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Precondições Socioculturais Para o Aparecimento da Psicologia como Ciência no Século XIX

Por:   •  23/3/2018  •  1.450 Palavras (6 Páginas)  •  605 Visualizações

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Embora, a ideologia liberal Iluminista apoiasse esse sistema de forma a enaltecer a liberdade individual, a crença de que todos são iguais, tem os mesmos direitos e devem defender seus interesses acabou por tornar essa liberdade em algo não tão bom como se esperava. Os homens não souberam lidar com as diferenças, suas responsabilidades e interesses particulares. Para amenizar esses conflitos foram instalados os famosos sistemas de docilização, a disciplina e a imposição de padrões reduzem a experiência da subjetividade. Esse sistema, ao mesmo tempo que faz o indivíduo reduzir-se, deixar de ser o que é para se tornar o que a sociedade quer que ele seja, faz com que esse acredite que está cada vez mais livre.

Quando então, o indivíduo passa a desconfiar dessa liberdade é que acontece a crise da subjetividade privatizada. O homem passa perceber a presença do Regime Disciplinar (docilização) até mesmo nos âmbitos em que mais pensava estar livre, percebe também que não é tão diferente dos demais e passa a se questionar sobre quem é, de fato.

“Ao lado dessa necessidade que emerge no contexto das existências individuais de se saber o que somos (…) surge para o Estado a necessidade de recorrer a práticas de previsão e controle: como lidar com os sujeitos individuais? como educá-los da forma mais eficaz, treiná-los, selecioná-los para os diversos trabalhos? Em todas essas questões se expressa o reconhecimento de que existe um sujeito individual e a esperança de que é possível padronizá-lo segundo uma disciplina, normalizá-lo, colocá-lo, enfim, a serviço da ordem social. Surge, desse modo, a demanda por uma psicologia aplicada, principalmente nos campos da educação e do trabalho.” (FIGUEIREDO, L.C.M E SANTI, P.L.R. 1997. p.11)

FIGUEIREDO, L.C.M E SANTI, P.L.R (1997). “A prática científica e a emergência da psicologia como ciência independente”. Psicologia uma (nova) introdução. São Paulo: Educ.

Este capítulo é destinado a compreensão do começo da psicologia “científica” e para tal, segundo o autor, é necessário considerar de forma mais profunda o que se passava entre os cientistas e filósofos do século XIX.

Mais uma vez é apresentada a complexidade que envolve a psicologia, a contrariedade das práticas científicas modernas, o conflito do pesquisador entre suas crenças e sua maneira de trabalhar.

Ideias Centrais:

● Contradição no início do desenvolvimento dos estudos psicológicos científicos.

● Objetividade, subjetividade, crenças, realidade.

As práticas científicas modernas incluíam uma posição um tanto contraditória por parte dos sujeitos que produziam o conhecimento, contradição que marcou o começo do desenvolvimento da psicologia como ciência: “Por um lado, a ciência moderna pressupõe sujeitos livres e diferenciados – senhores de fato e de direito da natureza; por outro, procura conhecer e dominar essa própria subjetividade, reduzir ou mesmo eliminar as diferenças individuais, de forma a garantir a ‘objetividade’, ou seja, a validade intersubjetiva dos achados.” (FIGUEIREDO, L.C.M E SANTI, P.L.R. 1997. p.12).

No entanto, eliminar essa subjetividade não é uma tarefa simples e, o esforço feito por esses cientistas para realizar tal tarefa os levou a reconhecerem a força dos fatores subjetivos.“É a própria liberdade dos sujeitos e suas diferenças que ficam acentuadas no momento em que se faz um enorme esforço para ser objetivo.” (FIGUEIREDO, L.C.M E SANTI, P.L.R. 1997. p.12). Porém, embora muitos psicólogos discordassem da ideia, era necessário o controle dessa subjetividade para que a ciência progredisse “(…)e é assim que o homem, o sujeito individual, deixa de ser apenas um possível pesquisador para vir a se tornar um possível objeto da ciência.” (FIGUEIREDO, L.C.M E SANTI, P.L.R. 1997. p.12) e é nesse cenário que a psicologia passa a se tornar uma ciência.

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Universidade de Brasília

Instituto de Psicologia

Departamento de Psicologia Clínica

Disciplina: Psicologia da Personalidade

Professora: Dra. Eliana Rigotto Lazzarini / Mestranda: Claudia Beato

Tainara Andrade Fonseca – 15/014890

Resenha crítica

Figueiredo, L.C.M E SANTI, P.L.R. (1997). Psicologia uma (nova) introdução. São Paulo: Educ. Capítulos: “Precondições socioculturais para o aparecimento da psicologia como ciência no século XIX” e “A prática científica e a emergência da psicologia como ciência”

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