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A Escola e Família

Por:   •  21/10/2018  •  2.004 Palavras (9 Páginas)  •  365 Visualizações

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A psicologia junto com a pedagogia, trata a escola como um processo de integração da criança à sociedade. Tanto na pedagogia tradicional, quanto a nova, se preocupam em fazer da escola uma passagem para o mundo adulto, fazendo dos jovens estudantes o que a sociedade espera que eles sejam. Assim, a escola atua como um instrumento de dominação, funcionando como uma forma de reproduzir classes sociais, com processos de seleções e exclusão dos mais pobres em comparação a classe popular (MIRANDA, 2004).

Segundo Miranda (2004), a escola se constitui de três tarefas básicas para desempenhar a favor dos interesses da classe popular. A primeira função é facilitar a apropriação e a valorização das características socioculturais das próprias classes populares. Sua segunda função é consequência da primeira, e de certa forma, é a escola propriamente dita e função mais conhecida, em que a escola deve garantir a aprendizagem de certos conteúdos essenciais da cultura pertencente, ou seja, as ciências humanas, da natureza, cálculos entre outros. Como terceira função, a escola possibilita uma crítica dos conteúdos ideológicos propostos pela cultura dominante e a reapropriação do saber que já foi alienado das classes populares pela dominação. No entanto, essas funções não constituem hoje de uma prática concreta nas escolas, mas há a uma possibilidade dessa realidade pode vir-a-ser dentro da escola.

Até o presente momento do trabalho, foi descrito que o primeiro contato social que uma criança tem é com a família. Aliás, é a família a primeira e mais importante instituição à qual o indivíduo faz parte e é de suma influência na formação de qualquer pessoa. Sabemos também que a escola, por sua vez e não menos importante, também tem papel fundamental na sociedade, papel este caracterizado como um espaço de desenvolvimento e aprendizagem, e também é influente na formação da criança e do adolescente.

Segundo Constituição Federal em seu Art.205 diz que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. ”

Visto que é educar é um trabalho em conjunto da escola e da família, há divisão de deveres de cada uma das instituições: Quem faz o quê? Devemos analisar e entender que pais e professores assumem lugares distintos e cumprem funções diferentes e complementares no processo de educação, ou seja, direitos e deveres de família e escola devem estar bem definidos. Afinal, o professor não pode ocupar o papel da família na vida do aluno.

A família tem papel fundamental na concretização da cultura para crianças e jovens. Seu papel não consiste apenas em assegurar sobrevivência (necessidades primárias, higiene, bem-estar, alimentação) dos filhos, mas garantir, também, interação sociocultural. É uma importante rede de apoio pessoal e social. Já a escola tem a responsabilidade de garantir que o conhecimento científico e filosófico seja oferecido com qualidade, a fim de que possam ser transformados em fazeres e saberes para a emancipação intelectual do aluno e estimular o domínio dos conteúdos que ganharão significação para o educando.

“A escola pode ser vista como a ampliação do contexto sociocultural da criança, no qual os papéis sociais e as exigências formais da aprendizagem apresentam-se com novas oportunidades de interação com outras pessoas e situações. Além disso, o ambiente familiar pode contribuir oferecendo às crianças tanto uma base segura de estabilidade emocional quanto a disponibilidade e materiais e brinquedos e a supervisão das atividades escolares dos filhos. ” (SANTOS; MARTINELLI; MONTEIRO, 2012, P.139.)

Família e escola devem formar uma equipe que trabalhe com base na colaboração e compartilhamento. Uma dando suporte à outra. A família deve estar ativamente participativa da vida das crianças e adolescentes, inclusive na vida escolar.

“(...) é a necessidade de coerência entre práticas educativas dos sistemas escolar e familiar. Essa necessidade de que a escola saiba como a família lida com seu filho e vice-versa inicia-se já no ingresso da vida escolar. (...) é importante criar, entre família e escola, um espaço de acolhimento, de ajuda e de aprendizado mútuo de estratégias produtivas e eficazes no crescimento e na educação do jovem e da criança. ” (SILVA, ----, p. 183.)

A participação dos pais gera melhores resultados no desempenho escolar, essa interação também ajuda a reduzir possíveis conflitos e dificuldades, e juntos podem encontrar soluções que favoreçam família, instituição escolar juntamente com seus educadores e educandos.

PAPEL DO PSICOLOGO

Como já dito anteriormente, a família é mediadora de indivíduo e sociedade e também a principal criadora da identidade social do indivíduo (REIS, 2004). A instituição escolar tem por função social um papel fundamental na constituição do indivíduo. A partir disto, podemos afirmar que a instituição familiar e escolar precisam estar inter-relacionadas. O psicólogo precisa possibilitar que o professor tenha acesso ao conhecimento psicológico que seja relevante para sua atuação em sala de aula.

Segundo Oliveira e Araújo (2010),

“O enfoque psicológico considera os determinantes psicológicos presentes na estrutura familiar como os grandes responsáveis pelo desencontro entre objetivos e valores nas duas instituições. Assim, numa espécie de complementariedade, encontrasse um velado enfrentamento da escola com a família.”

O psicólogo na área escolar luta para que a sua função social seja compreendida. Dentro da instituição escolar, a psicologia é pouco valorizada e muitas vezes até dispensada. O papel do psicólogo escolar muitas vezes é reduzido a ajudar aumentar a eficiência e a qualidade dos processos educacionais, que é muitas vezes ainda mais reduzido à função de cuidar dos alunos problema e devolve-los adequados para a sala de aula, assim atribuindo as origens do problema no próprio aluno, sem considerar aspectos familiares e da própria instituição escolar.

“Permanecem inquestionados, desta forma, o anacronismo dos currículos, dos programas, das técnicas de ensino-aprendizagem empregadas, bem como a adequação da relação professor-aluno estabelecida. Esta é, portanto, uma visão conservadora e adaptativa, uma vez que os problemas surgidos ficam centrados no aluno, isto é, a responsabilidade dos insucessos e dos

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