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A MULHER NA JORNADA DE TRABALHO

Por:   •  11/11/2017  •  9.602 Palavras (39 Páginas)  •  534 Visualizações

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Representa um dos âmbitos nos quais a vida humana se desenvolve e um esforço constante pela autorrealização. No mundo do trabalho, o desenvolvimento de uma atividade laboral, contudo, não apresenta aspectos idênticos em relação a homens e mulheres, por diversos e múltiplos fatores.

O tratamento diferenciado para com as mulheres é antigo e persistente no tempo, revestindo-se de variadas formas, que historicamente vão desde a violência e sutis comportamentos falsamente protetores até a discriminação e a imposição de barreiras que dificultam seu desempenho no mercado de trabalho.

Fatores culturais associados aos papéis masculino e feminino e, sobretudo, as obrigações e as áreas que são destinadas aos gêneros fizeram com que, historicamente, os direitos das mulheres sempre fossem tardiamente reconhecidos. As obrigações, o cuidado dos filhos, o trabalho doméstico, sempre foram considerados trabalhos femininos, limitando seu desenvolvimento individual e coletivo. Para as mulheres, o lar e a reprodução; para os homens o mundo público, a produção e a subsistência da família.

Esta distribuição rígida também se liga a fatores sociais associados à empregabilidade das mulheres, referindo-se à sua capacidade, com as barreiras a serem transpostas no cumprimento de todas as suas “obrigações”, etc., que se impõem como desafios constantes ao ingresso, à permanência e ao crescimento no mercado de trabalho.

Contudo, é inegável que uma das realidades mais importantes da sociedade do século XXI é o fenômeno da incorporação cada vez maior da mulher ao mercado de trabalho e o impacto que essa incorporação está produzindo em todos os âmbitos, desde as instituições familiares até as organizações corporativas.

Um dos aspectos mais importantes no estudo do trabalho feminino é a intensa mobilidade da participação feminina na força de trabalho e sua participação na vida econômica, através do trabalho remunerado, que tem sido um fenômeno socioeconômico que tem surpreendido por sua celeridade e por suas repercussões na vida cotidiana. A par disso, também se ressalta as dificuldades impostas pela dupla e tripla jornada cumprida pelas mulheres, que também repercute como desafio e como barreira à sua vida e à sua realização profissional.

Diante dessas constatações, considera-se importante tratar do tema da mulher e a jornada de trabalho, o qual representa ainda hoje um desafio crescente e uma demanda urgente a tratar, para que se conheça as questões históricas, socioculturais, desafios e barreiras que vêm sendo impostos à mulher, bem como a situação atual de seu desempenho no mercado de trabalho. É, precisamente, essa importância que justifica a realização do presente estudo.

O objetivo que norteia a realização do estudo é reconhecer a situação da mulher na jornada de trabalho, desde os primórdios até os dias atuais.

Especificamente, tem como objetivos: determinar historicamente a trajetória da mulher no mercado de trabalho; definir quais os desafios e as barreiras que ainda se apresentam na atualidade; conhecer a realidade do desempenho das mulheres nesse mercado e os setores nos quais mais se destacam como profissionais.

A metodologia do estudo é a pesquisa bibliográfica para a revisão da literatura pertinente ao tema proposto, utilizando como fontes livros, revistas, periódicos e sites na internet, enfim, toda a documentação necessária para a busca fundamentada de informações que possam contribuir para a explicação do fenômeno em estudo e para a elaboração de conclusões sobre o tema pesquisado.

Para atingir o objetivo, a metodologia adotada na elaboração do trabalho é qualitativa, justificada pelo entendimento de que dessa forma se torna possível construir um conhecimento mais aprofundado sobre o tema, observando diferentes pontos de vista e obtendo uma melhor caracterização do tema do estudo.

1 A QUESTÃO HISTÓRICA E SOCIOCULTURAL DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

1.1 Considerações históricas sobre o trabalho da mulher

A história ensina que, em tempos remotos, homens e mulheres se reuniam em clãs ou tribos para poder sobreviver. O lugar que ocupavam as mulheres era fundamental, devido ao fato de serem elas que criavam os novos membros desses pequenos grupos, essencial para a conservação da tribo.

Com base nessa atividade, a divisão do trabalho foi se delimitando cada vez mais, sendo primordial proteger as mulheres durante a gravidez e os primeiros anos de vida das crianças, de tal forma que os homens se dedicaram à caça e as mulheres à casa, passando-se, desde a pré-história, a se definir o papel da mulher no desempenho de trabalhos domésticos, na criação dos filhos, na colheita de frutos e na confecção do vestuário, sendo o homem encarregado de buscar o sustento da família ou da tribo. (AMÂNCIO, 2004)

Nas sociedades ocidentais, a divisão de tarefas realizadas por homens e mulheres nem sempre foi idêntica ao longo da história e tampouco em todo o mundo, modificando-se em razão de exigências econômicas e necessidades sociais específicas.

Como observa Amâncio (2004), durante a pré-história, nas sociedades agrícolas, eram os homens que detinham a responsabilidade pela atividade de caça de grandes animais, muito prestigiada, mas com resultados pouco garantidos. Cabia às mulheres colher legumes e frutos e caçar pequenos animais, também se dedicando à pesca e, desta forma, garantiam a alimentação do grupo e contribuíam produtivamente para as sociedades.

Na Idade Média, mulheres e meninas camponesas participavam das atividades agrícolas, cultivavam hortas, recolhiam lenha, cuidavam dos animais, cozinhavam, cuidavam dos filhos e realizavam os trabalhos da casa. Aquelas que viviam em núcleos urbanos também realizavam atividades produtivas, trabalhando em atividades artesanais e comercializando seus produtos, além de cumprir com o encargo dos trabalhos de limpeza, alimentação e cuidado da família. (AMÂNCIO, 2004)

Durante a Idade Moderna, as mulheres que não pertenciam à classe alta trabalhavam regularmente fora de casa: eram comerciantes, babás, lavadeiras ou trabalhavam nas oficinas. Um aspecto da realização desses trabalhos é o fato de que se costumava censurar uma mulher que se dedicasse a amamentar seus filhos e, desta forma, as mulheres da classe alta pagavam outras mulheres, com menos recursos econômicos, como amas de leite, para alimentar os seus filhos. (AMÂNCIO, 2004)

Esta situação não se modificou muito, sobretudo

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