Altas habilidades em crianças no contexto escolar

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pessoas em suas relações em outros ambientes. (SANTOS, SAMPAIO, 2010)

Porém o que tem sido identificado e discutido a respeito do aluno que se destaca por apresentar um potencial superior é que a escola com seu ensino típico como é aplicado hoje não consegue atender adequadamente as demandas deste. O ensino regular é preparado para o aluno médio e abaixo da média de maneira geral, o superdotado é deixado de lado neste sistema e ainda acaba sendo visto com certa estranheza pelos professores que se sentem acuados diante de um aluno questionar, que os pressiona com suas perguntas e comentários. Assim os problemas apresentados pelos alunos destaques com potencial superior referem-se ao desestímulo e frustração que os mesmos sentem diante um planejamento escolar que prima pela repetição e monotonia como também por um ambiente psicológico incapaz de favorecer a manifestação de um potencial superior. Assim pode ser explicado a apatia e o ressentimento por vezes encontrados em crianças com altas habilidades, pois a escola não consegue satisfazer a expectativa do aluno e responder de maneira adequada sua demanda. (ALENCAR, 2003)

A autoestima de alunos superdotados também deve ser trabalhada pelas escolas juntamente com as questões emocionais e educacionais preocupando-se não somente com a construção de conhecimento, sem deixar de focalizar que todos os estudantes, independente de suas diferenças humanas, necessitam de cuidado especial no sentido de valorizar suas potencialidades. (ALENCAR, 2007) E no que se refere à identificação deste discente com altas habilidades podemos dizer que não é uma tarefa fácil, principalmente se tratando de observações feitas pelo professor. Uma das ferramentas que se utiliza para esta descoberta são os testes individuais e coletivos de inteligência que podem ser aplicados desde as séries iniciais, que terão o intuito de apontar aptidões diferenciadas, busca-se também uma interação com os genitores já que estes possuem informações relevantes dos filhos. (FERREIRA, 2005)

Segundo Alencar (2003) a identificação de pessoas com altas habilidades deve ocorrer o mais breve possível, pois quanto mais precoce esse reconhecimento maiores serão as possibilidades de autoconhecimento desenvolvidas por este e valorização de si como tal, fazendo com que as demais pessoas de sua convivência o respeitem. Essa identificação possibilitará a família, juntamente com a escola, a buscar ações capazes de favorecer a estimulação e o desenvolvimento da criança.

A partir dessa proposta de inclusão e pensando em como os estudantes de psicologia poderiam contribuir para ajudar a escola a elaborar projetos capazes de satisfazer as demandas dessa pequena parte da população optou-se por realizar intervenções com a proposta de identificação dos alunos com altas habilidades. Para tanto alunos do 3º ano da Escola Dom Silvério serão analisados e avaliados, sendo submetidos a testes de inteligência tendo como propósito o encontro de crianças que possuam altas habilidades/ superdotação para um melhor manejo escolar.

A visita técnica a instituição foi realizada no dia 14/03/2017 no período vespertino, onde a pedagoga da instituição Laís apresentou as dependências da escola e explicou sobre a rotina das crianças. Esse primeiro momento apenas foram apresentadas às instalações físicas e sanadas algumas dúvidas dos estagiários sobre a escola em questão, onde se descobriu que não há a atuação de um profissional psicólogo e nem de estagiários extracurriculares dentro da mesma. Os alunos não foram apresentados nesta data, pois ainda não haviam sido separados os que participariam da proposta de estágio.

Podemos ainda mensurar que os processos de inclusão de pessoas com necessidades especiais, e principalmente com altas habilidades causam extremas mudanças e incômodos em sala de aula. Assim professores, alunos, pais e comunidade de forma geral necessitam estar preparados para enfrentar este novo desafio e entender que o convívio com pessoas incluídas poderá engrandecer a formação humana de seus integrantes. (SANTOS; SAMPAIO, 2010) É com esta proposta de inclusão e melhor manejo as demandas individuais que o estágio se respalda, pretendendo também o esclarecimento sobre o tema abordado, conhecido até então, mas fortemente carregado de mitos culturais