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PRÁTICAS ALIMENTARES NA PRIMEIRA INFÂNCIA E SUA RELAÇÃO COM A OBESIDADE INFANTIL

Por:   •  26/12/2017  •  6.341 Palavras (26 Páginas)  •  505 Visualizações

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Como o sobrepeso e a obesidade são patologias de difícil tratamento, deve-se dar importância à prevenção de baixo custo, dessa maneira com a comprovação que o aleitamento materno realizado de maneira correta ameniza as causas da obesidade essa seria a medida mais indicada de prevenção.

Estudos demonstram que o aleitamento exclusivo até os seis meses e uma alimentação complementar segura e nutricionalmente adequada podem promover o bom desenvolvimento da criança, protege contra infecções, doenças respiratórias, doenças crônicas e malformação da arcada dentária e podem ainda ser uma possível estratégia na prevenção da obesidade infantil e de certas patologias.

Nesse contexto, o estudo buscou identificar a relação da obesidade com o aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar nos primeiros anos de vida. Tendo como objetivo geral relacionar o aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar com o risco de obesidade infantil. Como objetivos específicos, esclarecer a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida da criança, informar os prejuízos causados por uma alimentação complementar precoce, e avaliar através de estudos a influência desses fatores na obesidade infantil. Este estudo fundamentou-se numa pesquisa bibliográfica acerca do leite materno, aleitamento materno, introdução da alimentação complementar assim como a relação desses fatores com a obesidade infantil.

REFERENCIAL TEÓRICO

A alimentação que a criança recebe na primeira infância, contribui para o surgimento de doenças crônicas na vida adulta. Segundo Almeida, Nascimento e Qualoti (2002) Cerca de 60% de crianças obesas sofrem de hipertensão, hiperlipidemias e/ou hiperinsulinemia, sendo ocasionadas pelos maus hábitos alimentares, que levam a obesidade infantil, gerando inúmeros problemas não só imediatos, como em longo prazo.

Segundo Ramos e Stein (2000) os hábitos alimentares são formados na infância e a compreensão dos fatores social, cultural e psicossocial, possibilita ao processo educacional, modificar o padrão alimentar das crianças, e consequentemente ajudará na formação de bons hábitos alimentares na fase adulta.

Na América Latina, cerca de 9,7% de crianças, menores de cinco anos de idade, apresentam excesso de peso (sobrepeso e/ou obesidade). Foi evidenciado que houve um aumento de 50% nas taxas de obesidade entre crianças na primeira infância. O emprego de fórmulas lácteas inadequadamente preparadas, a introdução precoce de alimentos não recomendados e o desmame precoce são fatores determinantes para o surgimento da obesidade na infância (IFAN, 2014). Dessa forma, a amamentação nos primeiros meses de vida, é um importante fator de proteção, pois é o primeiro alimento que o bebê tem contato com inúmeros benefícios, o qual, sendo administrado corretamente determinará um crescimento adequado.

O aleitamento materno é considerado o processo pelo qual o lactente recebe o leite materno independentemente de consumir outros alimentos, o aleitamento materno exclusivo é o processo em que o bebê recebe leite materno de sua mãe sem ingerir qualquer outro líquido ou sólido, exceto vitaminas, complementos minerais e medicamentos (ANDRADE et al., 2009).

. O leite humano é um alimento complexo e essencial, com capacidade de adequar-se às necessidades nutricionais, imunológicas e afetivas da criança. Nos dias atuais, são conhecidos em sua composição, mais de 200 substâncias, entre elas, proteínas, gorduras, hidratos de carbono, vitaminas, sais minerais, fatores imunológicos, enzimas e hormônios (SALIBA et al., 2008).

Por ser o único alimento que assegura qualidade e quantidade ideais de nutrientes para a criança, no início da vida, o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complemento até pelo menos um ano de vida, é aconselhado para toda criança visto que é nutricionalmente adequado, protegendo a criança contra infecções, diarréia e doenças respiratórias. Nesse contexto, a Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento materno por dois anos ou mais (WHO, 2008). A amamentação nos primeiros seis meses de vida é a forma mais adequada e ideal para alimentar uma criança e os benefícios não se limitam apenas ao bebê, agem também positivamente na saúde da mãe, portanto é importante estimular a mãe a dar inicio a amamentação logo após o parto. De acordo com estudo realizado por Campestrini (2006) a substituição do leite materno por leite artificial proporciona uma elevação do número de óbitos de crianças. A maior parcela por diarréia, visto que em muitos lugares não possui água potável para a limpeza das mamadeiras, a higiene é precária. A melhor solução para minimizar o numero de óbitos é o incentivo ao aleitamento materno.

Em um estudo realizado com o objetivo de verificar elementos ligados com o início do aleitamento na primeira hora de vida, Boccolini et al. (2011) avaliaram 8397 mães de recém-nascidos em 47 maternidades do Rio de Janeiro, Brasil. Percebeu-se que o nascimento em instituições privadas, a cesariana, a falta de contato entre mãe e bebê na sala de parto ou qualquer fator que limita a liberdade das mães têm o poder de prejudicar o início e a continuação do aleitamento materno. Nesse estudo, 39% das maternidades públicas iniciaram o aleitamento materno na primeira hora após o nascimento, em comparação aos 2% observados nos serviços privados. Além de tudo, apenas 6% das mães que deram à luz por cesariana conseguiram amamentar no primeiro momento, em comparação a 26% das que deram à luz por parto vaginal.

O aleitamento na primeira hora é uma das principais práticas responsáveis pela redução dos índices de mortalidade infantil, ocorrência de alergias e problemas gastrointestinais. Confere ainda, melhores índices de desenvolvimento cognitivo e motor e auxilia o desenvolvimento de estruturas da face (NASCIMENTO; ISSLER, 2003).

A proteção proporcionada pelo leite materno tem início logo após o nascimento. A mortalidade por enterocolite necrotizante, por conseguinte, é onze vezes menor em recém-nascidos pré-termo recebendo leite materno exclusivo e 3,5 vezes menor naqueles com alimentação mista, quando comparados com recém-nascidos recebendo fórmulas lácteas (LUCAS; COLE, 1990).

O aleitamento materno traz ainda como importante benefício o fortalecimento do elo emocional entre mãe e filho, pois provoca o sentimento de prazer recíproco, tanto espiritual como corporal, favorecendo o anseio por segurança pela criança, auxiliando o avanço somático e psicológico da criança e beneficiando

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