O Ciclo Estral em Veterinária
Por: Juliana2017 • 24/12/2018 • 2.931 Palavras (12 Páginas) • 424 Visualizações
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Fêmea monoéstrica: fêmea que dá um cio, mas obrigatoriamente quando termina o diestro ela tem que passar pelo período de anestro. Isso ocorre em cadelas, período de anestro de no mínimo 2 meses.
Hormônios reguladores
Glicoproteicos, peptídicos, esteroides e prostaglandinas.
Fase estrogênica = fase folicular. Fase progesterônica = fase luteal.
Vacas leiteiras de alta produção, o cio dura menos tempo. Quanto maior a taxa metabólica hepática, maior a degradação dos esteroides. Essas vacas de alta produção têm alto metabolismo hepático, degradação mais intensa do estrógeno.
A primeira diferença entre o ciclo estral e o ciclo menstrual, é o número de dias. A fase folicular do ciclo menstrual é bem maior, metade do ciclo menstrual é fase folicular. Os hormônios envolvidos são basicamente os mesmos. Com a lise do corpo lúteo e queda da progesterona, ocorre desprendimento do endométrio. Nas outras espécies isso não ocorre. Na vaca, quando cai a progesterona, o endométrio tende a voltar. A cadela tem fase progesterônica bastante longa: 60 dias. o endométrio sofre hiperplasia. Quando cai progesterona, o endométrio precisa de mais ou menos 2 meses para se recuperar, depois reiniciar uma nova preparação para a gestação seguinte. Não é comum a cadela repetir cio em um período menor que 4 meses, em média 6-7 meses.
Durante o período pré-ovulatório, há uma onda pré-ovulatória de LH. Como consequência do pico de LH: ovulação, que é considerada um processo inflamatório. Progesterona cai, aumenta GnRH, aumenta FSH e LH, há proestro com desenvolvimento folicular, produção de inibina, estrógeno. A inibina + estrógeno fazem com que haja uma diminuição do FSH. O estrógeno aumentando: pico de LH. Essa ovulação é induzida pelo pico de LH. A gata é uma exceção, a ovulação há estímulo pela cópula. Coelha, camela, lhama e alpaca também são espécies que têm ovulação pela cópula. O pênis do gato tem espículas, gera um estimulo que chega até a medula, que leva o estímulo para o centro produtor de LH. Há uma porcentagem de gatas que ovulam sem que ocorra a cópula.
Com o pico de LH, PGE2 aumenta, isso leva a um edema folicular. Há produção de PGF2alfa também, que faz contração dos músculos lisos do ovário. Induz a liberação das enzimas. Isso aumenta a pressão folicular. Esse conjunto de fatores leva à ovulação.
Progesterona: tem função de modular a secreção de GnRH e LH. A progesterona é negativa para o pico de LH, mas ela vai regular os níveis de LH basal. A amplitude dos pulsos de LH é pequena e o intervalo vai ficando pequeno. Quando administro progesterona para o animal, se exceder o fisiológico, vou ter intervalos maiores de pico de LH. Pode ter vaca que mesmo prenha ela tem sinal de cio. A progesterona estimula as glândulas endometriais, manutenção do embrião, prepara a glândula mamária, reduz a imunidade, principalmente do útero. Consideramos que a fase estrogênica é uma fase de defesa = mais fluxo sanguíneo para o útero, mais anticorpos, o útero está bem contraído. Na fase progesterônica há o inverso: diminui a secreção de muco, a contratilidade do útero diminui, o fluxo sanguíneo é menor.
Luteólise: destruição do corpo lúteo e redução plasmática de P4 = progesterona.
Hormônios responsáveis pela luteólise: ocitocina (produzida pelo próprio corpo lúteo) e PG pelo endométrio. Não há lise de corpo lúteo quando a fêmea está gestante, ou quando o endométrio está lesado e não consegue produzir PG, isso ocorre geralmente em processos inflamatórios crônicos. Persistência do corpo lúteo. A ocitocina estimula o endométrio a produzir PG.
Quando a P4 se liga ao receptor, ela bloqueia a formação de ocitocina. O estrógeno teria um efeito positivo sobre os receptores de ocitocina. Mas na presença de progesterona não vamos ter efeito positivo do estrógeno. Ao mesmo tempo que a progesterona exerce esse controle, tentando bloquear a produção de PG, ela está preparando o endométrio para a produção de PG se for necessário. A P4 faz que haja um acúmulo de ácido aracdônico e cicloxigenase (enzimas) que são precursores da PG. Em algumas circunstâncias há o ciclo estral curto: é de 10-12 dias. Tem a ver com essa ação da progesterona. Quando temos ciclo estral de curta duração, é porque não tivemos P4 antes da ovulação.
Na fase final do ciclo estral, a progesterona está presente mas perde a capacidade de bloqueio. No final do diestro, com a lise do corpo lúteo, eu ainda tenho muita progesterona, mas ela perdeu a capacidade de ação. O estrógeno estimula a produção de receptores para oxitocina, que vai permitir a ação da COX, que vai pegar o ácido aracdonico e transformar em PG. Para isso não ocorrer no final do diestro, a lise do corpo lúteo, o interferon tau entra, não deixa a produção da PG, isso se a vaca estiver prenha. O trofoblasto é responsável pela produção de interferon tau.
Em uma ovelha normal, tem um corpo lúteo, ela não emprenhou, vai ter cio em 15-17 dias. Em experimentação, há retirada dos cornos uterinos, o ovário permanece com o corpo lúteo. A ovelha só vai repetir cio daqui 148 dias, que é o período referente à gestação. Em outra situação, eu retiro o corno contralateral, só um corno, o cio repete em 15-17 dias, normal. agora eu retiro o corno do mesmo lado do corpo lúteo, a ovelha repete cio daqui 35 dias. Isso me mostra que a PG produzida pelo corno contralateral não atua na lise do CL. O interferon tau só atua bloqueando a PG do corno gestante, que é o corno do lado do CL. Na égua, o embrião tem que bloquear a produção de PG em todo o útero, por isso a migração, vai migrando pelo útero. Na porca, não há bloqueio da produção, mas tem que impedir a ação da PG. As porcas têm cornos muito longos. A porca não inicia a gestação com menos de 4 embriões dentro do útero. Se ela deu cio e tiver só 1-2 ovulações, os embriões não vão conseguir bloquear todo o útero com relação à PG. Não basta também que os embriões fiquem só em um corno. Tem que ter no mínimo 4 embriões, 2 de um lado e 2 de outro. O trofoblasto dos leitões se alonga muito, com o intuito de preencher o útero, bloquear o mecanismo da PG.
O útero controla o tempo de duração do CL exceto na mulher, cadela e gata. Na mulher, a lise do CL é impedida pela HCG.
Na vaca, ovelha, cabra, a PG produzida no corno contralateral do CL, não atua na luteólise, pode produzir que não vai atingir.
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