Bullying na Escola

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Em relação ao artigo que traz percepções e intervenções de professores, o mesmo foi realizado na cidade de Uberaba-MG, em uma escola pública que oferece Ensino Fundamental 1 (período vespertino) e 2 (período matutino) e Educação de Jovens e Adultos – EJA (período noturno), que no total atendem, em média, a 1.200 alunos, distribuídos nos três turnos. Foram convidados 12 professores que lecionavam no 6º ano, porém somente dez aceitaram. Os mesmo, responderam um questionário contendo questões aberta e fechadas (estruturado em três partes) previamente elaborado pelos pesquisadores. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) demonstrou que 30,8% dos alunos já foram vitimizados por bullying alguma vez (IBGE, 2009). Com esse estudo, foi possível verificar várias questões referentes ao bullying na percepção desses professores e com base nas intervenções, permaneceu a dúvida dos professores em intervirem ou não de imediato nas situações, mesmo sendo ofensas verbais antecedentes aos ataques físicos, numa perspectiva de prevenir o agravamento do problema. Os participantes apresentaram um conhecimento fragmentado em relação à definição do bullying, bem como de suas principais características. Em razão disso, confundem atos de indisciplina, brincadeiras típicas da adolescência, agressões esporádicas e o bullying. As intervenções que realizam geralmente ficam circunscritas ao contexto estrito da situação ocorrida ou ao espaço da classe, ou são encaminhadas à direção da escola.

Os artigos mencionados, seguiram uma mesma lógica, abordando inicialmente um referencial teórico sobre a temática do bullying, de forma geral, mostrando-nos a diferenças do agressor e da vítima e as consequências que as mesmas sofrem frente a isso, dentre outros pontos cruciais a serem discutido dessa temática que se faz tão presente no dia a dia das pessoas, inclusive nas escolas, talvez com os números mais altos de incidências. Posterior a isso, abordam os estudos que foram realizados em países internacionais, como também uma experiência brasileira na percepção de professores.

Para concluir, podemos considerar que ambos os artigos mostram formas de lidarem com o bullying nas escolas, sejam elas através de práticas, percepções, estratégias, bem como, mostram-nos modelos de intervenções para essa temática. Com certeza temos outras matérias que poderão nos auxiliar tanto para melhorar o entendimento como as estratégias possíveis a serem realizadas nas práticas escolares. Considerando as informações destacadas nos artigos estudados, é possível identificar que, primeiramente é uma temática muito estudada e com um número cada vez maior de casos, no entanto, percebemos que, falta entendimento/conhecimento tanto das vítimas, dos agressores, quanto dos mediadores (professores, direção, familiares), que não estão preparados para lidar com essas situações e procurar recursos para a diminuição de casos. Consideramos que a preparação da escola e dos professores é fundamental para identificar e intervir adequadamente nas situações de bullying no ambiente escolar. Atemática deveria ser mais exposta e abrangente nos meios escolares, acadêmicos, sociais, e porque não na mídia, já que vivemos em um mundo em que estamos em constante conexão com as tecnologias. Essa exposição não seria para criminalizar e nem vitimizar, mas sim, esclarecer pontos que são importantes, e alertar sobre as consequências que o bullying causa aos envolvidos (vítima ou agressor- em alguns casos).

Referências:

AMORIM, Cloves. Bullying: Compreensão e Intervenção – Experiências Internacionais. IX Congresso Nacional de Educação- EDUCERE. III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia. 26 a29 de outubro de 2009- PUCPR

CUNHA, Josafá Moreira da. Violência interpessoal em escolas no Brasil: Características e correlatos. Dissertação de Mestrado. Mestrado em Educação da Universidade Federal do Paraná, 2009.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2009). Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - PeNSE. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/livro_pense.pdf. Acesso em 23 de março de 2011

NUNES, Mayara Figueiredo; HERMANN, Talita Barbi e AMORIM, Cloves. Bullying em escolas particulares de Curitiba. In VIII Congresso Nacional de Educação – EDUCERE e III Congresso Ibero-americano sobre violencia nas escolas – CIAVE, Curitiba. Anais do VIII Congresso Nacional de Educação – EDUCERE e III Congresso Ibero-americano sobre violencia nas escolas – CIAVE. P. 11931-11940, 2008.

Silva, J. L., Oliveira, W. A., Bazon, M. R., Cecílio, S. Bullying na sala de aula: percepção e intervenção de professores. Arquivos Brasileiros de Psicologia; Rio de Janeiro, 65 (1): 121-137, 2013