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USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS/ANTIMICROBIANO, E SEUS PRINCIPAIS PROBLEMAS NA SAÚDE PÚBLICA

Por:   •  22/9/2018  •  3.307 Palavras (14 Páginas)  •  432 Visualizações

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Uma das principais causas do avanço da resistência Bacteriana, é o uso impróprio de antimicrobianos nos tratamentos de infecções.

Rang, Dale e Ritter (2001), destacam que a resistência bacteriana se desenvolve juntamente com o desenvolvimento dos fármacos.

Estudos no centro de saúde de Porto Alegre/RS apontam que aproximadamente dois terços dos pacientes que usam antibióticos desconhecer o uso correto destes medicamentos, como dose, frequência, possíveis efeitos adversos, duração de tratamento e interações medicamentosas.

Entre os danos que o uso inadequado de antibióticos pode causar, estão efeitos tóxicos diretos, desenvolvimento de resistência bacteriana e indução de alergias.

O uso descontrolado de antibióticos, desencadeia inúmeras consequências médicas e ecológicas, gerando despesas sociais e pessoais, como, faltas escolares, tratamentos, internações, invalidez e até mesmo morte, justificando assim o empenho em buscar a racionalização do uso de antimicrobianos.

Desta maneira, o presente artigo tem por objetivo, apresentar informações, sobre o uso inadequado e descontrolado de antibióticos, bem como apresentar suas consequências.

DISCUSSÃO

Problemas causados na Saúde Pública pelo uso indiscriminado de Antibióticos/Antimicrobianos

Atualmente qualquer indivíduo consegue adquirir com bastante facilidade qualquer medicamento antibiótico nas farmácias do país. Sem a exigência dos estabelecimentos de uma receita médica, gera um uso desnecessário, em dosagens incorretas, muito baixas ou tóxicas, por um tempo muito curto ou perigosamente longo.

É muito comum que qualquer pessoa com dor de garganta compre um antibiótico na farmácia como auto medicação, o qual um atendente, sem nenhuma qualificação profissional para prescrição de medicamento, induz o doente a fazer uso deste ou daquele produto.

O exponencial aumento de efeitos colaterais, reações alérgicas, dependência, envenenamento e complicações hepáticas e hematológicas estão entre os agravos que o consumo inadequado de medicamentos pode acarretar à saúde.

Segundo Santos (2012), no ano de 2010, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o uso de medicamentos provocou 24.056 casos de intoxicação humana no Brasil, o que representou um total de 27,75% dos casos.

Essas intoxicações levam o paciente a internações e muitas vezes a óbito, o que gera maior custo a saúde pública, pois esses pacientes ocupam leitos que poderiam ser destinados a pessoas com problemas de saúde que não foram causados por mal uso de medicamentos. Além do mais, é conhecido do poder público e principalmente da população a lotação e falta de leitos nos hospitais.

A verdade é que são muitos os motivos que levam as pessoas a adquirirem o uso incorreto de medicamentos, a facilidade de comprá-los e a dificuldade em conseguir uma consulta médica, porém, as consequências existem. Em 1992, Cohen fez previsões pessimistas, mas longe de serem meramente especulativas:

- O uso inadequado de antibiótico em um paciente pode reduzir a eficácia em outro paciente devido à seleção de organismos resistentes.

- O desenvolvimento de futura resistência é fácil de prever por ser inevitável.

- Já que há ausência de evidência direta de que o uso de um antimicrobiano em particular cause resistência, e desde que o uso de todos os antibióticos gera resistência, o mais prudente é evitar o uso abusivo e inapropriado desses fármacos.

- Usar antibioticoterapia apropriadamente é a única justificativa para submeter o paciente ao risco de efeitos adversos e a população ao risco de aumentada resistência. (COHEN, pg. 54, 1992)

Para Cohen, 1992, a antibioticoterapia apropriada significa não usar antimicrobianos na ausência de indicação, nem em esquema errado ou por tempo demasiado. Ao escolher um antibiótico, os prescritores devem preocupar-se com os interesses presentes e futuros dos pacientes.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil gastou 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto, ou a soma de todas as riquezas do país) com a saúde pública, em dados de 2008 - último balanço oficial contando Estados e municípios. O valor equivale a quase R$ 109 bilhões. De acordo com dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 56% do que é investido em saúde no Brasil vem de recursos públicos.

Ainda, segundo o Ministério da Saúde, os gastos a saúde pública no município de Dourados/MS no primeiro semestre de 2012 foi, de acordo com a tabela abaixo, da seguinte maneira:[pic 1]

Esses dados apontam o auto custo que a saúde pública tem e ainda assim, pacientes recebem um atendimento bastante precário. Ficando assim, uma busca constante em oferecer um atendimento de qualidade e uma redução de custos aos cofres públicos, salientando ainda, o agravamento de internação, como citado acima, de pacientes que se intoxicam por uso exagerado ou inadequado dos antibióticos.

Helito (2011), destaca que o uso de antibióticos é foco nas discussões a cerca da assistência hospitalar por diferentes motivos, um deles sendo sua contribuição para os custos hospitalares crescentes. E acrescenta:

Em 2002, na França, o consumo de antibióticos no nível ambulatorial era dos mais elevados. Com o objetivo de mudar esse panorama, a seguridade social lançou uma campanha com apoio e financiamento das seguradoras. A campanha era denominada Antihiotique Ptis Automatique, ou seja, a prescrição de antibiótico não deve ser automática. Ela utilizou diferentes

meios de comunicação e seu loco foi o esclarecimento a respeito das não indicações do uso de antibióticos. Por exemplo, não se devem usar antibióticos em resfriados comuns ou viroses. Alertaram ainda para os riscos relacionados ao uso indiscriminado de antibióticos. (HELITO, pg. 152, 2011)

Segundo ele, o reembolso dos antibióticos aos usuários permitiu identificar o médico prescritor. Esse comportamento ajudou a identificar os grandes prescritores de antibióticos inadequados, os quais, foram visitados por alguns colegas para discussão sobre o uso excessivo dos mesmos.

E mais, esse comportamento gerou uma queda bastante importante no consumo desses medicamentos. O sucesso, segundo Helito (2011), da campanha deveu-se à associação da campanha

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