AMAMENTAÇÃO EM PACIENTES FISSURADOS
Por: Ednelso245 • 14/9/2018 • 4.509 Palavras (19 Páginas) • 396 Visualizações
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Neste contexto, será feita uma revisão bibliográfica sobre amamentação em pacientes com fissuras de lábio e/ou palato, com enfoque na sua importância e técnicas mais utilizadas para auxiliar os portadores desta malformação.
O objetivo deste artigo é discutir a questão do aleitamento materno em crianças portadoras de fissura lábio-palatal. Ao analisar esta questão pergunta-se:
· Quais os fatores que influenciam na realização ou não da prática do aleitamento materno?
· Na impossibilidade do aleitamento materno, qual a forma mais adequada de alimentar estas crianças?
· Como e por quem devem ser realizadas as primeiras orientações aos pais?
Espera-se que esta contribuição científica beneficie todos os serviços e profissionais envolvidos na reabilitação de crianças portadoras desta malformação, em especial os profissionais que prestam assistência neonatal, que com o devido conhecimento das alterações anatomofuncionais decorrentes da fissura, possam realizar uma orientação segura e adequada aos pais de forma a prevenir ou minimizar as sequelas normalmente encontrada nestes casos.
Ocorrência e diagnostico das fissuras lábio palatinas
As fissuras labiopalatinas são descritas com malformações congênitas que ocorrem por volta da 4 a 9 semana de vida intrauterina e ocorre pela falta de fusão dos processos nasal e maxilar. Podem estar relacionadas a fatores genéticos nos quais apresentam familiares também portadores da síndrome e fatores ambientais que correspondem à nutrição materna, tóxicos, medicamentos, estresse, radiação, fumo e infecções durante a gestação do bebe1.
As fissuras são consideradas frequentes e no Brasil estima-se a ocorrência de 1 a cada 650 nascidos3.
Um dos métodos mais eficazes na prevenção e detecção precoce de anomalias fetais na gestação e o exame pré-natal, especialmente no primeiro trimestre, pois consegue avaliar medidas fetais e é o grande revelador de anomalias congênitas, sejam elas causadas por fatores ambientais ou genéticos. Dentro os exames realizados no pré-natal, dos mais importantes e o exame ultrassonográfico cujos aparelhos funcionam em tempo real e tem capacidade de detectar atividade cardíaca, respiração, formação do embrião e avalia as características estruturais e funcionais do feto2.
Quando detectada alguma alteração ou que o bebe e portador dessa síndrome e importante que os profissionais possuam informações sobre o assunto e orientem os pais para que eles compreendam melhor o assunto e aceitem de forma mais fácil2.
Classificação das fissuras lábio palatina
São inúmeras classificações utilizadas para as fissuras lábio palatinas e tem como ponto de referência o forame incisivo, limite entre palato primário e secundário, separando as fissuras em três tipos:
- Fissura pré-forame incisivo: são fissuras unilateral, bilateral ou mediana.
- Fissura pós-forame incisivo: fissuras medianas podem situar-se apenas na úvula, palato ou envolver todo palato duro.
- Fissura transforame incisivo: são de maior gravidade, unilaterais ou bilaterais, afetando lábio, arcada alveolar e palato total9.
Existem também as fissuras raras da face, que são as fissuras obliqua de lábio, nariz, ou mesmo acometendo toda face11.
Geralmente os bebes portadores de fissuras pré-forame não encontram dificuldades de se alimentar, já aqueles portadores de fissura pós-forame ou transforame apresentam dificuldade na extração de leite materno, pois possuem pouca pressão intraoral3.
Dificuldades de alimentação encontradas pelos pacientes portadores de fissuras
O leite materno e recomendado a todos as crianças pelo poder nutritivo e efeito antibacteriano, pois combate infecções que são comuns em bebes portadores dessa síndrome3.
As fissuras lábio palatinas comprometem fala, estética, posicionamento dentário, deglutição, fonação, respiração, nutrição e podem causar distúrbios auditivos causados por otites media recorrentes. A relação mandíbula, maxila torna desfavorável, há alterações dentarias como fusão, agenesia, supranumerários e diversas formas de ma oclusão14.
As fendas labiopalatinas interferem diretamente na ingestão de alimentos e o bebe não possui capacidade de vedar o mamilo para fazer pressão de sucção. Como os bebes apresentam o palato aberto, o leite vaza pela fenda para outras direções como nariz e ouvidos, o que gera infecções respiratórias e auditivas2.
A dificuldade de alimentação nesses bebes surge após o nascimento, sobretudo, que os familiares não têm a devida orientação e os bebes possuem falta de pressão intraoral, tempo de mamada prolongada e regurgitação. As mães e familiares devem ser orientadas o quanto antes sobre a forma correta de alimentar para que se torne algo mais fácil tanto para a mãe como para o bebe e apesar de toda dificuldade existente, eles possuem boa movimentação mandibular e alguns tem condições de sugar o leite materno. Os bebes que possuem maior dificuldade de sucção podem apresentar alterações nutricionais seja pela falta de pressão para sucção ou por problemas pulmonares decorrentes aspiração do leite4.
O tempo de sucção no peito e muito maior que nos meios artificiais como na mamadeira o que acarretara a insatisfação de sucção e o levara a hábitos deletérios como sugar dedo, lábio ou até mesmo a própria língua6.
Como os bebes apresentam dificuldade de sucção e tem maior possibilidade de engasgos, asfixia e vômitos, os profissionais devem estar atentos ao estado nutricional da criança sempre orientando ao responsável quanto a amamentação9.
Possibilidades de alimentar um paciente portador de fissura lábio palatina
Durante a gestação as mulheres têm o desejo e expectativa de gerar filhos perfeitos e saudáveis e ao saber de que os bebes irão nascer com alguma deformidade que não idealizadas por elas, trazem sérias consequências. Essas mães podem ter o sentimento de repulsa pela criança, pois o nascimento gera um choque e o que era para ser momento prazeroso se torna doloroso, fazendo com que as mães sintam vergonha e se culpem pela criança possuir a deformidade e quanto maior e mais
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