RELATÓRIO SOBRE A VISITA AO ABRIGO DR. BALDUÍNO

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O abrigo tem duas alas, pública e particular; a pública é constituída de quartos divididos, 4 ou 5 idosos por quarto de acordo com o gênero, sendo custeada pelo SUS ou por parte da aposentadoria do idoso, e a particular, constituída por apartamentos/suítes, mantida pela própria família. Entre essas duas áreas, convivem no abrigo 104 internos, variando de adultos, indivíduos na meia idade e idosos, entre eles, Lucicleide, que tem 33 anos e está há 6 anos no abrigo. Lucicleide é assistida por sua família, mas tem uma relação muito pessoal com a enfermeira Edna, a qual chama de mãe, é técnica de enfermagem e trabalha há nove anos na instituição. Ao entrevistamos a enfermeira sobre isso, ela nos contou que Lucicleide veio para o abrigo direto do hospital, após ter esclerose. Era bem "raquítica", precisava de cuidados especiais, e Edna deu todo suporte que precisava. A mãe dela nunca veio visitá-la; as irmãs vêm visitá-la as vezes, e o pai vem com uma maior frequência. Lucicleide é lúcida e gosta de escrever, porém não tem os movimentos de braços e pernas (membros atrofiados), e depois de alguns anos no abrigo conseguiu desenvolver alguns movimentos graças a um estágio de fisioterapia realizado na instituição. A idosa mais jovem do abrigo é Maria Josefa da Silva, nascida no ano de 1962, que tem hoje 54 anos, é a idosa mais idosa é a Santina Messias da Silva, nascida em 1916, e completa esse ano 101 anos.

Sobre o espaço físico do abrigo, tem uma área bem grande, com lugar para socialização, cozinha, refeitório, um salão de cabelereiro montado de forma voluntária e enfermaria. Além dos quartos e apartamentos comuns, foram observados quartos com grades, como selas, para pacientes psiquiátricos residentes no abrigo que precisem de contenção para o bem-estar próprio e/ou dos outros residentes. Na maioria dos quartos, são vistas muitas bonecas e usos de pelúcia, nos quais o idoso pode estar buscando suprir uma carência afetiva, além disso, também foram vistas muitas bitucas de cigarro pelo chão, destacando que algumas eram apenas papel sulfite enrolado. Foram observados diversos pacientes com transtornos mentais no abrigo, seja pelo declínio comum a idade e até pacientes com síndrome de Down.