A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SUAS REPRESENTAÇÕES SÓCIAS NA MULHER
Por: eduardamaia17 • 1/8/2018 • 3.437 Palavras (14 Páginas) • 326 Visualizações
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A Organização Mundial de Saúde ( OMS) divulgou em 2002 em relatório intitulado “ Relatório Mundial sobre Violência e Saúde” Neste relatório, a violência e conceituada como “ o uso intencional da força física ou do poder, real ou ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, Dano psicológico, de ciência de desenvolvimento ou privação” (Zuma,2005, p.2). Segundo estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2006, “violência contra mulher” é todo ato de violência praticado por motivos de gênero, dirigido contra a mulher (Galdoni-Costa & DellÁglio,2010,p.152).Alguns estudiosos concordam que esses tipo de violência sempre existiu, associada a vários fatores, principalmente a questões de gênero.
A maioria das vitimas permanece coagida a um relacionamento baseado, muitas vezes, nas dependências, financeira e emocional, levando a eventos cíclicos de violência. Na maior parte dos casos, cometido pelo próprio parceiro, na residência (Cortes, 2012). Ao fazermos uma reflexão sobre as agressões domésticas verificamos que um número significativo de mulheres agredidas pelos seus companheiros, maridos continuam a conviver no mesmo ambiente doméstico em que se deu a agressão.
A Psicologia Sócia Histórica se interessa em estudar a agressão e a violência humanas, restringindo seu foco de análise do fenômeno às suas características psicossociais em termos de interação entre agressor e vítima. Da mesma forma, grande parte das explicações psicológicas busca demonstrar que a agressão é aprendida e que uma variedade de condições ambientais e sociais, podem exercer influências.
Herdeiras de uma cultura hierárquica e excludente e, apesar de se encontrarem maciçamente ativas no mercado de trabalho, as mulheres ainda carregam uma espécie de condenação a um lugar inferior e desvalorizado socialmente. Seja na cultura, como nas mentes dos agentes sociais, alimentam a ideia de que o lugar ideal e natural da mulher é no lar, na família e na reprodução (FONTANA , 2001, p.24).
O presente estudo se justifica na medida em que visa refletir sobre estas questões e compreender os aspectos básicos deste processo de “naturalização” das agressões e domésticas e as suas consequências psicossomáticas e psicossociais. Suas representações sociais
1. 5 Objetivos
1.5.1 Objetivo Geral:
Compreender as representações sociais das mulheres agredidas por seus maridos, companheiros.
1.5.2 Objetivos Específicos:
- Compreender os aspectos básicos da naturalização da violência doméstica.
- Analisar as crenças das vítimas diante das situações.
- Apoio psicológico na escuta dos casos, caso necessário.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Temos sempre necessidade de ajustarmos, conduzirmos, localizarmos, identificarmos e resolvermos os problemas que o mundo nos apresenta. Para isso, construímos representações. Diante das coisas, pessoas, eventos ou ideias, não funcionou como robôs automáticos e nem mesmo nos mantemos alheios ao social: dividimos o mundo com outros, neles nos apoiamos (às vezes, nos aproximando; noutra, afastando), mas com o intuito de o compreender, o gerenciar ou mesmo o afrontar. Por isso, as representações são sociais e são tão importantes na vida cotidiana. Elas nos orientam a forma de interpretar, de tomar uma posição a respeito e defender os diferentes aspectos de nossa realidade.
Em muitas ocasiões a observação das representações sociais é facilitada. Elas estão presentes nos discursos, são carregadas pelas palavras veiculadas nas mensagens e imagens mediáticas, cristalizadas nas condutas.
As representações sociais são fenômenos complexos, sempre ativos e agindo na vida social. Possui uma riqueza fenomênica assinalando diversos elementos, os quais são às vezes estudados de maneira isolada: elementos informativos, cognitivos, ideológicos, normativos, crenças, valores, atitudes, opiniões, imagens, etc. Porém, esses elementos são sempre organizados como uma espécie de saber que diz alguma coisa sobre o estado da realidade. E é esta totalidade significante que, relacionada à ação, encontra-se no centro da investigação científica. O primeiro a identificar tais objetos, como produções mentais sociais, em um estudo da “ideação coletiva” foi Durkhein (1985). Moscovici (1961) renovou a análise insistindo na especificidade dos fenômenos das representações sociais que se caracterizam pela intensidade e fluidez das trocas e comunicações, pelo desenvolvimento da ciência e mobilidade social.
Na década de 50, Serge Moscovici elaborou uma pesquisa visando delimitar o conceito de representação social através da maneira como a psicanálise era entendida e defendida fora do meio universitário. No Brasil, essa pesquisa é publicada em 1978, sob o título A representação social da Psicanálise. Neste primeiro estudo, Moscovici aponta a possibilidade de, através do conceito de “representações sociais”, compreender como o senso comum transforma os conteúdos científicos, ou de outros saberes formais, em explicações práticas sobre a realidade social, o homem e a natureza.
O conhecimento elaborado pelo senso comum apesar de gerar e orientar as práticas sociais, não tem status de ciência, pois não produz verdade científica. Sendo assim, o conhecimento científico passa a ser privilégio de um reduzido grupo que impõe certezas e, segundo a visão de Moscovici, retira dos demais grupos o direito de avançar para um estágio mais elevado do conhecimento. Desta forma, quem não produz verdade científica, fica dependente dos outros.
O próprio Durkheim, no final do prefácio à segunda edição da obra As regras do método sociológico, preconizou a importância desse estudo:
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A distinção entre o pensamento representativo, próprio do senso comum e o pensamento científico, é dada pelas características que marcam cada um deles. O pensamento científico é formado por conceitos e signos; possui validade empírica; é dominado pelo ‘como?’; quanto ao pensamento representativo, ele é formado por imagens e símbolos; possui validade consensual, é dominado pelo ‘por que’?
Essas características marcam a distinção
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