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OS DESDOBRAMENTOS DA TEORIA ERICKSONIANA NO COTIDIANO DAS CRIANÇAS DA REGIÃO PERIFÉRICA

Por:   •  8/11/2017  •  4.724 Palavras (19 Páginas)  •  314 Visualizações

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As regiões periféricas, muitas vezes, sofrem com a má estruturação, entre outros, da educação. Este fator afeta muito no desenvolvimento cognitivo, de caráter e identidade, espelho de um histórico familiar e cultural conturbado. Crianças de 06 anos que ainda estão aprendendo o alfabeto, sem saber ler ou escrever, tendo assim um desfecho negativo na crise do ego, se tornando, provavelmente, frágeis. Famílias que vivem à margem da população sem instruções ou até mesmo ajuda e com exemplos de marginalidade dentro da própria casa, uma realidade de droga, homicídio e criminalidade constante em seu dia a dia.

Nesta análise foram formulados os seguintes objetivos específicos: verificar como esses pequenos reagem diante destes fatores diários, qual sua referencia futura frente a tantos desafios e como eles estão passando pela crise nomeada como Iniciativa X Culpa.

O presente estudo foi desenvolvido com o intuito de ajudar e analisar uma realidade presente em todo o país, evidenciar a necessidade que esses cidadãos têm de um olhar governamental, de ajuda psicológica, psiquiátrica, educacional e de assistência social.

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REFERENCIAL TEÓRICO

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ERIK ERIKSON E A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL

Erik Homburger Erikson (Frankfurt, 15 de Junho de 1902 – Harwich, 12 de Maio de 1994) foi um psiquiatra responsável pelo desenvolvimento da Teoria do Desenvolvimento Psicossocial na Psicologia e um dos teóricos da Psicologia do Desenvolvimento. Para Erikson, o desenvolvimento se dá por estágios sequenciais e claramente definidos. Cada um dos oito estágios definidos por ele devem ser resolvidos de maneira correta para que o desenvolvimento do sujeito não passe por problemas. Se algum dos estágios não for bem-sucedido, outros à frente refletirão tal problemática que foi enfrentada como desajuste físico, emocional e cognitivo. Por isso, é importante conhecer sua teoria e entender cada estágio.

Erikson se preocupa com o desenvolvimento da personalidade, sendo esta formada por meio biológico, que é a organização dos sistemas orgânicos que constituem o corpo, meio psíquico marcado por traços de experiência individual de síntese do ego e principalmente pelo processo social que é a organização da cultura e interdependência das pessoas que influenciam e determinam a personalidade de um indivíduo. Juntando os oito estágios forma-se o ciclo da vida que corresponde à um aspecto da personalidade. Para ele, as crises ou conflitos evidenciados em cada fase são essenciais desde o nascimento até o fim da vida, para que o indivíduo passe por momentos positivos e negativos, e tenha desfechos variados para assim retirar sua experiência.

A análise da cultura e da sociedade é essencial devido às exigências impostas pelo meio ao sujeito e também a exigência interna do ego perante a cada etapa vivida. É certo que existem diferentes sociedades e cada uma se porta de tal maneira, mas todos os indivíduos passaram pelos estágios determinados e suas crises, cedo ou tarde. Estas crises denominam o estágio.

O comportamento para Erik Erikson é ativado por uma energia que é de natureza psicossocial e tudo o que é aprendido vem de um contexto histórico-cultural específico. Os contextos sociais podem estimular ou inibir a construção da personalidade – o meio psicossocial, as inferências educativas vão interferir no processo de desenvolvimento. A cada crise, a personalidade vai se reestruturando e se reformulando de acordo com as experiências vividas, enquanto o ego vai se adaptando a seus sucessos e fracasso. Da solução positiva da crise, surge um ego mais rico e forte, da solução negativa temos um ego mais fragilizado. Superar uma crise ajuda a determinar e a promover forças para ser bem-sucedido no estágio seguinte. A resolução positiva traz um ganho psicológico, emocional e social: uma qualidade, um valor, um sentimento e uma característica de personalidade que vêm de um bom equilíbrio mental e de boa capacidade para se relacionar socialmente. Na resolução negativa, o indivíduo não está bem inserido socialmente e tenderá a desenvolver sentimentos de ansiedade e fracasso. Contudo, numa fase próxima, este mesmo sujeito pode passar por vivências que refaçam estes valores de equilíbrio e reconstrua o conceito em si.

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O ESTÁGIO INICIATIVA X CULPA

O terceiro estágio proposto por Eric Erikson em sua teoria é o estágio Iniciativa x Culpa, que consiste na formação do senso de responsabilidade. Nesta etapa da vida, a criança já tem o controle dos seus movimentos musculares e já desenvolveu suas capacidades exploratórias do ambiente, então ela passa a ampliar suas capacidades de planejar e executar suas tarefas e metas através da expansão intelectual, fortemente desenvolvida nesta fase. “Com a alfabetização e a ampliação de seu círculo de contatos, a criança adquire o crescimento intelectual necessário para apurar sua capacidade de planejamento e realização” (Erikson, 1987, p.116). Durante este período, a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura, entendendo o mundo a sua volta.

A iniciativa pode ser direcionada positivamente para a formação da responsabilidade, isso ocorre quando existe a influência da ansiedade no processo de aprendizagem. Nesta fase, as crianças querem que os adultos lhes deem responsabilidades, como arrumar a casa, ajudar a consertar algo, ter zelo por algo. O sentimento de culpa pode ser desenvolvido caso a curiosidade natural e intelectual da criança for reprimida e castigada. A iniciativa é diminuída na mesma intensidade que que o sentimento de culpa por evidenciado e isso impedirá o sujeito de explorar novas situações e buscar novos conhecimentos. As crianças sentem prazer quando tomam iniciativas e obtêm sucessos, por isso, é importante o reforço a cada atividade realizada por elas.

2.3 AS RELAÇÕES PSICOSSOCIAS NA PERIFERIA

A falta de oportunidades de educação e trabalho para a população, inclusive jovens, fez com o caminho de muitos fossem conturbados, e a partir disto começou a nascer a carência no bairro de Mãe Luiza. Com grande número de adolescentes e futuros adultos vivendo no crime, compartilhando uma vida de drogas, é assim que vivem os moradores do bairro, à espera de alguma ajuda do governo do Estado para que mude esta realidade. Ainda é encontrado na região, moradias de pouca infra estrutura,

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