O Transtorno do Sono

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TRANSTORNO DO SONO

2 O QUE É O TRANSTORNO DO SONO

O transtorno do sono do DSM-V destina-se ao uso de clínicos de saúde mental e de clínicos gerais (médicos que cuidam de pacientes adultos, geriátricos e pediátricos). Os transtornos do sono abrangem 10 transtornos ou grupos de transtornos: transtornos de insônia, transtorno de hipersonolência, narcolepsia, transtorno do sono relacionado à respiração, transtorno do sono do ritmo cardíaco, transtorno de despertar do sono não REM (rapid eye movement- movimentos rápidos dos olhos), transtornos do pesadelo, transtorno comportamental do sono REM, síndrome das pernas inquietas e transtorno do sono induzido por substancia/medicamento. Geralmente, os indivíduos com esses tipos de transtornos apresentam-se com queixas de insatisfação envolvendo a qualidade, o tempo e a quantidade do sono. O sofrimento e o prejuízo resultantes durante o dia são características centrais compartilhadas por todos esses transtornos.

O sono é um comportamento. Exceto pelos seus movimentos rápidos dos olhos que acompanham um de seus estágios específicos, não é caracterizado por movimentação e sim pela urgência da necessidade de dormir. Não parece estar relacionado com o exercício físico; assim, talvez o seu papel mais importante não seja, provavelmente, o descanso e a recuperação física do corpo, ele realmente parece ser necessário para manter o funcionamento normal do cérebro (KAPCZINSKI, QUEVEDO e IZQUIERDO, 2004, p. 398).

Os distúrbios de maior prevalência na população geral são a insônia e a síndrome da apneia obstrutiva do sono (M‹LLER e GUIMARÃES, 2007).

Os numerosos distúrbios do sono são definidos na literatura por diferentes sistemas classificatórios, que são independentes e utilizam diferentes critérios de inclusão, causando dificuldades para estudos epidemiológicos, de diagnóstico e de interpretação de resultados.

3 TRANSTORNO DE INSÔNIA

De acordo com o DSM-V a característica essencial do transtorno de insônia é a insatisfação com a quantidade ou na qualidade do sono e queixas e dificuldades para iniciar ou manter o sono. As queixas de sono são acompanhadas de sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. A perturbação do sono pode ocorrer durante o curso de outro transtorno mental ou condição médica ou de forma independente.

Embora os sintomas de insônia passam ocorrer em qualquer momento ao longo da vida, o primeiro episódio é o mais comum em adultos jovens. Com menos frequência, a insônia inicia na infância ou na adolescência. Nas mulheres, o início da insônia pode ocorrer durante a menopausa e persistir mesmo depois da resolução de outros sintomas (p. ex., fogachos). A insônia pode iniciar em um período mais tardio da vida, o que está frequentemente associado ou início de outras condições relacionados à saúde.

A insônia pode também ocasional, persistente ou recorrente. Geralmente, a insônia ocasional ou aguda, dura alguns dias ou algumas semanas e costuma estar associada a eventos que ocorrem na vida ou à alterações rápidas nos horários ou no ambiente de sono. De maneira geral, esse tipo de insônia desaparece logo após a regressão do evento precipitante inicial. No caso de alguns indivíduos, talvez aqueles mais vulneráveis as perturbações do sono, a insônia poderá persistir por muito tempo após o evento desencadeador inicial, possivelmente por causa de fatores condicionante e da intensificação do estado de vigília.

3.1 Critérios Diagnósticos

- Queixas de insatisfação predominantes com a quantidade ou a qualidade do sono associadas a um (ou mais) dos seguintes sintomas:

- Dificuldades para iniciar o sono (em crianças, pode se manifestar como dificuldades para iniciar o sono sem intervenção de cuidadores).

- Dificuldades para manter o sono, que se caracteriza por despertares frequentes ou por problemas para retornar ao sono depois de cada despertar (em crianças pode se manifestar como dificuldades para retornar ao sono sem intervenção ao sono.

- Despertar antes do horário habitual com incapacidade de retornar ao sono

- Perturbação do sono causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional, educacional, acadêmico, comportamental ou em outras áreas importantes do indivíduo.

- As dificuldades relacionadas ao sono ocorrem pelo menos três noites por semana.

- As dificuldades relacionadas ao sono permanecem durante pelo menos três meses

- As dificuldades relacionadas ao sono ocorrem a respeito de oportunidades adequadas para dormir.

- A insônia não é mais bem explicada ou não ocorre exclusivamente durante o curso de transtorno do sono (p ex., narcolepsia, transtorno do sono relacionado à respiração, transtorno do sono do ritmo cardíaco, parassonia)

- A insônia não é atribuída aos efeitos fisiológicos de algumas substancias (p. ex., abuso de drogas licitas, medicamentos).

- A coexistência de transtornos mentais e de condições médicas não explica adequadamente a queixa predominante de insônia.

Além dos critérios de frequência e duração necessário para fazer o diagnóstico, critério adicionais são úteis para quantificar a gravidade da insônia. Esses critérios quantitativos, embora arbitrários, sevem apenas para fins ilustrativos. Por exemplos, a dificuldade em conciliar em manter o sono é definida por um período subjetivo a 20 a 30 minutos, e a dificuldades em manter o sono é definida por um período subjetivo maior que a 20 a 30 minutos em que o indivíduo permanece desperto após iniciar o sono.

4 TRANSTORNO DE HIPERSONOLÊNCIA

De acordo com o DSM-V a hipersonolência é um termo bastante amplo que inclui sintomas de quantidade excessiva de sono (p ex., sono noturno estendido ou sono involuntário), qualidade deteriorada de vigília. Os indivíduos com esse transtorno conseguem dormir rapidamente e apresentam boa eficiência no sono. Podem ter dificuldades para acordar pela manhã, às vezes parecendo confusos, combativos ou atáxicos.

O transtorno de hipersoloência tem curso persistente, com evolução