Os Disturbios Alimentares

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Contudo, o número de casos desses transtornos na adolescência tem aumentado nos últimos anos, ocorrendo em idades cada vez mais precoces, tornando-se um sério problema de saúde pública. Tal fenômeno decorre também, por influência da mídia, onde o indivíduo observa o comportamento dos outros e os imita, pois julga ser o padrão estético perfeito. Logo, a sociedade de certa forma influência na proliferação de tais distúrbios, uma vez que, impõe um padrão de beleza que sonda o imaginário do adolescente.

Portanto, o tratamento voltado para este fenômeno que atinge esse grupo etário, deve ser multidisciplinar, levando em conta a pluralidade dos fatores etiológicos. Também se evidencia a importância a participação da família nesse processo de reabilitação.

Justificativa

A adolescência é um período de transformações biológicas e psicossociais, em que alterações do corpo ocorrem paralelamente à constituição da personalidade, refletindo assim, no desenvolvimento afetivo-emocional. A mudança do corpo e peso transforma a imagem mental que o adolescente faz de si, podendo levá-lo a sentir-se estranho, desproporcional, com uma imagem corporal negativa.

Diante disso, entre o peso atual modificado devido a alterações hormonais e o ideal promovido pela mídia, associada com a necessidade de adaptação junto à sociedade e uma autoestima baixa, são fatores contribuintes para uma insatisfação corporal, desencadeando dessa forma, o desenvolvimento de comportamentos de riscos para transtornos alimentares, como o uso de dietas restritivas e de métodos de controle de peso (vômitos auto-induzido, laxantes, diuréticos e atividade física excessiva) para emagrecer. Portanto, realizam essas práticas em busca de uma imagem corporal, ou seja, um padrão de beleza imposta pela sociedade.

Logo, a imagem corporal definida como sendo a formação multidimensional que envolve a percepção corporal, o desenho que uma pessoa tem em sua mente em relação ao tamanho, imagem e formas corporais, juntamente com os sentimentos que ela possui em relação a isso, tal variável está intrinsecamente associada aos transtornos alimentares, pois devido a sua auto-rejeição corporal, corrobora para o surgimento de tais distúrbios, uma vez que, sente-se inferior ao outrem.

Portanto, nesse contexto, justifica-se o objetivo do estudo, que fora sensibilizar os estudantes adolescentes de uma escola de rede pública localizada no centro da cidade de Manaus, sobre a importância de bons hábitos alimentares, elucidar que o padrão de beleza ideal refere-se aquele que promove seu bem-estar físico, mental e social e, por fim, esclarecê-los a respeito dos transtornos alimentares que mais acometem essa faixa etária.

III. Revisão bibliográfica

Nos últimos anos, a valorização excessiva da forma e do peso do corpo tem levado muitas pessoas, inclusive os adolescentes, a realizarem verdadeiros sacrifícios que podem comprometem a saúde, dentre os quais, incluem as dietas radicas.

Todavia, é sabido que, a adolescência é caracterizada por transformações biológicas, físicas, psicológicas e sociais. Em decorrência dessas modificações, estudos revelam a prevalência da insatisfação com a imagem corporal nessa população, sendo mais acentuada no sexo feminino.

Diante disto, o presente estudo faz uma abordagem a respeito dos transtornos alimentares na adolescência, explicitando as mais incidentes que são a anorexia e bulimia, e que tais distúrbios desenvolvem-se, devido à procura obsessiva pelo corpo perfeito.

3.1 Anorexia

A anorexia é um transtorno alimentar muito comum entre os adolescentes, caracterizado como uma série de condições psiquiátricas, com consequências potencialmente fatais, devendo-se, portanto, um olhar mais atencioso por parte dos profissionais de saúde a esse grupo etário.

Segundo Fleitlich (2000), a anorexia é caracterizada por alterações extremas de hábitos alimentares, consideradas patológicas associadas a outros comportamentos voltados para o controle do peso, como o abuso de drogas laxativas, vômitos induzidos e exercícios físicos exagerados. Ainda segundo o autor, essa condição refere-se a um transtorno alimentar caracterizado por um medo intenso de engordar e a preocupação exagerada com o peso. Logo, esse medo de engordar leva a pessoa a fazer dietas inadequadas, jejuns, praticar exercícios intensamente e ainda utilizar outros métodos para emagrecer ainda mais.

Contudo, a característica mais marcante é a magreza exagerada, que pode chegar a um grau de uma desnutrição extrema denominada caquexia. No entanto, a anorexia está associada a um perfeccionismo exacerbado, ansiedade e comportamentos obsessivos.

Segundo Larino (2000), a etiologia desta condição, já foi abandonada, porém, acredita-se atualmente que características biológicas, psicológicas, familiares e socioculturais são fatores que interagem na determinação dessa maleita.

Enfim, esse distúrbio alimentar, ocorre unicamente pelo fato do indivíduo achar que não se encontra dentro dos parâmetros estéticos aceitos pela sociedade, logo, essa auto-rejeição de seu próprio fenótipo corrobora para tal complicação, haja visto que, a mídia também contribui para este agravo.

Segundo Saikali (2004), revela existência de evidencias que dão suporte que a mídia promove distúrbios de imagem corporal e alimentar, pois os indivíduos com transtornos alimentares sentem-se pressionados em demasia pela mídia para serem magros e reportam terem aprendido técnicas não-saudáveis de controle de peso (indução de vômitos, exercícios físicos extenuantes e dietas drásticas) através deste veículo.

Portanto, o tratamento desta condição deve ser multidisciplinar, considerando seus fatores etiológicos, como também, a participação da família nesse processo terapêutico.

3.2 Bulimia

A imagem corporal é a figura de nosso próprio corpo que formamos em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o corpo nos apresenta. Devido à obsessiva compulsão pelo corpo perfeito, outro distúrbio alimentar merece atenção, a bulimia.

Segundo Ribeiro (2000), a síndrome caracteriza-se por surtos de ingestão maciça de alimentos, seguidos por comportamentos compensatórios de eliminação, por vômitos, uso abusivo de laxantes, diuréticos e atividade física em excessiva. Logo, percebe-se, que o indivíduo desenvolve essa perturbação mental, onde esses excessos incontroláveis de ingestão