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A INSERÇÃO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO COMO ELEMENTO CATALIZADOR NA RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA

Por:   •  15/4/2018  •  2.141 Palavras (9 Páginas)  •  375 Visualizações

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Como resultado deste processo, começa a surgir neste século uma disciplina que se propõe a ser de apoio, mediadora de soluções para as encruzilhadas da pesquisa educacional.Não mais como verdade absoluta, mas questionadora de si e da realidade, saindo dê uma psicologia da educação para uma psicologia para educação, Não é só uma mudança conceitual, mas dando um valor relativo e não absoluto a estatísticas e constatações técnicas, na prática começa a focar os problemas de ensino-aprendizagem, com um olhar mais amplo , consciente que educação é um processo que vai muito além da escola institucionalizada e por isto mesmo é preciso uma interação com a realidade, pois somente a observação já não é capaz de por si produzir as transformações que se esperava. A compreensão de que a capacidade de se apropriar de todos os saberes que nos foram deixados, por meios culturais e pedagógicos deve ser explorada ao máximo dentro de um espaço coletivo, vai tomando corpo e modelando o jeito de se planejar a educação. Neste contesto a psicologia volta também seu olhar para a família, não como apenas um abrigo natural e proprietária da culpa original, mas como primeira formadora e educadora dos cidadãos e é este enfoque que passamos a destacar neste artigo.

Ao se auto definir como disciplina ponte entre a educação e a formação de professores, e considerar o entorno também como meio educacional não institucionalizado vem uma questão á tona no debate:

Até aonde vai a fronteira da escola com a família, ou melhor dizendo, qual o papel de cada um no processo de ensinar e aprender?

Devemos ter fronteiras ou ser um território livre sem delimitações?

Embora reconheça que as respostas são bastante complexas, acho bastante pertinente reivindicar para esta questão a imensa contribuição que a psicologia pode e deve dar como catalisadora do processo de reflexão e aprendizado.

Disciplina ponte

É censo comum que a primeira escola é em casa, embora convenhamos nem sempre esta escola seja uma contribuição em forma e conteúdo para a segunda. É de entendimento também geral que se tivermos uma integração e sintonia entre estes espaços, certamente os resultados serão bastante positivos e neste ponto especificamente a psicologia Pode e deve dar apoio e subsídio.

Como?

Direcionando ações que provoque uma interação entre os dois espaços, sugerindo e intervindo na relação pais-escola, dando sua contribuição no estabelecimento de regras, limites,”combinados” e ideias que possam conduzir os pais a se apropriarem da parte que lhes cabe na parceria por uma educação melhor.Não se pode ter ilusões da dureza da missão e os obstáculos que se deve enfrentar, são conhecidos os imensos e até fundados temores e desconfianças na capacidade que psicologia enquanto ciência teria para oferecer alternativas ao já batido e pisoteado caminho da relação lar-escola.

Há na maioria dos casos, anos de experiências negativas acumuladas e paradigmas que já se perpetuam por gerações, Não obstante existem ainda as diferentes correntes de pensamento influenciando e distorcendo as mais diversas propostas.Não há a pretensão de criar uma panaceia psicológica onde todos os males seriam curados, antes trata-se de se apropriar do conhecimento adquirido nesta área e alavancar as relações com um olhar influenciado por tendências aglutinantes, somando forças com outras áreas do conhecimento, onde o todo possa prevalecer sem anular o cada um.

Gostaria de citar uma participação não institucional da psicologia que ilustra bem o quanto uma visão aberta pode sugerir uma reflexão através de questionamentos simples e nem por isto pouco profundos, numa linguagem accessível e de fácil compreensão até para pessoas com pouco conhecimento da área. Um trabalho que utiliza meios de comunicação de massa, internet e jornal impresso num modelo bastante direto de comunicação, sem teorias explícitas, mas na opinião deste que escreve, com um alcance bastante interessante.Estou me referindo aos artigos da psicóloga Rosely Sayão, que escreve no jornal Folha de São Paulo, tem coluna semanal no Site UOL e um blog no mesmo Site.

Para ilustrar transcrevo abaixo texto publicado no dia 07/06/2010,

As escolas já não são mais o templo sagrado do saber

A Folha publicou ontem, no caderno Cotidiano, uma reportagem que mostra o que acontece na quadra de uma escola estadual aqui de São Paulo localizada na Av. Indianópolis, na zona Sul. O local é usado como ponto de prostituição, principalmente por travestis. O link para a reportagem é http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0606201009.htm

Escrevi um texto, publicado na mesma reportagem com o título acima, refletindo a respeito do fato. Segue o texto.

"A escola já foi considerada um local sagrado e, portanto, reverenciado, estimado, cuidado e respeitado por todos. Uma de suas denominações, inclusive, era "Templo do Saber". Atualmente, elas são o retrato colorido de nossa sociedade, um espelho do estilo de vida urbana que temos levado e do tipo de relação que estabelecemos com os mais novos.

Assim sendo, a escola não é um local inviolável. A criminalidade e a violência, o descaso com o patrimônio público -bem de todos-, o caos das relações interpessoais de um mundo individualista e simétrico, a competitividade levada ao seu grau mais extremado, a grosseria, o desrespeito às leis que nos protegem, o tráfico de drogas e o consumismo -também de sexo- são algumas das características de nossa sociedade.

Tais características se tornam, assim, elementos presentes no ambiente escolar, já que os muros que o cercam não são impermeáveis.

Não se iluda, caro leitor: as imagens do que ocorre no entorno da escola estadual Professor Alberto Levy, na zona sul de São Paulo, não mostram um fenômeno exatamente localizado. De modo mais ou menos estridente, esse é o espírito da sociedade que ajudamos a construir e que ronda nossas escolas e, por consequência, nossas crianças e jovens.

Não há dúvida alguma de que a Secretaria Estadual da Educação, a polícia, a própria unidade escolar e seus trabalhadores, o bairro do entorno, as famílias dos alunos etc. deveriam ter sua quota de responsabilidade nessa questão.

No entanto, na mesma medida -vamos reconhecer- todos eles têm também sua parcela de impotência frente

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