RESISTÊNCIA BACTERIANA DECORRENTE DO USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS
Por: Evandro.2016 • 17/7/2018 • 1.354 Palavras (6 Páginas) • 384 Visualizações
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“ O mais preocupante é que esse mecanismo de resistência pode ser transmitido de uma bactéria para outra com relativa facilidade, porque está em um plasmídeo, um fragmento de matéria genético que pode ser transmitido. Por enquanto não se sabe qual o alcance que isso terá, mas é um alerta importante, porque no passado casos semelhantes acabaram a se tornar um problema” afirma Dr. Rodríguez, médico do Hospital Universitário Virgem de Macarena, em Sevilha na Espanha.
Um fator que tem sido motivo de preocupação e de estudos por parte de médicos e pesquisadores, é a aquisição do gene mcr-1 na bactéria Escherichia coli, que se a bactéria já resistente a alguns medicamentos e adquire este novo gene, o microrganismo sobreviveria à ação da maioria dos antibióticos do mercado, incluindo a Colistina, um dos mais fortes disponíveis.
Inicialmente foi apresentado um caso nos Estados Unidos, onde uma mulher de 49 anos da Pensilvânia, apresentava sinais e sintomas de uma ITU. Estudos foram feitos e detectaram uma infecção por E.coli, resistente a colistina, a resistência apresentada foi devido a aquisição de um gene de resistência mcr-1 . No brasil um estudo feito pelo instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e piblicado nas revistas científicas “Antimicrobial Agents and Chemotherapy” e “Eurosurveillance”. A bactéria foi detectada em um paciente de um hospital de alta complexidade em Natal, no Rio Grande do Sul.
Coautor, o pesquisador Nilton Lincopan aponta que esse gene da Escherichia coli é o mesmo detectado nos Estados Unidos recentemente. Ele disse que esse tipo de bactéria é encontrado em diferentes habitats, incluindo a microbiota do intestino humano, a maioria das variedades da E. Coli não apresenta risco aos seres humanos.
“Tanto no caso do Estados Unidos como aqui no Brasil, e outros países onde foram encontradas cepas de Escherichia coli resistentes ao antibiótico Colistina, a resistência apresentada foi devido à aquisição de um gene de resistência chamado de mcr-1”, explicou Lincopan.
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Colônias de E. coli (à esquerda) e antibiograma da bactéria (à direita) (Foto: FAPESP/Divulgação
Raffa et al; (2006). O aumento na resistencia bacteriana aos antibioticos em pacientes ambulatorias agora tambem afeta os hospitais. Cefalosporinas de segunda ou terceira geração, associados ou não a um macrolídeo são administradas a pacientes que permanecem no hospital devido a infecções pr pneumococos multirresistentes. Entretanto, o uso de exagerado dessas cefalosporinas deixou o hospital com poucas alternativas para aqueles pacientes que já estão utilizando esses fármacos e apresentam esses tipo de infecção resistente. Cepas de penincilina resistentes de Streptococcus pneumoniae estao sendo encontradas com frequência cada vez maior, com número crescente de cepa s resistentes a múltiplas classes farmacológicas, incluindo macrolídeos e β-lactâmicos. A vancomicina é a saída nesses casos, mas a utilidade desse fármaco pode ser limitada, pois bactérias como Enterococcus e Staphylococcus aureus apresentam cepas resistentes.
Como pôde se observar, cada vez mais as bactérias tem se tornado motivo de estudos pela sua rápida multiplicação e poder de mutação frente mecanismos resistência. O papel dos agentes de saúde se tornam cada vez mais imprescindíveis na orientação correta do antibiótico, desde a maneira correta de administração até o armazenamento do antibiótico.
Se medidas de orientaçao e prevençao não forem feitas, não sabemos em que estágio um dia se chegará, se vai chegar um dia onde não haverá mais antibióticos que tenha verdadeira eficácia, sendo ele bacteriológico ou bacteriostático, ou se pesquisadores conseguirão acompanhar a velocidade de resistência das bactéria patogênicas ao nosso organismo.
Muito se fala, que o real motivo para a a resistência bacteriana é o uso inadequado dos antibióticos; tem que se respeitar rigorosamente a bula dos medicamentos, cada fármaco tem seu pH ideal para absorção; e seus mecanismos de ação são diferentes para cada classe de antibióticos. Levando esses fatores em consideração, pode se observar que o uso de antibiticos é um tanto delicado e rigiroso, mas seguindo corretamente o uso adequedo, o paciente terá um melhor resultado se tratando de seu quadro clínico e as possibilidades de uma nova infecção decorrente da mesma bactéria de tornará cada vez menor.
BIBLIOGRAFIA
RAFFA, Robert B.; RAWLS, Scoot M.; BEYZAROV, Elena P. Atlas de Farmacologia de Netter. Porto Alegre. Editora: Artmed S.A. 2006.
RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M.; FLOWER, R.J. Rang & Dale Farmacologia. Rio de Janeiro 6º edição. Editora: Elsevier. 2007
McGANN, P. et al,. Escherichia coli Harboring mcr-1 and blaCTX-M on a Novel IncF Plasmid: First Report of mcr-1 in the United States . American Society for Microbiology – Antimicrobial Agents and Chemoterapy. 2016.
CANTÓN, Rafael; BAÑO, Jesus R. Descoberta uma nova bactéria imune ao antibiótico mais potente. Disponível em :
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/27/ciencia/1464347964_757327.html , acesso em 17 de março de 2017.
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