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Artigo Vício Alimentar

Por:   •  10/9/2017  •  2.316 Palavras (10 Páginas)  •  473 Visualizações

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O Vício Alimentar trata-se de uma síndrome caracterizada por uma grande ingestão de alimentos em tempo delimitado (período de 2 horas), acompanhado pela perda de controle sobre o quê ou o quanto se come, sem que seja adotado qualquer tipo de comportamento de compensação para evitar ganho de peso. O que caracteriza esse vício é a relação do sujeito com o que come e com suas emoções, pois a compulsão é o resultado de um conflito psíquico, em que o indivíduo portador da doença, se torna impossibilitado de fazer escolhas.

Pacientes compulsivos não conseguem parar de comer, apesar da sensação de satisfação eles continuam comendo, diferentemente de pessoas que sentem prazer durante a refeição e com consciência comem de forma exagerada ou de pessoas que acordam para ingerir grande quantidade de alimentos durante à noite, mas que se alimentam normalmente durante o dia.

Existem vários fatores genéticos associados a essa síndrome, pois é comum encontrar casos de compulsivos que fazem parte de famílias com histórico de doenças relacionadas ao mau hábito alimentar. Há também teorias bastante fundamentadas que apontam para a hipótese de alterações no funcionamento do organismo desde o nascimento que tornam confusa a troca de informações entre a psique e o corpo. Porém na psiquiatria todos os fatores devem ser levados em consideração, assim como o ambiente social e o ambiente de trabalho.

Geralmente pacientes com distúrbio alimentar têm maior tendência a tratar situações difíceis com a ingestão de alimentos, que acabam por associar situações de estresse, raiva e ansiedade ao dispositivo de compulsão.

Outros fatores que provocam o aparecimento do vício são problemas relacionados a auto-imagem e auto-estima, tentativas frustradas de controle de peso e uma auto-cobrança, fazendo com que a pessoa passe a fazer o uso indiscriminado de alimentos, como forma de solucionar esses problemas e obter prazer.

O vício alimentar não é um distúrbio categorizado na classificação internacional das doenças da Organização Mundial de Saúde. Mas já estão sendo feitos estudos pela Associação Psiquiátrica Americana para que essa patologia seja categorizada.

Essa doença ainda não foi evidenciada na infância, apesar de que o início dela tem forte influencia nessa fase, com a ausência dos pais durante as refeições dos filhos. Dessa forma, a doença é identificada apenas em adultos, na segunda ou terceira década de vida. Estudos mostram que a prevalência é igual nos dois sexos, sendo que as mulheres têm maior facilidade para identificar a doença e procurar por tratamento.

Sintomas evidenciados pelo viciado em alimentos

Para entender como diagnosticar o Vício Alimentar, é preciso entender que ele se trata de uma doença na qual o indivíduo consome uma quantidade excessiva de comida mais rápido que o normal, mesmo sem fome ou mesmo se sentindo desconfortavelmente cheio e agoniado. O viciado come constantemente enquanto houver comida disponível, sob pressão ou sentindo-se psicologicamente diminuído, subjugado, envergonhado ou culpado.

Outro sintoma comum é o de esconder hábitos alimentares devido à vergonha ou embaraço, levando o indivíduo a esconder comida para episódios de voracidade. O viciado costuma, também, esconder embalagens vazias ou caixas de alimentos, para que ninguém veja, gerando lixo em excesso. Após e durante um episódio de compulsão o paciente é levado a um sentimento de repugnância em relação a hábitos alimentares, peso, corpo ou aparência.

É comum que a maioria dos viciados em alimentos possua sobrepeso, no entanto é importante ressaltar que o viciado em comida, não é necessariamente caracterizado por possuir sobrepeso, sendo que existem viciados com IMC normal de acordo com seu peso e altura, o que acontece é que se o sujeito não procura uma forma de compensar o excesso de ganho calórico, que é característico do distúrbio, a massa corporal do mesmo irá aumentar rapidamente. Porém mesmo possuindo todos esses sintomas, de fato, o sujeito só é diagnosticado clinicamente como viciado em alimento quando têm ataques compulsivos descontrolados de consumo de qualquer tipo de alimento, por tempo delimitado, duas vezes por semana por pelo menos seis meses, como já foi dito anteriormente. Retratado isso, recomenda-se que o indivíduo procure um especialista para que sejam feitos exames e uma análise profissional e caso a patologia seja constatada o paciente será encaminhado ao tratamento adequado.

Formas de tratamento

O viciado em comida ao ser comparado com um viciado em álcool se assemelha no sentido da perda de controle, porém a orientação de não se consumir a bebida, por exemplo, não pode ser seguida pelos viciados em comida, pois a alimentação é essencial para a sobrevivência. Diferente da dependência química o viciado em comida deve aprender a relacionar-se com os alimentos de forma a não prejudicar o seu corpo.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia, seguindo as normas da Organização Mundial de Saúde, não recomenda a prescrição de dietas de baixo valor calórico, mesmo para as pessoas com sobrepeso e obesidade. O tratamento deve sempre começar pela reeducação alimentar.

No processo de reeducação alimentar tenta-se adequar uma alimentação balanceada aos horários de refeição corretos. Isso significa que os alimentos próprios do café da manhã devem ser ingeridos no café da manhã; os do almoço, na hora do almoço e os do jantar, na hora do jantar. Sendo adotada, também, a ingestão de alimentos nos intervalos entre as refeições principais.

Nesse tratamento o valor calórico dos alimentos não é importante, o objetivo é a educação do relógio biológico em relação aos horários de refeição, para que o organismo passe a controlar a ingestão de alimentos, diminuindo os ataques compulsivos até que esse seja erradicado. Recomenda-se que o planejamento das refeições seja feito juntamente com o paciente e que ele diga sobre o que está acostumado a comer durante cada refeição para que seja feita uma adaptação no cardápio.

Muitos episódios de compulsão alimentar ocorrem nos finais de tarde e à noite, após o sujeito chegar do trabalho depois de um longo período sem se alimentar. Por isso a importância da reeducação alimentar, pois se os alimentos forem distribuídos de forma regrada durante o dia, provavelmente esses episódios desaparecerão.

Muitas vezes a reeducação alimentar não é o tratamento adequado, por exemplo, em pessoas que cobram muito de si mesmas e não conseguem

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