trabalho pode dar início ao estresse. E a longa exposição a esse excesso de trabalho fortalece ainda mais o estresse (DEMINCO, 2011).

Uma das causas mais preocupantes do estresse é sem dúvida a sobrecarga, ou seja, a falta de tempo, o excesso de responsabilidade, a falta de apoio e expectativas exageradas, sem contar que um dos principais sintomas do estresse é a diminuição do rendimento, erros, distrações e faltas no trabalho, e o cansaço físico e mental na certa dose de estresse nos estimula a um maior rendimento.

Ballone (2008) adverte que, aproximadamente 50 a 75% de todas as consultas médicas estão diretamente relacionadas ao estresse. E uma pesquisa realizada pelo International Stress Management Association (ISMA, 2007) apontou que o Brasil lidera o ranking de horas trabalhadas por semana: 54h contra a média mundial de 41h, e que 70% dos brasileiros sofrem de estresse no trabalho, ficando atrás apenas do Japão.

Para Ballone (2005) a influência mais dominante na vida de um homem é provavelmente decorrente da sua profissão. O trabalho marca acentuadamente a existência humana, pois o mesmo está presente, pelo menos, em um terço do dia, porém refletindo em todos os seus momentos. Dutra (1996 apud MAZENOTTI, 2009) considera também que, de fato, as pessoas tendem a guiar suas carreiras mais por apelos externos, tais como: remuneração, status, prestígio etc., do que por preferências pessoais.

O trabalho tem um papel mediador entre o mundo subjetivo (do sujeito) e o mundo objetivo (real e concreto). Pelo trabalho o homem se apropria do mundo objetivo, transformando a si mesmo, ou seja, construindo-se ao mesmo tempo em que transforma o real. (Lautert, 2004).

Segundo Couto (1987) Os estressores presentes no ambiente de trabalho podem ser categorizados em seis grupos:

- Fatores intrínsecos para o trabalho: condições inadequadas de trabalho, turno de trabalho, carga horária de trabalho, contribuições no pagamento, viagens, riscos, nova tecnologia e quantidade de trabalho;

- Papéis estressores: papel ambíguo, papel conflituoso, grau de responsabilidade para com pessoas e coisas;

- Relações no trabalho: relações difíceis com o chefe, colegas, subordinados, clientes sendo diretamente ou indiretamente associados;

- Estressores na carreira: falta de desenvolvimento na carreira, insegurança no trabalho devido a reorganizações ou declínio da indústria;

- Estrutura organizacional: estilos de gerenciamento, falta de participação, pobre comunicação;

- Interface trabalho-casa: dificuldade no manejamento desta interface.

Embora Stacciarini e Troccoli (2001) considerem que a carga de trabalho é o estressor mais proeminente na atividade ocupacional, além dos conflitos internos entre a equipe e a falta de respaldo do profissional, sendo a indefinição do papel profissional

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